terça-feira, 31 de julho de 2007

"Caminho do Sol" ganha edição local em POA

A Rádio Bandeirantes de Porto Alegre (640Khz) lançou nesta segunda uma versão local para o programa "A Caminho do Sol". Apresentada pelo jornalista Milton Cardoso, o jornalistico irá ao ar de segunda a sexta, entre 23h e 01h.

A filial gaúcha da Bandeirantes não deixa, com isso, de retransmitir o mesmo "Caminho do Sol" veiculado pela matriz, em São Paulo, e que atualmente tem o comando de Zancopé Simões. Ele entra a partir da 01h e segue até seu término, as 04h. Uma vez que essa rede continua, bem que alguns ajustes poderiam ser efetuados. Deve ser muito interessante para o ouvinte de Porto Alegre acompanhar a reprise de um debate do "Manhã Bandeirantes" com os vereadores de São Paulo falando dos problemas da cidade. Uma saída seria direcionar a pauta do programa para um enfoque mais nacional.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Mais gente entende de rock nesta Terra

Não duvido que o Alexandre Figueiredo seja um apaixonado por rádios de rock e jornalismo musical. Pena que seus textos tragam muito mais achismos e chutes do que análise e informação relevante. Isso sem falar nas informações equivocadas. O texto "Saiba quem entende de rock nesta Terra", reproduzido no Rádio Base, é um exemplo típico de todos os defeitos descritos aqui.

Na lista que ele apresenta, estão inclusos os nomes de Cadão Volpato e Thomas Pappon. O nome de Thomas (e não Thomaz, como escreve Figueiredo) de fato deve figurar em qualquer lista de jornalistas musicais brasileiros pelos seus serviços prestados, seja como redator da Bizz, ou como radialista no serviço brasileiro da BBC, apresentando bacana (mas hoje extinto Som de Londres). É incompreensível a aparição de Cadão. Ele não trabalhou na revista Bizz, como informa erroneamente o texto. Dentro do jornalismo cultural, se destacou muito mais como critico de cinema, chegando a editar por muito anos a revista Set. Fez críticas de discos para a Folha de S. Paulo, mas foram poucas e esqueciveis. Se a lista fosse de dez grandes nomes do rock nacional dos anos 80, aí sim o nome de Cadão poderia aparecer com destaque, por conta de seu trabalho com a banda Fellini. Realmente, foi uma tremenda viajada de maionese do escriba Figueiredo.

E a lista de Figueiredo está incompleta. Onde estão nomes como os de Ricardo Alexandre, Ricardo Schott, Abonico Ricardo Smith, Mario Marques, Roberto Miller Maia. Kid Vinil e André Barcinski? São pessoas que entendem de rock como poucas no Brasil e muitas deles firmes na ativa. Tomara que Figueiredo não se apegue tanto ao passado e observe que mais gente entende de rock nesta terra.

domingo, 29 de julho de 2007

Globo inaugura filial na Baixada Santista

A partir deste fim de semana, a Rádio Guarujá AM vai retransmitir a programação da Rádio Globo para toda a Baixada Santista pelos 1550 KHz.

Este blog apurou que, apesar do sinal da Rádio Globo paulistana chegar à região com razoável qualidade, a idéia é reforçar a presença da emissora no litoral paulista - a exemplo do que faz a Rádio Bandeirantes (90,9 MHz) e Rádio Jovem Pan (99,7 MHz) - com uma cara mais "local", a fim de atrair os anunciantes de lá, que ficam à margem da programação destas emissoras aqui em São Paulo. Como se vê, a briga nos segmentos "popular" e "jornalístico" do rádio não deve ficar só nisso.

Rádio Glodo de Santos - http://www.radioguarujaam.com.br/.

ROTA 77 chega ao fim. Ao fim?

Muitas vezes, as pessoas me perguntam por que acabei com o Rota 77. Olha, eu não acabei com o Rota, ele está suspenso por tempo indeterminado. Talvez volte algum dia. Talvez não. Pelo que vi ninguém sente falta dele, ninguém diz: "ai que saudade do Rota 77!!!"

O programa surgiu porque, em 2002, não havia nenhum programa de Punk Rock na internet. E aí eu criei um. E nem existia este tal de podcastings. Era streaming mesmo e olhe lá. Era a maior dificuldade de arranjar espaço para arquivos de áudio. Fizemos o programa, a galera do movimento começou a ouvir, fizemos divulgação boca-a-boca e o programa ficou "famoso". Famoso mas não dava dinheiro, nem angariava prestígio, pelo menos não pra mim. Era mais gasto do que tudo. Tanto é que esperava ao menos um convite formal para outros trabalhos e eles nunca vieram. Mesmo assim, sentia que era um puta de um projeto, gostava de fazer, tinha algum reconhecimento dos ouvintes que não deixavam a peteca cair.

Porém, como tudo na vida, a fase do Rota passou, vieram outros programas até mais especializados do que o nosso. Há até uma rádio digna de se chamar Punk na internet. Creio que o programa terminou no seu auge - gravado no excelente estúdio do Jacó, do FDS, e espero que assim ele seja lembrado. Melhor do que ser tirado no ar na sua curva descendente, que fatalmente viria. Para mim, o programa cumpriu a sua missão, deixou sua marca e seguidores. Se voltar não será o mesmo Rota 77. Será outro, melhor ou pior, jamais igual.

Os meus interesses mudaram. Ainda estou à procura de recolocação no mercado de trabalho. Afinal, não sou filho de papai, não estou com a vida ganha, nem sou músico de fim de semana por hobby. Sorte de quem o é. Vivo de fazer comunicação. Me aventurei no mundo da televisão e do áudio visual e ainda pretendo trabalhar com isso. Estou resdescobrindo a palavra escrita e espero nunca mais largar dela. E quero continuar lá no nosso site-portal-núcleo-de-resistência-cultural Rádio Base, www.radiobase.org, falando e discutindo as coisas legais e ilegais do rádio brasileiro dentro e fora da internet.

