O que vinha se especulando no mercado editorial foi confirmado numa nota do jornalista Lúcio Ribeiro em seu blog: a Bizz como revista deixa de existir a partir da edição que traz Los Hermanos na capa. Existe a promessa de que o site continua no ar, com atualizações constantes, mas por enquanto é apenas uma promessa.
Nessa nova fase, a Bizz deu alguma importância ao rádio. Talvez um dos poucos veículos tradicionais ao se preocupar com esse assunto. Em agosto de 2006, ela trouxe uma extensa reportagem-pensata assinada por Ricardo Schott sobre seu papel como lançador de novidades musicais em meio a revolução causada pelo consumo da música digital. A revista também divulgou vários projetos radiofônicos pelo país, seja via web ou no dial.
Discutir a questão editorial dessa nova fase da Bizz é chover no molhado. Ao acompanhar a comunidade no Orkut que reune leitores e ex-colaboradores, dá para perceber que assim como existem 180 milhões de técnicos da seleção brasileira em época de Copa do Mundo, existem também 180 milhões de editores de revistas musicais. Cada um tem a sua fórmula. O díficil é achar um consenso que agrade a todos.
O que matou a Bizz foi a falta de divulgação. Infelizmente, a Abril não trabalhou esse retorno como deveria. Numa entrevista concedida ao Observatório da Imprensa, o então editor-chefe Ricardo Alexandre dizia: "minha impressão é que a base de leitores históricos da Bizz se dividiu em dois grupos, não necessariamente iguais. Um grupo é o dos que todo mês iam até a banca e perguntavam se a revista voltaria. Esses caras a gente já atingiu e eles estão ajudando a divulgar a revista. Todo o nosso esforço a partir de agora é para atingir o outro grupo dessa base, a de pessoas que nem sabem que a Bizz voltou, porque não freqüentam bancas de jornal ou porque estão alheias a esse universo editorial-musical".
Para se atningir a esse segundo tipo de público citado por Ricardo, somente com publicidade. A Bizz tinha algumas iniciativas, mas apenas no âmbito da Internet, como o podcast disponível no site. Faltaram spots em rádio, cartazes especiais para bancas de jornais, outdoors (como a Abril faz com várias de suas publicações) entre outras coisas. Não por acaso, a Rolling Stone Brasil, apontada como sua principal concorrente, utilizou alguns desses expedientes de divulgação, em especial, comerciais em rádios como a Kiss FM, Mix e Eldorado.
Fica a grande lição: propaganda ainda é a alma do negócio.
2 comentários:
aí eu pergunto: não seria mais adequado corrigir essas falhas, antes de tirar a revista mais uma vez de circulação?
Com certeza, Anderson. O problema é convencer a chefia disso.
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