Da Redação Portal IMPRENSA
A Rádio Cultura FM tirou do ar, nesta segunda-feira, dia 2, 17 programas. O primeiro a sair da grade foi o “Diário da Manhã”, do jornalista Salomão Schvartzman. O programa era o que dava maior audiência à rádio e possuía quatro anunciantes. A emissora nega que tenha havido motivação ideológica na mudança. Segundo a assessoria da TV Cultura, a medida faz parte de uma “reformulação” que irá priorizar espaço para música erudita e acabar com a exibição de anúncios comerciais.
A nova programação, que passa a ser transmitida também a partir desta segunda-feira, será composta exclusivamente por música erudita, o que, segundo a assessoria, faz parte dos objetivos estabelecidos desde a sua fundação. Outra novidade é a supressão do cargo de diretor da Rádio Cultura AM e FM. O novo “Núcleo Rádio”, como foi chamado, será coordenado pela jornalista Gioconda Bondon, que já atuava na Cultura FM, desde 2005, no programa Estação Cultura. Além destas mudanças, a Rádio Cultura FM também passa a fornecer seus conteúdos via internet. Até a semana passada, o acesso via web era limitado, porém, uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) possibilitou o acesso ilimitado.
Apesar das mudanças, a emissora garante que a equipe de programadores, jornalistas, locutores e coordenadores das rádios Cultura AM e FM continuará a mesma, com algumas reformulações. Confira abaixo a lista de programas que saíram do ar:
“A Voz Popular”
"A Canção Francesa”
“A Canção Americana”
“A Canção Italiana”
“Todos os Cantos”
“Crossover”
“O Som do Brasil”
“Veredas”
“Linha Imaginária”
“Estação Cultura”
‘Diário da Manhã”
“Sábado Perfeito”
“Mapa Múndi”
“Jazz Concert”
“Observatório da Imprensa”
“A Quarta Parede”
“Cinema Falado” (edição de sábado)
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Que ninguém se engane: infelizmente deve haver demissões, sim. Ninguém tira programas do ar, muito bons por sinal, se não está cortando custos. E o que acontecerá com aqueles que ocupavam cargos de diretoria na rádio, que agora foram extintos? Ficarão na famosa NASA? E o Quico? E quico fato de se tocar MPB e música popular de alta qualidade numa rádio de música erudita atrapalharia a "verdadeira vocação da emissora desde o início"? O que será feito dos produtores desses programas cortados? Vão todos para o AM? Creio que não. Há algo muito esquisito no reino da Água Branca. Muda-se de presidente e uma das primeiras atitudes é.....transformar a rádio praticamente num vitrolão erudito? Humm....Será que a crise na Fundação Padre Anchieta voltou com tudo? Ou será pressão do governo para indicar seus simpatizantes à direção da entidade, como aliás, é de praxe, desde que a instituição existe?
Essas mudanças teriam sido determinadas pelo novo presidente? Se for, é decepcionante - decepcionante mesmo - ver que uma pessoa de pensamentos tão avançados e de ilibada reputação como profissional, como parece ser o caso do atual, tem uma visão estreitíssima do que é rádio educativa. Posso até imaginar este senhor dizer "A Cultura FM só serve pra tocar música clássica (sic), seja lá o que for. A Cultura AM usaremos para falar de educação (com e bem minúsculo). Imaginar algo melhor do que isso me faz doer a cabeça. É tão complicado...". Lamentável mesmo. Só falta voltarmos ao tempo de aulas do projeto Mobral no rádio, que era até bem intencionado, mas ninguém ouvia.
Agora é esperar que a próxima administração seja mais competente no quesito rádio educativa, já que como patrocindores da Fundação Padre Anchieta só podemos nos limitar a ouvir estas sandices ou desligar o rádio. Uma pena. Pena mesmo.
4 comentários:
A, legal ... eu tô sem reação agora, acho que mais tarde devo sofrer insônia ou alguma dor de cabeça ou crise de choro ... os caras acabaram com os dois melhores programas de jazz do rádio brasileiro (o jazz concert e o linha imaginária, estupendo), e acabaram com um dos melhores jornalísticos ... mas claro, emissora educativa é outra coisa, sou eu que sou mal educado por gostar dos programas legais da rádio ... afinal até aché é preferível ao jazz, e cidade alerta, por exemplo, é ifinitamente melhor do que o diário da manhã ... sim, realmente a rádio cultura fm estava ficando assim pop, vulgar eu diria, e por isso mesmo pessoas odiáveis que faziam programas odiáveis foram felizemente arrancadas do ar elininando assim uma audiência odiável e medíocre como por exemplo a minha.
Um brinde a cordenação da cultura de sampa! Conseguiram acabar com a única chanse que a rádio tinha de crescer conquistando audiência qualificada ... a, quando crescer eu também quero ser um diretor ou coordenador prá fazer uma m... dessas e depois ir tomar alguns drinks feliz da vida porque fiz o meu melhor para a tão por mim estimada emissora que irei dirigir ...
Desculpa o desabafo, mas que droga! Que droga!! .....!!!!
Marlon
p.s. A Bande querendo acabar com um dos únicos programas que prestam nela, a cultura brincando de destruir uma das melhores rádios nacionais ... o que virá proximamente? Acabar com o rádio no Brasil não é tão complicado assim, gente, desliguem os transmissores das emissoras e deixem o dial vazio ... é melhor fazer isso e acabar com o rádio de uma vez do que ir fazendo como Jack, o assougueiro, cortando tudo o que é bom pedacinho por pedacinho, lentamente ...
O Observatório da Imprensa foi para a Cultura AM.
O Marlon falou tudo!
O Observatório foi para o AM. Menos mal... e os programas de jazz, que me fizeram não só conhecer jazz como acabar com o ranso que eu tinha com a Cultura FM justamente por achar que era um vitrolão erudito?
Acabam também a música instrumental brasileira, a world music, a diversidade, as novas experiências, a função da rádio apresentar música pra quem quer conhecer música, o comentário, a "alma". Acaba tudo!
Lamentável!!! Quando estava me acostumando a ouvir a Cultura, tudo que fazia a rádio valer a pena vai pro saco.
Acho que todo mundo esperava bem mais do Markun.
É bom que pelo menos agora dá pra justificar que os 103.3 é uma freqüência que ninguém ouve, se quiserem acabar de vez com a rádio.
Meu Deus, repudio vorazmente a medida tomada pela nova coordenação da Cultura FM, eliminando, não só da própria programação, mas da programação do rádio brasileiro, um dos melhores conjuntos de programas. Já tem vários dias que tento escutar o "diário da manhã" e fiquei imaginando que algum contratempo estivesse im pedindo Salomão de realizar o programa.
Retorno à proposta principal da rádio não é argumento, ninguém contestaria que a rádio oferecia música da mais alta qualidade. É pena que uma atitude tão média tenha causado um dano tão grande à programação do rádio e da imprensa brasileiros. Tomara que haja volta.
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