Nunca vi o Rota como um programa que iria fazer para o resto da vida. Nenhum jornalista pensa assim. Estou semore atrás de novas idéias. O programa foi eterno enquanto durou. Fez milhares de amigos, mostrou muitas bandas legais, abriu espaço para quem realmente milita no movimento e tem algo realmente importante a dizer. O bom de se fazer televisão - e isso eu aprendi às duras penas - é que você se desapega de suas "crias". Mas nem pense que foi fácil se desfazer de algo que foi concebido com tanto carinho. Nem sei se será fácil vê-lo na mão de outra pessoa, ainda mais se fizer sucesso comercial do jeito que eu queria, mas nunca tive competência para fazê-lo. Sim, punkaida, aprendam esta lição:"no money, no show", a menos que você tenha um belo emprego numa estatal da vida, um cargo no PT, ou sobreviva de outra forma que não seja do showbusiness. A roda que move o mundo chamasse "dinheiro". O resto é teoria ultrapassada do marxismo/leninismo e pura utopia anarquista. Nada, ou quase nada, é de graça. E fazer um programa de rádio, ainda que na internet, divulgar os shows, as bandas e tudo que interessa sobre o movimento Punk, tem de sair do bolso de alguém. E não é justo que saia do meu ou das bandas. Alguém tem que bancar. E como não houve quem bancasse o Rota 77....

Chega de lamentações, a vida anda pra frente. Quem anda para trás é caranguejo. Talvez um dia eu volte a fazer um outro programa, com outro enfoque, com outros objetivos e, se possível com os mesmos parceiros.Quero agradecer a todas as bandas que voluntária ou involuntariamente participaram com suas músicas, além de dar uma puta força e incentivo em nossos quase 100 programas. Sem eles, não haveria Rota 77 algum. Agradeço a todos que nos ajudaram na divulgação, nos shows por nós promovidos e outras ações que tentamos fazer e que ventualmente não deram muito certo. Meu carinho ao Serjão, do TRex estúdios, a primeira pessoa a acreditar em nosso projeto e que nos abriu as portas do seu estúdio para fazermos muitas coisas legais; à Gisele Santos, que incluiu o Rota 77 em seu site Mundo Rock. net sem nada cobrar, e ainda nos deu autonomia para interagir com a sua programação; a Laura Mattos, da Folha de São Paulo, pela divulgação do projeto; ao DJ Soulflyer, pelo spot de abertura e as vinhetas geniais que bolou para o programa, além de segurar vários B.O.s para gente; ao Bill Mad, Marcão Costeleta, Evandro Speedtwins e Andréa Japa, entre muitos outros ouvintes e incentivadores, com os quais desfrutamos muitos momentos de alegria e solidariedade; e ao Jacó, velho companheiro de guerra, que com sua competência profissional nos ajudou - e muito - a alavancar o nível técnico do nosso programa, quando nos deu a chance de fazermos o Rota no seu "Noise Factory", o melhor estúdio de gravação de São Paulo, com o qual já estamos bolando outros projetos. Ainda colocaremos no ar todos os programas que pudermos em podcast no site http://rota77.podomatic.com

E assim eu gostaria de dizer, não um "Adeus", mas, quem sabe, um "Até breve".

Marcos Ribeiro
Produção Programa Rota 77
http://www.radiobase.org/rota77

Saiba quem entende de rock nesta Terra

A imprensa rock no Brasil e seus principais personagens
Alexandre Figueiredo, novembro de 2003.
Do site Rock Informação

O radialismo de rock de hoje, corrompido através das rádios comerciais que se dizem "rock", sofre a ditadura do pessoal não-especializado, gente que só entende de posições de paradas de sucesso ou de quantidade de discos vendidos.

Tempos atrás, no entanto, o radialismo rock era conhecido e respeitado por ter gente realmente especializada em rock. Gente autêntica, que gostava do gênero que trabalhava profissionalmente e entendia tanto do segmento que tinha segurança para avaliar os nomes que eram realmente bons e "garimpar" (pesquisar) gravações raras ou intérpretes obscuros que muitas pessoas não imaginam ter existido.

Jornalismo e radialismo, nessa época, andavam junto. Os locutores de rádios de rock não eram rapagões bonitões, "gostosões" e alienados (como as "rádios rock" hoje querem impor), mas jornalistas conhecedores de causa, que não tinham aparência "chamativa" mas tinham o mais importante, a honestidade, simplicidade e autenticidade.

Graças a essa especialização, muitos desses radialistas trabalharam na imprensa escrita, como Fernando Naporano, Vitão Bonesso, Leopoldo Rey, José Roberto Mahr, Valdir Montanari. Aqui, no entanto, não iremos enumerar apenas os jornalistas que trabalharam em rádio, mas os principais personagens da imprensa rock como um todo, para se ter uma idéia quem e o que faziam as cabeças pensantes da cultura jovem de nosso país dos anos 60 aos anos 80, uma geração peculiar que conseguiu furar o limite do mainstream na reportagem musical.

Para compreender a qualidade dos textos e das informações que transmitiam, só recorrendo a antigos periódicos ou aos livros publicados, muitos fora de catálogo. Mas vale a pena saber que na imprensa musical houve gente que fazia muito além do óbvio e que seria uma lição para a imprensa musical de hoje (salvo exceções), cheia de gente desinfomada, confusa e limitada a perder tempo falando de nomes da moda.

OS PERSONAGENS

LUIZ CARLOS MACIEL - Gaúcho de nascimento, ele é considerado um dos maiores especialistas em Contracultura dos anos 60 e rebeldia juvenil no Brasil. Versátil, escreveu para vários veículos "nanicos", lançou livros, trabalhou em TV e dirige teatro. Mais detalhes em breve, onde estará disponível uma seleção de textos do autor.

ROBERTO MUGGIATI - Foi repórter e depois diretor de redação da revista semanal Manchete. Com a crise que atingiu essa revista (atualmente limitada a publicar edições especiais), depois da morte do fundador Adolpho Bloch, Muggiati faz parte da chamada "massa falida" da Bloch Editores. No entanto, ele também escreveu vários textos e livros sobre rock, jazz e blues. Do rock, se destacam as obras "Rock, o grito e o mito", abrangente histórico do rock lançado em 1973, e "Rock, do sonho ao pesadelo", lançado em 1984, sobre algumas celebridades do gênero.

NEWTON DUARTE - Mais conhecido como "Big Boy", ele era discotecário, jornalista e radialista. Trabalhava usando ora seu próprio nome, ora o pseudônimo que o marcou. É profundo conhecedor de música soul, tendo sido amigo do cantor James Brown. Mas seus conhecimentos de rock não eram poucos, e entre seus discos havia até raridades dos Beatles. Se consagrou na Mundial AM (atual CBN), no Rio de Janeiro, e depois coordenou a rádio de rock Eldorado FM (conhecida como Eldo Pop, ocupava o espaço hoje reservado à 98 FM), que tocava rock sem usar locução. Chegou a ser repórter do Jornal Hoje, nos anos 70 e faleceu por problemas com a obesidade em 1977, com apenas 32 anos de idade.

