Comunicado importante: a partir de hoje, as nossas contagens de audiência, bem como nossas análises radiofônicas, poderão ser vistas e curtidas em nosso novo endereço no Twitter -
A maioria dos internautas que acompanham o programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, pelo seu canal no You Tube, rejeitou a entrevista promovida pela atração com Glenn Greenwald, responsável pela reportagem do site Intercept que vazou supostas conversas entre o então Sergio Moro e Deltan Dallagnol, coordenador da Força Tarefa da Operação Lava Jato.
Mesmo com a participação da colunista Vera Magalhães, titular do programa "3 em 1", também da Jovem Pan, e a insatisfação do âncora Emílio Surita com as respostas evasivas do convidado, até o fechamento desta postagem, cerca de 54% dos telespectadores da plataforma que se manifestaram deram "dislike" na ferramenta que indica aprovação ou rejeição ao conteúdo exibido.
Depois de tantos anos com notícias ruins no mercado de televisão, quem sabe esta talvez seja a primeira de uma série de boas novidades que teremos neste ano no campo das comunicações? A julgar que uma grande emissora como a CNN finalmente resolve apostar no mercado brasileiro com muito atraso, diga-se de passagem, é de se esperar que outros concorrentes de peso no exterior criem coragem também e, quem sabe, venham querer disputar o mercado da informação aqui.
Trata-se de uma aposta ousada - afinal a base de assinantes das operadoras de TV por assinatura vem diminuindo nos últimos cinco anos, graças à concorrência das novas plataformas digitais, serviços de "streaming" e até mesmo da televisão aberta, que acaba por replicar na TV fechada os seus ainda altos índices de audiência.
Entretanto, as novas formas de consumir informação - em computadores, notebooks, tablets, smartphones, tv conectadas na internet, etc - por meio de streaming, plataformas de vídeo, podcasts, webradios, postagens de textos e imagens nas redes sociais e os "bons e velhos" blogs, abrem um cem número de possibilidades para o telespectador/ouvinte/internauta se atualizar sobre os diversos assuntos por infinitas fontes de informação. Ganhará sua audiência o veículo que estiver mais bem estruturado, tratar a notícia com profissionalismo, precisão, profundidade e rapidez, que é necessário na imprensa nos dias de hoje. Veículos que estão aí no mercado há anos levam certa vantagem, mas há de se menosprezar a "pequena mídia", feita quase de forma "artesanal e caseira".
Em sua biografia, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, ex-vice-presidente de operações da Rede Globo por quase três décadas, prevê que o futuro da televisão será cada vez mais a transmissão de eventos ao vivo, sobretudo os jornalísticos. A tendência, segundo ele, é mostrar o que está acontecendo naquele instante, em qualquer parte do mundo. Conteúdos como filmes, desenhos animados, séries televisivas, e outros que sejam pré-gravados, poderão ter menos espaço ou até mesmo migrar para outros tipos de veículos. Em um país-continente como o nosso, com tantas diferenças regionais profundas e até locais, é possível que esse prognóstico não se concretize por inteiro.
De qualquer maneira a demanda por conteúdo televisivo de um modo geral por parte do público brasileiro é enorme. Caso o país consiga retornar aos trilhos do desenvolvimento econômico, mais empresas de mídia poderão ser criadas ou virão também se instalar por aqui. É uma previsão um tanto quanto otimista, mas o surgimento de um canal brasileiro da CNN, ainda que por meio de "joint-venture", autoriza qualquer analista a pensar assim.