ANA MARIA BAHIANA E JOSÉ EMÍLIO RONDEAU - Este casal já trabalhava junto desde meados dos anos 70. Quer dizer, eram colegas, mas cada qual partia para sua própria reportagem, só eventualmente trabalhavam em conjunto. Começaram escrevendo sobre rock e MPB em vários periódicos independentes, além de terem colaborado na fase áurea da extinta revista Bizz, nos anos 80. Ana Maria teve uma coluna no jornal O Globo que deu origem ao "Rio Fanzine", que ela deu em 1986 para o então estagiário Tom Leão. A partir dos anos 80, o casal passou a se especializar em cinema e Ana Maria chegou a ser repórter da Rede Globo (Fantástico, Bom Dia Brasil), além de ter feito uma coluna ao lado do Rio Fanzine, no Segundo Caderno de O Globo. Em 2002, estão finalizando a produção do primeiro filme, 1972, dirigido por Rondeau. Um filho deles, Bernardo, também chegou a colaborar para o Rio Fanzine.

LEOPOLDO REY - Radialista e jornalista veterano, em atividade desde meados dos anos 60. Fez parte da equipe da antiga Excelsior FM (que foi a Eldo Pop paulista, nos anos 70) e colaborou para várias revistas. Foi fundador e diretor artístico da antiga 97 FM, conhecida como 97 Rock, que durou entre 1983 e 1994. Trabalhou também na Brasil 2000, onde retornou recentemente. Na imprensa, destaca-se sua colaboração em revistas como Dynamite e Bizz.

VALDIR MONTANARI - Físico e musicólogo, ele escreveu um livro de Rock Progressivo em 1985. Também fez parte da equipe original da 97 Rock. Escreveu também o livro "História da música: da Idade da Pedra à Idade do Rock". Também é especializado em música erudita, principalmente a música concreta.

VITÃO BONESSO - Um dos maiores conhecedores de heavy metal do Brasil. É especializado também em rock clássico, sobretudo hard rock. Também integrante da equipe original da 97 Rock, Vitão se consagrou através do programa "Backstage", que ele apresenta há vários anos no rádio, atualmente na Brasil 2000. O programa também tem site na Internet. Também tem uma coluna homônima na revista de heavy metal Roadie Crew e colaborou em outras revistas especializadas em rock. na Internet. Também tem uma coluna homônima na revista de heavy metal Roadie Crew e colaborou em outras revistas especializadas em rock.

LUIZ ANTÔNIO MELLO - Num tempo em que no Brasil as novidades demoraram a vir, nos anos 60, Mello teve o privilégio de conhecer a música do grupo inglês The Who no ano de sua estréia em LP, 1965. A partir daí não deixou mais de ser fã do grupo, tanto que, em jornais como o Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo e Internacional Magazine, fora outros veículos, Mello sempre escreve sobre alguma notícia sobre o Who. Como jornalista, no entanto, Mello vai muito além do universo musical, tendo atuado em diversos setores, desde um simples articulista de jornal alternativo até repórter policial. Uma seleção de textos dele sobre cultura rock pode ser conferida em breve neste site.

RENÉ FERRI - Especializado em músicas pop dos anos 60, sua contribuição para a cultura rock se dá através da redescoberta de esquecidas bandas de garagem daquela década, como os Beau Brummels (que chegaram a "aparecer" num episódio de Os Flintstones) e The Zombies (não confundir com o White Zombie). Ele é capaz de nos fazer lembrar de cantores e grupos hoje sumidos, mas cujo brilho se tornou mais durável do que suas carreiras. Fez uma coluna "Jukebox", na antiga Bizz, mas divergências com a equipe da revista (que começou a passar por uma má fase nos anos 90, sob a influência de André Forastieri) fizeram ele deixar a revista. Hoje ele tem uma coluna similar na revista Metal Massacre (antiga Top Rock - apesar do atual nome, não se limita ao metal), onde se dispõe de completa autonomia para falar de raridades dos anos 60.

MAURÍCIO VALLADARES - DJ, fotógrafo e jornalista, ele está em atividade na mídia desde os anos 70. Fez parte da primeira equipe da Rádio Fluminense FM e comandou o "Rock Alive" juntamente com a também jornalista Liliane Yusim. Foi responsável pelas fotos dos Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Biquini Cavadão, Plebe Rude, entre outros. Como jornalista musical, ele tem como proposta uma salada musical informativa onde cabe intérpretes que ele considera importantes, não apenas rock, mas também MPB, reggae, hip hop, world music e soul. Em sua casa, já estiveram Steve Jones, guitarrista dos Sex Pistols, e o próprio reggaeman Bob Marley, que visitou o Brasil em 1980, um ano antes do ídolo do reggae falecer. Atualmente está na Internet e na noite carioca com seu projeto "Ronca Ronca".

JOSÉ ROBERTO MAHR - Comissário de bordo, ele é um ávido colecionador de discos de música eletrônica e rock independente. Como radialista, iniciou sua carreira na antiga Estácio FM e chegou a ser diretor de programação da rádio. Criou e apresentou o programa "Novas Tendências", que divulgou muitas novidades do rock inglês dos anos 80 no Brasil. Trabalhou na Fluminense FM entre 1985 e 1990, depois retornou entre 1991 e 1993 e em 2000 foi chamado pelos DJs da Jovem Rio (rádio dance que ocupou o espaço da Flu FM na época) para apresentar um programa de música eletrônica, Clubtronic. Largou o programa para organizar a programação rock da Fluminense AM em 2001 e hoje é coordenador da nova fase da Fluminense FM. Na imprensa rocker, Mahr escreveu e editou vários zines do programa "Novas Tendências", e no programa realizou diversas entrevistas com músicos e personalidades ligadas à cultura alternativa.

FERNANDO NAPORANO - Especializado em pós-punk, ele chegou a ser vocalista da banda Maria Angélica Não Mora Mais Aqui, ícone do underground paulista dos anos 80. Rebatizado de Maria Angelica (sem acento agudo no "e"), o grupo lançou um raro compacto de 12 polegadas, com quatro músicas em inglês. Chegou a trabalhar na 97 Rock e na Brasil 2000. Era um dos principais jornalistas da Bizz na virada dos anos 80 para os 90.

ARTHUR G. COUTO DUARTE - Jornalista mineiro, era também colaborador da Bizz. Especializado no pós-punk mas sem limitar-se a ele, Couto Duarte fez resenhas elogiosas ao Bizarro, álbum de 1989 do subestimado grupo inglês Wedding Present e Freedom, álbum de 1990 do cantor de folk rock Neil Young, nomes mal compreendidos pela grande mídia.

RODRIGO LARIÚ - Especializado no rock norte-americano dos anos 80 e 90, mas sem menosprezar os britânicos, o carioca Lariú, sobrinho de Nivaldo Lariú (residente em Salvador e autor do dicionário de "baianês", ou seja, dialetos típicos da Bahia), se tornou conhecido pelo zine Midsummer Madness. Participou de uma fase delicada da Fluminense FM, entre 1991 e 1994, mas não integrou a "parte podre" que contaminou a rádio. Desfez o zine e montou uma gravadora com o mesmo nome do periódico, que tem até site na Internet. Lançou nomes como Pelvs, Beach Lizards, Second Come e Stellar, e também o grupo de Thomas Pappon, The Gilbertos. Com a volta do grupo Fellini, célebre na cena alternativa paulistana, Lariú assumiu o lançamento do recente álbum do grupo, A Manhã É Tarde, na Internet. Lançou nomes como Pelvs, Beach Lizards, Second Come e Stellar, e também o grupo de Thomas Pappon, The Gilbertos. Com a volta do grupo Fellini, célebre na cena alternativa paulistana, Lariú assumiu o lançamento do recente álbum do grupo, A Manhã É Tarde.

THOMAS PAPPON E CADÃO VOLPATO - Jornalistas musicais que se tornaram integrantes de toda a trajetória do grupo Fellini, que marcou o rock paulista dos anos 80 mesmo sem fazer sucesso na mídia (mesmo assim, chegou a causar ciúme nos Titãs num episódio da votação dos melhores da revista Bizz). Thomas é mais voltado ao rock inglês e já morou na Alemanha e na Inglaterra. Cadão, sem deixar de gostar de rock pós-punk, gosta de MPB, sobretudo a Bossa Nova do cantor Lúcio Alves. Thomas escreve geralmente sobre música nos jornais, tendo trabalhado na Bizz e O Estado de São Paulo. Cadão também trabalhou na Bizz e chegou a ser editor-chefe da revista de cinema SET e também fez parte da redação da revista Época. Atualmente Thomaz Pappon é correspondente da BBC Brasil e aparece no jornalismo da TV Bandeirantes devido à parceria feita com a filial da emissora estatal inglesa.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

A ofensiva da Band News FM

A Band News FM pouco a pouco vem apresentando sua nova estratégia para que seu projeto de rádio all news decole de vez. É o investimento em nomes conhecidos da grande imprensa e da televisão. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S. Paulo, terá intervenções diárias no principal jornal da emissora, comandado por Ricardo Boechat. Por sua vez, o ator Marcelo Tas terá participação diária e efetiva no jornalístico local das 18h, apresentado por Sheila Magalhães.

O desempenho da Band News no que diz respeito a audiência em São Paulo é modesto. Em vários levantamentos recentes do Ibope, ela aparece atrás da retransmissora da programação da Bandeirantes AM em 90,9Mhz. E muito longe de sua principal concorrente no segmento, a CBN FM. No ranking mais recente (divulgado pelo site Radioman e comentado aqui no Rádio Base), a emissora aparece na vigésima-quinta colocação, sendo pressionada pela Eldorado FM.

domingo, 22 de julho de 2007

Novidades nas Ondas Curtas

Após ser irradiado por um período de três anos e oito meses, o programa Nas Ondas Curtas da Guarujá Paulista será apresentado, pela última vez, neste sábado (21), a partir das 21h30min, no horário oficial de Brasília, pelas freqüências de 1550, 3385 e 5045 kHz. Ocorre que, a partir da segunda-feira (23), a emissora vai entrar em rede com o Sistema Globo de Rádio, passando a se identificar como Rádio Globo Santos. Assim, apenas seis horas diárias serão produzidas na Baixada Santista: entre 10h e 13h e das 17h às 20h, no horário oficial de Brasília. Nos demais espaços, a programação será em rede com o Sistema Globo de Rádio. Por isso, a desaparição do programa DX.

Em sua última edição, o programa Nas Ondas Curtas da Guarujá Paulista irá prestar uma homenagem ao diretor da emissora, jornalista Orivaldo Rampazo, por incentivar as escutas em ondas curtas. Também por aceitar a parceria com o DX Clube do Brasil, que resultou na produção e veiculação de cerca de 190 programas falando sobre DX e ondas curtas pela Guarujá Paulista.

O programa ainda irá relembrar das pessoas que ajudaram na produção e apresentação do mesmo com suas vozes. Enviará também saudações especiais para um grupo de pessoas de todo o mundo que valorizam e pesquisam as ondas curtas, tais como Carlos Gonçalves, de Portugal, Glenn Hauser e Jeff White, dos Estados Unidos, Arnaldo Slaen e Gabriel Barrera, da Argentina, José Miguel Romero e Manuel Méndez, da Espanha, Eduardo Peñailillo Barra, do Chile, Anker Petersen, da Dinamarca, Henrik Klemetz, da Suécia e muitos outros.

A produção, a cargo do DX Clube do Brasil, irá preparar um cartão QSL especial para a última edição do espaço Nas Ondas Curtas da Guarujá Paulista. Caso captar e enviar um relatório de recepção para a produção, o interessado poderá receber uma confirmação especial. É um QSL da produção do programa e não da própria emissora, que também poderá ser contactada para tal fim.

O interessado poderá enviar seu relatório por e-mail ou carta clássica contendo, inclusive, gravação da escuta em MP3, para: Caixa Postal 51, CEP: 90.001-970, Porto Alegre (RS), Brasil. E-mail: dx@romais.jor.br.

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O quê? Programa Nas Ondas Curtas da Guarujá Paulista
Quando? Sábado, a partir das 21h30min, no horário oficial de Brasília (0030 UTC de domingo)
Onde? Em 1550, 3385 e 5045 kHz.
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sábado, 21 de julho de 2007

O blog Rádio Base vê tv.

Nada mais que a obrigação

Vou pedir licença ao colega Marcelo Migliaccio para falar de televisão.

Como é do conhecimento de todos, uma equipe da TV Cultura, de São Paulo, foi a primeira chegar ao local do terrível acidente com o airbus da TAM.

Seu cinegrafista registrou o desespero de um casal que ficou preso numa marquise do prédio atingido. O que se soube depois é que a moça pulou para a morte, e o ato foi registrado.

A emissora pública paulistana divulgou nota se vangloriando de não ter exibido tais imagens e cedido as mesmas para outras emissoras de televisão.