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Vice-presidente de jornalismo deixa a Record para criar a CNN Brasil
O setor de televisão por assinatura do país contará com mais um canal de notícias a partir do segundo semestre. Trata-se da CNN Brasil, que surge a partir do licenciamento feito pelo grupo liderado pelo empresário Rubens Menin e o jornalista Douglas Tavolaro. Com o novo desafio, Tavolaro se desligou do cargo de vice-presidente de jornalismo da Record TV nesta segunda-feira, 14. Além de marcar presença no line up das principais operadoras de TV, a CNN Brasil promete ser ativa em ambiente online. “Canal de notícias multiplataforma” é a forma pela qual o projeto é definido por seus idealizadores. Para isso, a marca tende a seguir os passos da empresa responsável pelo licenciamento no âmbito nacional. A CNN norte-americana conta, por exemplo, com perfis em Facebook, YouTube, Twitter e Instagram — além de site oficial. Com o acordo com a CNN International Commercial (CNNIC), a futura emissora hard news do Brasil contará com os conteúdos produzidos pelas mais diversas praças do conglomerado de mídia espalhadas pelo mundo. O acordo, no entanto, prevê a manutenção das operações da CNN International e a CNN en Español. Comunicado enviado à imprensa informa que as duas divisões não fazem parte do negócio selado para o mais novo negócio. Movimentando o setor - A chegada da CNN Brasil deve movimentar o mercado da comunicação do país. Informações dão conta de que a empresa pensa em contar com ao menos 400 jornalistas em sua estreia. Apuração da reportagem do Portal Comunique-se indica que o processo seletivo será aberto ao decorrer das próximas semanas. Além de comunicadores, a lista de vagas contemplará profissionais de parte técnica e administrativo. A ideia principal é “recrutar e treinar jornalistas e equipes de produção”. Sob comando de Rubens Menin e Douglas Tavolaro, a CNN Brasil visará a produção de conteúdo informativo. Vinte quatro horas por dia. Sete dias por semana. Para isso, o projeto terá redações em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Fora o espaço na TV por assinatura e nas mídias digitais, a marca pretende ser reconhecida como agência de notícias. Além da estrutura, o projeto terá correspondentes internacionais em seus quadros de colaboradores. (Leia mais clicando aqui)
Se a Band TV, ao que parece, ainda não bateu o martelo quanto a cobertura da Copa 2018, o mesmo não acontece com o Grupo Band de Rádio. Querendo repetir o sucesso que fez na cobertura das Olimpíadas 2016, as emissoras comandadas por Johnny Saad estão fazendo o que se espera de um grande grupo de mídia em eventos deste tamanho.
Ao contrário do que fizeram dois anos atrás, em que usaram a Band News FM, a Rádio Bandeirantes e extinta Bradesco Sports FM, para o mundial da Rússia todas as emissoras foram "convocadas" para a transmissão dos jogos, inclusive as musicais Band FM, Nativa FM e a também jornalística Rádio Trânsito.
E mais: a presença nas redes sociais e na internet promete ser intensa. De hora em hora, um dos membros da equipe de 15 profissionais enviados à sede da Copa aparece ao longo da programação de alguma das rádios para trazer notícias direto de Moscou ou de onde a Seleção Brasileira estiver. Os programas voltados para o mundial podem ser vistos, ouvidos e revistos tanto pelo Facebook, como pelo Youtube.
Desta maneira, o Grupo Band diminui a diferença que os separava de outras emissoras na web, como a Jovem Pan News e o canal de vídeo da Super Rádio Tupi. Este analista aposta que, esta Copa de 2018, é a "senha" que fará com que a Rádio Bandeirantes comece a brigar de igual para igual com a "arquirrival" Jovem Pan que, em termos de presença nas principais redes sociais, está há anos luz das emissoras do Morumbi. A emissora capitaneada por Tutinha, em algumas ocasiões ultrapassou a marca de 80 mil internautas assistindo a sua transmissão apenas pelo You Tube, durante a cobertura jornalística em áudio e vídeo, ao longo de mais de 12 horas, do dia 6 de abril último, em que seus repórteres acompanharam "in loco" a prisão do ex-presidente Lula por sua condenação no processo da "Lava Jato".
Ainda sim, mesmo sendo uma corporação que inclui vários canais de televisão, o grupo Band ainda tem muito o que aprender em termos de transmissão de imagens pelas redes sociais na internet com um certo Nilton Travesso, "o mago do vídeo" da Jovem Pan. Na edição de ontem o programa "De Primeira", da Bandeirantes foi visto por apenas 236 internautas pelo You Tube, ao passo que "Esporte em Discussão", é assistido ao vivo em média por 15 mil pessoas na mesma plataforma pelo canal da Pan Sports.
Depois de um longo (e bota longo nisso) tempo de espera, a Rádio Bandeirantes inaugura seu novo portal. Com um novo design mais simples e moderno, este sítio oficial pretende atingir aquele público que o acessa principalmente pelos smartphones e dispositivos móveis, ainda que seja por meio dos navegadores (Chrome, Safari, Ópera, Explorer, Firefox, etc).