Ora, como todos nós que trabalhamos com jornalismo sabemos, em coberturas de tragédias, fotografos e cinegrafistas fotografam e filmam imagens terríveis. O 11 de setembro foi um exemplo disso. Cada emissora de televisão, jornal ou agência de notícias

O que a TV Cultura nada mais fez que a sua obrigação, dentro de sua concepção do fazer televisão, em não exibir a cena e impedir que outros canais fizessem sensacionalismo em cima delas. O que pegou mal foi a autopromoção, o marketing em cima disso, com direito a nota oficial destacada em jornais e sites de notícias.

Vale lembrar que há poucos dias, a emissora foi objeto de críticas internas por ter exibido às 21h de um domingo o teleteatro "Billy - a Garota" (do dramaturgo Mario Bortolotto), com direito a cenas de strip-tease e tentativa de suícidio. Através de uma nota oficial, ela própria veio a público informar que errou ao exibir em horário nobre cedo um texto cuja temática, segundo a emissora, era mais adequada para um horário posterior, a partir das 23h.

Todo veículo de comunicação tem direito a ter suas dicussões internas sobre decisões editoriais e de conteúdo. No entanto, deve se tomar um grande cuidado para que as mesmas não se transformem em peças de propaganda.

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E por falar em sensacionalismo, recomendo evitar o programa "A Casa é Sua", da RedeTV", que vem exagerando no tom da cobetura deste acidente.

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Texto publicado originalmente no site Laboratório Pop

sexta-feira, 20 de julho de 2007

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Blog traz poesia em forma de podcast

É o que propõe Danny Larama em seu blog voltado a poesia e às Belas Artes em geral. Textos, fotos gravuras e imagens - além de sons e melodias - estão em exposição permanente no endereço -
http://dannylarama.blogspot.com/, e também no feed para o seu agregador
http://dannylarama.blogspot.com/feeds/posts/default?alt=rss

Até o rádio "se esqueceu" do Pan

Fica para um outro dia os rasgados elogios que iria fazer a cobertura que a Band News FM estava fazendo dos jogos Panamericanos. Em determinados momentos, a equipe sob o comando de Luis Megali, no Rio de Janeiro, chegava a transmitir as finais do Tae Kwon Do, nos quais ganhamos 4 medalhas. Enquanto isso, a CBN emitia apenas alguns boletins burocráticos a cada meia hora, sem ao menos informar o quadro de medalhas atualizado.

No dia em que ganhamos mais medalhas de ouro e chegamos ao terceiro lugar, quis o destino que uma grande tragédia se abatesse sobre São Paulo - a queda do avião da Tam sobre um prédio da própria companhia nas proximidades do aeroporto de Congonhas -Como era de se esperar, o acidente tirou os holofortes da Imprensa sobre as competições do Pan.

E é por isso, que nessa hora de comoção, que estendo esses agora discretos elogios a todas as emissoras que, diante do desastre aéreo, pararam tudo o que faziam e vararam madrugada a dentro dando todas as informações relevantes a seus ouvintes, tal como fez a Jovem Pan FM e a Eldorado FM, por exemplo.

Além de ter mandado sua programação normal para o espaço, as "Jovens Pans" - AM e FM - mandou toda sua equipe de repórteres para rua e para os principais pontos de interesse, acionou correspondentes em Porto Alegre e Brasília, monitorou a imprensa internacional e as agências de notícias, etc. Como era de se esperar, as duas emissoras fizeram jus ao seus slogans "a Jovem Pan não é só audiência. É também referência." Tá explicado.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Recado da Rádio Banzai

A RÁDIO BANZAI VAI ABALAR NO ANIME FRIENDS DESDE ANO COM MUITA MÚSICA E DIVERSÃO!

A palavra abalar é pouco para o que a Banzai vai fazer. Imagine estar no maior evento de animê do Brasil, e ainda curtindo sua rádio predileta, podendo conhecer os locutores, e ainda, ao invés de digitar recados pelo chat, ou ter que procurar seu pedido musical na lista, poder pessoalmente dar o seu recado, junto aos locutores da Banzai.

Gostou? E este é só o começo, no estúdio móvel da Rádio Banzai, serão feitas entrevistas com Tuatha de Danann, Pato Fu, Almah, Nobuo Yamada, Wada Kouji, Yoko Ishida, Mojo, Masaaki Endo e Hironobu Kageyama. Isso mesmo, todos eles, e você confere junto ao estúdio móvel da Primeira Rádio Oriental do Brasil!

E não pense que acaba aqui, a Banzai ainda vai te levar para conhecer seu artista predileto, nos bastidores do Anime Friends.

Isso tudo e muito mais, só na Rádio Banzai, que vai estar curtindo junto com você o Anime Friends, o maior evento de animê do Brasil! O estúdio móvel da Rádio Banzai estará no Anime Friends nos dias 14,15,19, 20, 21 e 22 de julho, das 10 às 21h.

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Parabéns à equipe de promoção da Rádio Banzai.

Para você que não está atualizado no mundo das rádios web, a Rádio Banzai era conhecida como Rádio Fênix 2. Enquanto a Fenix (1) era destinada aos brasileiros que moram no Japão, a Fenix 2 era justamente o contrário: Para os japoneses e descendentes que moram no Brasil, tocando durante 24h por dia o melhor do pop japonês (ou J-Pop, para os iniciados). Hoje, a Baizai segue o mesmo lema.

É muito importante para as rádios web colocarem sua cara na rua, em eventos. Isso serve para firmar a marca, manter contato próximo com os ouvintes e conquistar novos.

Baizai é uma expressão que significa algo como "vida longa" e é equivalente ao nosso "viva"! Então, vida longa para a Banzai.

http://www.radiobanzai.com.br/

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Senado promove audiência pública sobre o Rádio Digital

Corre que ainda dá tempo. Acompanhe pela TV Senado, Rádio Senado e plea internet ao vivo, a audiência pública sobre a implantação do rádio digital. Convidados: André Barbosa Filho, assessor especial da Casa Civil da Presidência da República, Rodrigo Barbosa, assessor especial da Abert e Lúcio Martins da Silva, professor de tecnologia digital da Universidade de Brasília.

Rádio Senado em Real Player
Rádio Senado pela Rádio Base
http://www.radiobase.org/
http://www.senado.gov.br/radio/

Maurício Kubrusly entevista Raul Seixas

Ouça e tente imaginar Maurício Kubrusly entrevistando Raulzito na Rádio Nova Excelsior FM, em 1982. Há 25 anos, direto do túnel da Rádio Base.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Vai tomar de novo (agora no original)

Veja aqui o clipe original com a atriz Cris Nicolotti (aquela do Shop Tour)

Veja o grande hit da Eliana

A música mais baixada da internet tinha que estar aqui também. Veja no seu tube.

Quem tem medo do podcast?

Você tem? Azar o seu. Não sabe o que está perdendo. Vamos colocar aqui uma lista dos melhores podcasts para vcoê baixar da internet e ouvir no seu ipod ligado no seu escutador de bolero.

Anota aí, orelhudo:
http://punkradio.podomatic.com

modulo 0105;
88 Não - Chefes de Estado;
Flicts - Briga de bar;
Speed twins - Speed twins;
Social Chaos - Desertar;
Diarréia Brutal - Cabeças Vazias;
Patife Band - Tô tenso;

modulo 0104;
X Granito - Queimando bandeiras;
Nostalgia 77 - Sonhar pra viver;
Carne Moída - Tropa de choque;
Makulla - As pessoas;
cepticos - Gritos Suburbanos;

modulo 0103;
Autogestão - Cracolândia;
Addicts - Viva La Revolution;
Antimídia - Submissão;
FDS - Mundo desumano;
Subviventes - Cachorro louco;

modulo 0102;
Periferia S/A - Devemos protestar;
DZK - Pedido a Natan;
Bisk8 - Joanna;
Garotos Podres - vomitaram no trem;
Finland Hardcore 05;
Má Postura - Isto é guerra;

Modulo 0101
Ação Direta - Massacre humano;
Harum Scarum - break out;
Mercenárias - Pânico;
Obtus - Sangue no olho;
Rua 25 - Cabeça Quadrada;
Pappa nikolau - seres humanos;

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http://djsoulflyer.podomatic.com

programa número 30
Daft Punk – Technologic (Digitalism Highway to Paris Remix)
David Morales feat. Lea Lurien – Better Than You Leave (Gadjo Remix)
Dub Deluxe – Sex on Sax (Sunlovers Remix)
Laurent Garnier - The Man With The Red Face (Svek Remix)
Daniela Mercury – Corcovado (Rio in Da House)
Azzido da Bass – Dooms Night (Timo Mass Mix)


programa número 29
Incognito – Always There (Masters At Work Remix '96)
George Michael – An Easier Affair (Too Much Fun Remix 2006)
Who the Funk – Shinny Disco Balls
The White Stripes – Seven Nation Army (Jence vs. Digitalism remix)
Queen of Japan – Wild Boys (Duran Duran cover)
Prydz vs Floyd – Proper Education

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http://crashrock.podomatic.com/
Programa número 40
Programa número 39
Programa número 38
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Uma FM Feliz

Atendendo a nossa solicitação, o leitor Anderson Diniz Bernardo trouxe mais informações sobre a Feliz FM, que aparece no relatório do Ibope com pouco mais de 3 mil ouvintes por minuto. A ele, nosso muito obrigado.

"Feliz FM é 88.5. Concessão de Mogi das Cruzes dos donos das rádios Laser e Cidade de Campinas.

Ela operou em caráter experimental em 88.5 como Laser FM, sem locutor - era um vitrolão popular: sertanejo e pagode, basicamente.

A igreja Paz e Vida alugou a rádio ainda em caráter experimental (se é que ia chegar a estrar) e ficou como 88.5 - Paz e Vida no ar.

Fizeram um concurso pra escolher o nome da rádio... de onde saiu esse nome.

Nem sei se ainda tá no ar... aqui em casa não tem nem sinal (moro na zona norte de São Paulo)".

terça-feira, 10 de julho de 2007

O ranking da audiência das FMs em SP

Virou tradição: o site Radioman traz mais um ranking atualizado com a audiência das FMs da grande São Paulo. Até quando, não se sabe. Certa vez o Ibope barrou a divulgação desses dados. Enquanto eles continuam divulgando, nós do Rádio Base continuamos comentando.

-O que mais chama a atenção neste mês é que a Tupi FM aparece como líder em um dos relatórios(no período compreendido entre 05h e 24h). Por sua vez, a Transcontinental FM é a primeira em outro levantamento (entre 06h e 19h). Ou seja, temos um tremendo empate técnico.

-Aliás, o Ibope poderia explicar porque existem essas diferenciações de horários nos relatórios.

-A Band FM, que vinha patinando nos últimos tempos, parece estar reagindo. No relatório 05h-24h, ela aparece bem colocada, na quinta posição, e com um aumento considerável no número de ouvintes. Hoje ela tem 142 mil ouvintes por minuto, aproximadamente. Talvez seja esse um dos motivos que mantiveram a "Hora do Ronco" na grade de programação.

-A atual preocupação da Band News FM (agora na vigésima-quinta colocação) é a Eldorado FM, que está em seus calcanhares. Fosse na Fórmula 1, Galvão Bueno diria que a diferência entre as duas é no visual.

-Alguém aí poderia informar como é a programação dessa Feliz FM, que aparece na trigésima-quinta colocação, com seus mais de 3 mil ouvintes por minuto?

segunda-feira, 9 de julho de 2007

O que o FLIP tem a ver com música?

Acabou mais uma edição do FLIP, Festival Literário Internacional de Paraty. Lobão representou, e muito bem, a classe musical onde a prioridade é para as letras, e não para os sons.

A cobertura do evento está em www.programakizumba.net/portfolio.htm, no quadro ESPECIAL FLIP 2007.

Boa leitura.

sábado, 7 de julho de 2007

A POLÊMICA DA NOVA BRASIL FM E A ARMAÇÃO DO "FUNK"

Alexandre Figueiredo

O Brasil tem ainda um espaço limitado à verdadeira música brasileira. Pode ser um fenômeno curioso, mas em termos de penetração na mídia e apelo popular, a Música Popular Brasileira - aquela que resultou na fusão da música de protesto dos CPC's da UNE, da Bossa Nova e do Tropicalismo, consistindo na música brasileira de alguma qualidade de hoje - , ou seja, a nossa MPB, virou o Rock Brasil da atualidade. Sim, porque um artista como Milton Nascimento, por exemplo, soa quase distante para o brasileiro médio do que Deep Purple.

Há rádios que, em formatos variados, dão espaço relativo à MPB. Em todo o país, existem sempre rádios que de uma forma ou de outra, incluem a MPB dentro do cardápio musical. Mas rádios especializadas, ou melhor, exclusivamente MPB, são muito raras.

Para piorar, há um tipo de música herdada do brega brasileiro (Waldick Soriano, Odair José) que se tornou hegemônica no país e que agora põe a própria MPB em segundo plano. Há locais no Brasil onde não há um artista local de MPB. Por outro lado, vemos uma enxurrada de tendências ligadas ao grotesco que, não satisfeitas em permanecer no establishment, querem agora vender a imagem falsa de "verdadeira cultura popular". A reboque disso, vários intelectuais estão falando bem dessas tendências, com uma insistência que lembra os antigos pregadores do IPES/IBAD, os dois institutos de fachada que contribuíram para a instalação da ditadura militar no país.