As informações estão muito mais fáceis de ser encontradas, muito embora alguma delas estejam menos completas do que na versão antiga. Um exemplo são os contatos das produções dos programas, bem como a de seus profissionais responsáveis. Em vez disso, a Band quer que a sua audiência fale com ela através apenas do irritante formulário. Não entendi por que não dar as duas opções de contato. Para quem sempre reclamou da anacrônica "Voz do Brasil", tal expediente de dar apenas uma única opção ao ouvinte me parece igualmente antipática. Quem sabe um dia o "pessoal da informática da firma", acerta essa parte não é mesmo?
Outra novidade que chama a atenção é a lista da equipe. De fato ficou mais simples e legível. O nome de todos os funcionários e colaboradores numa única página. Infelizmente são poucos os profissionais que são descritos por sua função. Será que todos eles terão de fazer "de tudo um pouco" daqui em diante tal qual acontece em uma famoso restaurante de "comida rápida". É bem verdade que em emissoras menores e as do interior é comum um radialista desenvolver diversas funções pois a equipe é naturalmente enxuta por questões financeiras e por questões de concepção do projeto radiofônico - como é o caso de sua irmã caçula, a Band News FM . Em uma rádio como a Bandeirantes, teme-se que um quadro tão reduzido de colaboradores comprometa a qualidade de áudio e de conteúdo da emissora. Afinal, não consegui identificar o nome de algum profissional exclusivamente da área técnica-operacional. Será que essas funções foram extintas na última "atualização" do organograma? Ou será que a emissora acha que eles não mereçam ser mais citados nem ao menos na sua página oficial?
Porém vale a pena destacar outros pontos positivos do novo site da Bandeirantes como, por exemplo, a página de podcasts para que o ouvinte possa acompanhar o que fora veiculado durante o dia e a semana. Embora não pareça trata-se de uma parte importante porque é ali estão disponíveis o acervo recente da emissora, que é a alma de qualquer veículo de comunicação. Entre as emissoras paulistas, creio até que entre as emissoras brasileiras, a Bandeirantes um das que mais bem preserva os seus arquivos por meio do CEDOM - Centro de Documentação e Memória - comandada pelo experiente Milton Parron. E mais: é a única emissora em São Paulo, quiçá do Brasil, que diariamente veicula gravações históricas importantes, não só na área do jornalismo e do esporte, mas também do setor de entretenimento, que bravamente resiste dentro da emissora líder do Grupo Band Rádios.
Rádio com imagem nas redes sociais - Por fim, vamos às redes sociais. O destaque é o instagram, que sempre conta com fotos bem tiradas do que acontece na rádio e cartazes que chamam para as atrações da programação. No twitter, a Bandeirantes consegue colocar com certa agilidade os principais fatos retratados em seu noticiário com links que remetem direto à página de cada notícia, com texto e áudio. A fan page, embora seja mais confusa, não fica muito atrás. E o whatsapp parece ser usado com relativa facilidade por seus ouvintes para enviar mensagens instantâneas de áudio e texto.
Há quem diga que o futuro do rádio é a webtv. A Bandeirantes parece discordar dessa previsão. Ao contrário da sua arquirrival Jovem Pan, o canal de youtube da emissora só disponibiliza para o internauta entrevistas e coberturas que considera realmente relevantes, como uma recente entrevista do presidente Michel Temer.
Raramente, a Bandeirantes se dispõe a transmitir seus programas ao vivo por esta rede social. Prefere o "live" em vídeo do Facebook, que é muito mais ágil e prático. Por algumas vezes, algumas transmissões foram comprometidas porque se preocuparam tanto com a qualidade da imagem, que se esqueceram de transmitir alguns programas com a mesma qualidade de áudio. Soou patético, para uma emissora cujo grupo possui alguns canais de televisão.
Quero crer que isso seja circunstancial e com o tempo esses problemas serão resolvidos. O importante é que a Bandeirantes, apesar de alguns erros e de mudanças tão drásticas em seu negócio, ainda não descuidou do principal: o conteúdo informativo.
Após realizar alguns testes, o site SóNotíciaBoa anunciou o lançamento oficial de sua lista de transmissão pelo aplicativo de conversação WhatsApp. A novidade foi apresentada no início deste mês e tem como missão entregar o conteúdo do site comandado pelo jornalista Rinaldo de Oliveira diretamente nos smartphones dos leitores.
Ao anunciar a novidade, o site reforça que a ideia não se trata de um grupo cheio de comentários e que o telefone de quem estiver na lista também não ficará apitando o tempo todo. “Trata-se de um canal exclusivo para você receber nossas notícias boas – apenas receber – ao longo do dia. Lê se quiser, compartilha se quiser”, informa o SNB.
Para se cadastrar na lista de transmissão, conforme o próprio site anunciou, basta adicionar o número do SóNotíciaBoa na lista de contatos – o telefone é: (61) 9 9693-9582. Depois de salvar o contato, é só entrar no WhatsApp, abrir conversa com o SNB e mandar um “oi”. Pronto, agora é só aproveitar os conteúdos recebidos.
“A gente põe seu número na lista de transmissão do SNB e você passa a receber nossas notícias no seu smartphone todo dia, com toda comodidade. E ainda fica mais fácil pra você compartilhar notícia boa com seus amigos, pra melhorar o dia deles também”, declaram os responsáveis pela iniciativa. (Portal Comunique-se)
Neste exato momento, a banda CPM 22 acaba de entrar no "Palco João Rock", do já tradicional megafestival de rock de Ribeirão Preto, no interior paulista. A partir das 22h, vão se apresentar Pitty, Capital Inicial, o Rappa, Emicida (?), Lenine, Zé Ramalho, Alceu Valença, e muitas bandas alternativas. A 89 FM está transmitindo o evento pelos 89,1 MHz de São Paulo e pelas redes sociais. Acompanhe aqui a transmissão pelo youtube
Dizia um filósofo que uma das piores consequências da pena de morte é exigir o trabalho de um carrasco – como profissão, que não dignifica nenhum ser humano. Por analogia, eu identifico um problema ético muito parecido em nosso capitalismo subdesenvolvido, com o papel dos chefetes escalados para, a qualquer custo, reequilibrar as finanças de alguns jornais e emissoras de rádio. Ou, talvez, de muitas outras empresas além das Comunicações.
Reconheço o tamanho do desafio que o mundo enfrenta com a mudança de paradigmas tecnológicos. Mas, no Brasil, as tentativas de solução têm sido desastrosas. Como dizia um personagem de Eça de Queiroz sobre certo médico: “com ele, se o paciente não morre pela doença, morre pela cura”.
Mas, no meu caso pessoal, acabo de viver uma situação triste ao sair da CBN, depois de uma década, ao deixar uma emissora extraordinária, construída pela associação do trabalho de grandes profissionais e uma grande líder, Mariza Tavares ao longo de mais de 14 anos.
Esta é a primeira vez que eu falo aqui sobre o conteúdo da carta que escrevi a Ricardo Gandour, diretor executivo da CBN e que vazou para a internet sem nenhuma participação minha.
Afirmo, em primeiro lugar, que ela foi escrita exclusivamente para registrar os fatos que me levaram a recusar um contrato inaceitável que me foi oferecido – não apenas pela forma de remuneração baseada em percentual da publicidade eventual de meu programa – mas, acima de tudo, pela redução da frequência de cinco comentários semanais (de segunda a sexta-feira) para apenas um programa de 30 minutos, no fim de semana.
O argumento cínico usado por Ricardo Gandour para reduzir ou praticamente sepultar meus comentários diários sobre tecnologia digital foi o de que eu “teria dificuldade para encontrar novidades tecnológicas para comentar todo santo dia”. Nem Gandour acredita numa bobagem desse tipo, em especial com relação às tecnologias digitais, cujas inovações explodem a cada minuto.
Tudo que disse a Ricardo Gandour se baseia em fatos concretos, cujas consequências eu senti na pele. E, curiosamente, em 50 anos de jornalismo, nunca tive um chefe tão hostil e fechado ao diálogo. Ao sair da CBN, por minha decisão, depois de 10 anos, escrevi uma carta não para ofendê-lo, mas para – talvez ilusoriamente – tentar dizer-lhe que ele poderia mudar, que poderia rever seus princípios e pontos de vista como executivo, em especial como executivo de emissoras de rádio (campo em que nunca havia trabalhado antes).