Essas tendências, que constituem o brega-popularesco, são o breganejo (Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo & Luciano), axé-music (Chiclete Com Banana, Babado Novo), forró-brega (Banda Calypso, Calcinha Preta), pagode romântico (Exaltasamba, Alexandre Pires), pagode pornográfico (É O Tchan, Gang do Samba) e "funk" (Tati Quebra-Barraco, DJ Marlboro), entre outros. Todos, de uma forma ou de outra, herdeiros de uma perspectiva pretensamente cultural lançada por Waldick Soriano, Odair José e respaldada principalmente por rádios comandadas por latifundiários e políticos de extrema-direita.

A música brega-popularesca é uma espécie de populismo musical orquestrado pelas grandes gravadoras, pelos donos de TV, pelos proprietários de terras. Sob o pretexto da origem pobre de seus ídolos (hoje estão até mais ricos do que a antiga elite da Bossa Nova e seus herdeiros), a música brega-popularesca passa a pretensa imagem da "verdadeira música popular". Ela nada tem a ver com MPB, mas quer tomar seu lugar. Quem lê autores como Umberto Eco, Milton Santos, Ruy Castro, José Ramos Tinhorão, sabe que a música brega-popularesca não é mais do que "cultura de massa", que era como os professores da Escola de Frankfurt (Alemanha), como Theodor Adorno e Walter Benjamin, se referiam à "cultura" como uma reles mercadoria trabalhada ou remoldada pelos meios de comunicação. Numa comparação aproximada, a cultura popular seria os horti-fruti-granjeiros, a "cultura de massa" seria os enlatados ou manufaturados que apenas imitam o sabor ou aroma dos horti-fruti-granjeiros.

Num país com crise de valores, com violência extrema cometida até pelas elites e com a corrupção cafajeste de políticos até de esquerda, a música brega-popularesca tornou-se a trilha sonora dessa bagunça toda, inclusive com o faz-de-conta de ídolos veteranos (Chitãozinho & Xororó, Harmonia do Samba, Daniel, Alexandre Pires, Gang do Samba, Zezé Di Camargo & Luciano etc.) que, quando ultrapassam o quinto CD depois de um desempenho comercial sem quedas, posam de "grandes nomes da MPB" com discos não menos medíocres que os anteriores, mas que tem a "crise" de (in)capacidade criativa compensada com covers oportunistas de sucessos da MPB. Afinal, têm dinheiro suficiente para comprar regravações tendenciosas e até para arrumar duetos encomendados com nomes da MPB como Zé Ramalho, Renato Teixeira, Zeca Pagodinho e Chico Buarque.

Diante desse efeito estufa da cafonice ameaçando a cultura nacional - que se perderá com essa gororoba sem identidade nacional, nem regional, nem cosmopolita - , é evidente que devemos ter mais rádios de MPB para reagir a esse sucateamento cultural e seus defensores acadêmicos com seus apês na Barra da Tijuca. A Nova Brasil FM tem defeitos evidentes: de fato, a linguagem Jovem Pan 2 nas vinhetas, a locução em cima das músicas, a restrição aos sucessos e medalhões e a presença até de locutores mauriçolas (como William Mayer, da escola Ruy Bala/Emílio Surita de rádio) baixam a cotação da Nova Brasil. Mas um ponto ela tem de bom: ainda não se rendeu ao canto de sereia de Zezé Di Camargo & Luciano, Chitãozinho & Xororó, Alexandre Pires e DJ Marlboro. Acredito que existem pressões para tal, e a Nova resiste. Mesmo com os dois filhos de Xororó invadindo o jet set da MPB pela porta da frente, a custa de alguns ingênuos padrinhos condescendentes.

O mais grave disso tudo é a armação do "funk carioca", que está enganando direitinho muita gente, incluindo até mesmo os cientistas sociais, pasmem. Tanto discurso bonitinho, que parece propaganda do Criança Esperança, e ninguém repara que o "funk" balança ao ritmo do plim-plim, porque a atual onda funkeira nada seria se não fosse a tutela EXPLÍCITA da Rede Globo de Televisão, que faz até mershandising com o ritmo. Será que ninguém percebe que até o DJ Marlboro é contratado da Som Livre? É tanta gente, cínica ou ingênua, achando que o "funk" ainda é underground (pode isso? querendo comparar o "funk" a, por exemplo, o ótimo mangue-beat. Mas, ouvindo um e outro, que diferença!! O "funk" tornou-se a maior fraude da história da música e o jabaculê mais rentável dos últimos cinqüenta anos. Não tenho o menor preconceito com coisa alguma, e a qualidade lamentável do "funk carioca" é algo que pude conhecer porque a vizinhança e o comércio das ruas toca muito esse gênero neo-brega.

O que devemos lutar é por mais rádios dedicadas à verdadeira Música Popular Brasileira. Falta as tendências mais antigas, como os velhos samba e baião. Faltam os nomes mais obscuros, as músicas menos conhecidas. Falta também um alcance maior da MPB no território nacional, para varrer do mapa sobretudo os Bruno & Marrone e Aviões do Forró que agora os latifundiários empurram para o povão. Ou para varrer nomes de triste lembrança como o baiano Chiclete Com Banana, cujo vocalista Bell Marques se envolveu até com sonegação fiscal.

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Estava na FLIP até ontem e o Lobão falou muitas coisas interessantes sobre a indústria fonográfica brasileira. Segunda eu apronto os textos e publico aqui.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Palestra com Geraldo Nunes

Dia 15 de Julho, domingo 10 da manhã, estaremos no Auditório do MAM - Museu de Arte Moderna - no Ibirapuera fazendo uma palestra sobre nosso trabalho na Rádio Eldorado, sobrevoando a cidade em helicópteros.

Esta palestra integra o projeto Estação Férias de Inverno da Rádio Eldorado. Conto com a presença de todos, mas para isso é preciso uma inscrição antecipada pelo site: www.radioeldorado.com.br.

Desde já agradeço a presença de todos,

Geraldo Nunes.

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Já assistí a uma palestra do Geraldo Nunes (dá pra buscar o relato aqui no blog) e recomendo. É um profissional ímpar no rádio, merece a nossa presença.

terça-feira, 3 de julho de 2007

O (novo) fim da Bizz

O que vinha se especulando no mercado editorial foi confirmado numa nota do jornalista Lúcio Ribeiro em seu blog: a Bizz como revista deixa de existir a partir da edição que traz Los Hermanos na capa. Existe a promessa de que o site continua no ar, com atualizações constantes, mas por enquanto é apenas uma promessa.

Nessa nova fase, a Bizz deu alguma importância ao rádio. Talvez um dos poucos veículos tradicionais ao se preocupar com esse assunto. Em agosto de 2006, ela trouxe uma extensa reportagem-pensata assinada por Ricardo Schott sobre seu papel como lançador de novidades musicais em meio a revolução causada pelo consumo da música digital. A revista também divulgou vários projetos radiofônicos pelo país, seja via web ou no dial.

Discutir a questão editorial dessa nova fase da Bizz é chover no molhado. Ao acompanhar a comunidade no Orkut que reune leitores e ex-colaboradores, dá para perceber que assim como existem 180 milhões de técnicos da seleção brasileira em época de Copa do Mundo, existem também 180 milhões de editores de revistas musicais. Cada um tem a sua fórmula. O díficil é achar um consenso que agrade a todos.

O que matou a Bizz foi a falta de divulgação. Infelizmente, a Abril não trabalhou esse retorno como deveria. Numa entrevista concedida ao Observatório da Imprensa, o então editor-chefe Ricardo Alexandre dizia: "minha impressão é que a base de leitores históricos da Bizz se dividiu em dois grupos, não necessariamente iguais. Um grupo é o dos que todo mês iam até a banca e perguntavam se a revista voltaria. Esses caras a gente já atingiu e eles estão ajudando a divulgar a revista. Todo o nosso esforço a partir de agora é para atingir o outro grupo dessa base, a de pessoas que nem sabem que a Bizz voltou, porque não freqüentam bancas de jornal ou porque estão alheias a esse universo editorial-musical".

Para se atningir a esse segundo tipo de público citado por Ricardo, somente com publicidade. A Bizz tinha algumas iniciativas, mas apenas no âmbito da Internet, como o podcast disponível no site. Faltaram spots em rádio, cartazes especiais para bancas de jornais, outdoors (como a Abril faz com várias de suas publicações) entre outras coisas. Não por acaso, a Rolling Stone Brasil, apontada como sua principal concorrente, utilizou alguns desses expedientes de divulgação, em especial, comerciais em rádios como a Kiss FM, Mix e Eldorado.

Fica a grande lição: propaganda ainda é a alma do negócio.

O mico da semana: Cultura FM tira 17 programas do ar!!!

Da Redação Portal IMPRENSA

A Rádio Cultura FM tirou do ar, nesta segunda-feira, dia 2, 17 programas. O primeiro a sair da grade foi o “Diário da Manhã”, do jornalista Salomão Schvartzman. O programa era o que dava maior audiência à rádio e possuía quatro anunciantes. A emissora nega que tenha havido motivação ideológica na mudança. Segundo a assessoria da TV Cultura, a medida faz parte de uma “reformulação” que irá priorizar espaço para música erudita e acabar com a exibição de anúncios comerciais.

A nova programação, que passa a ser transmitida também a partir desta segunda-feira, será composta exclusivamente por música erudita, o que, segundo a assessoria, faz parte dos objetivos estabelecidos desde a sua fundação. Outra novidade é a supressão do cargo de diretor da Rádio Cultura AM e FM. O novo “Núcleo Rádio”, como foi chamado, será coordenado pela jornalista Gioconda Bondon, que já atuava na Cultura FM, desde 2005, no programa Estação Cultura. Além destas mudanças, a Rádio Cultura FM também passa a fornecer seus conteúdos via internet. Até a semana passada, o acesso via web era limitado, porém, uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) possibilitou o acesso ilimitado.

Apesar das mudanças, a emissora garante que a equipe de programadores, jornalistas, locutores e coordenadores das rádios Cultura AM e FM continuará a mesma, com algumas reformulações. Confira abaixo a lista de programas que saíram do ar:

“A Voz Popular”
"A Canção Francesa”
“A Canção Americana”
“A Canção Italiana”
“Todos os Cantos”
“Crossover”
“O Som do Brasil”
“Veredas”
“Linha Imaginária”
“Estação Cultura”
‘Diário da Manhã”
“Sábado Perfeito”
“Mapa Múndi”
“Jazz Concert”
“Observatório da Imprensa”
“A Quarta Parede”
“Cinema Falado” (edição de sábado)

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Que ninguém se engane: infelizmente deve haver demissões, sim. Ninguém tira programas do ar, muito bons por sinal, se não está cortando custos. E o que acontecerá com aqueles que ocupavam cargos de diretoria na rádio, que agora foram extintos? Ficarão na famosa NASA? E o Quico? E quico fato de se tocar MPB e música popular de alta qualidade numa rádio de música erudita atrapalharia a "verdadeira vocação da emissora desde o início"? O que será feito dos produtores desses programas cortados? Vão todos para o AM? Creio que não. Há algo muito esquisito no reino da Água Branca. Muda-se de presidente e uma das primeiras atitudes é.....transformar a rádio praticamente num vitrolão erudito? Humm....Será que a crise na Fundação Padre Anchieta voltou com tudo? Ou será pressão do governo para indicar seus simpatizantes à direção da entidade, como aliás, é de praxe, desde que a instituição existe?

Essas mudanças teriam sido determinadas pelo novo presidente? Se for, é decepcionante - decepcionante mesmo - ver que uma pessoa de pensamentos tão avançados e de ilibada reputação como profissional, como parece ser o caso do atual, tem uma visão estreitíssima do que é rádio educativa. Posso até imaginar este senhor dizer "A Cultura FM só serve pra tocar música clássica (sic), seja lá o que for. A Cultura AM usaremos para falar de educação (com e bem minúsculo). Imaginar algo melhor do que isso me faz doer a cabeça. É tão complicado...". Lamentável mesmo. Só falta voltarmos ao tempo de aulas do projeto Mobral no rádio, que era até bem intencionado, mas ninguém ouvia.

Agora é esperar que a próxima administração seja mais competente no quesito rádio educativa, já que como patrocindores da Fundação Padre Anchieta só podemos nos limitar a ouvir estas sandices ou desligar o rádio. Uma pena. Pena mesmo.

Reviravolta: A Hora do Ronco continua no ar

Até que se mudem os humores pelos lados do Morumbi, o programa "A Hora do Ronco" continua no ar pela Band FM. Abrir mão de um programa com 20 anos de transmissões ininterruptas seria uma tremenda idiotice. Pedro Luiz Ronco não tem nada a ver com a má fase vivida pela principal emissora de FM do Grupo Bandeirantes.