Por que divulgo e comento aquela carta, agora?
Num primeiro momento, fiquei constrangido com a divulgação de minha carta a Gandour, sem nenhuma participação de minha parte. Depois, recebi um telefonema de Sidney Rezende, pedindo que confirmasse o conteúdo e a fidelidade do texto que lhe havia chegado pela internet. Confirmei e achei que, talvez, pudéssemos usá-la como um bom material para reflexão sobre o terrível papel dos chefetes nos jornais e nas emissoras de rádio e TV. Armados de facão, os mais eficientes agem como aqueles algozes do Estado Islâmico, que degolam friamente seres humanos perante o mundo.
Para quem não leu e tem interesse no tema, aqui vai a íntegra do texto de 02 de abril 2017 e não 02-01 (janeiro)-2017, como digitei equivocadamente:
“Prezado Ricardo Gandour Nesta altura de minha vida, com maior experiência acumulada, posso dizer-lhe algumas verdades relacionadas com o meu trabalho. Meu propósito é unicamente contribuir para a melhoria do mundo em que vivo, ainda que isto lhe pareça algo quixotesco. Reveja os fatos, Gandour. Quis o destino, caprichosamente, que entrássemos em rota de colisão duas vezes, em nossa vida profissional. Primeiro, no Estadão, com a deterioração progressiva de nosso relacionamento, a ponto de me levar a encerrar minha colaboração com o jornal em 2012, após 45 anos de casa. Nesta segunda vez, o impasse começou quando você propôs cortar meus comentários diários e reduzir minha remuneração fixa a uma hipotética comissão sobre patrocínios publicitários de um único programa de final de semana. Essa proposta inaceitável foi sua resposta à sugestão que eu lhe havia feito de manter meus comentários diários sobre tecnologia e ampliar minha contribuição com novos programas semanais e mais coberturas internacionais. Tudo sem nenhum aumento de minha remuneração ou ônus para a CBN. Ignorando tudo que lhe propus, você me informou em mensagem de 10-02-2017 que meus comentários diários, em vigor há 10 anos, seriam “descontinuados” sob o argumento ridículo de que eu não teria novos assuntos para esses comentários “dada a natural carência de assunto e novidades todo santo dia”. Até jovens adolescentes sabem que o mundo é inundado “todo santo dia” por inovações tecnológicas. E você, como engenheiro, mais do que ninguém, sabe disso. Em resumo, sua proposta de trabalho era apenas um pretexto para me forçar a encerrar minha colaboração ao final do contrato, em 31-03-2017. Foi o que fiz. Suas atitudes, Gandour, são o retrato de sua personalidade. Já que havia decidido abrir mão de minha colaboração, teria sido muito mais honesto e elegante para você responder-me: 'Ethevaldo, seu contrato de trabalho não será renovado. Você estará dispensado a partir de 31 de março de 2017. Obrigado por seus serviços, ao longo de 10 anos na CBN.' E ainda escreveu na mensagem de 10 de fevereiro que a CBN continuaria a me conceder o privilégio de 'me enviar cartas de apresentação1, para meu credenciamento como jornalista na cobertura de eventos internacionais. Quanta generosidade de sua parte. Aliás, é bom relembrar que, desde 2013, tenho feito todas as coberturas nacionais e internacionais com recursos pessoais, sem qualquer remuneração e sem nenhum reembolso das despesas de viagens. Temo pela sobrevivência da CBN, Gandour. Sua estratégia e suas “decisões de planejamento” trazem o desencanto para muitos profissionais. Você não dialoga, não cria boa vontade, não soma, não agrega. Parece estar perdido num tiroteio. Não conhece o mundo da radiodifusão. Muda por mudar. Detesta profissionais mais experientes do que você. Gandour, eu tinha ilusões de que você fosse hoje outro ser humano e melhor profissional. Mas me enganei. No seu dia a dia, você continua o mesmo profissional imaturo, recalcado, vaidoso e incapaz de despertar o menor entusiasmo e colaboração criativa em seus comandados. Continua sendo aquele chefete que conheci no Estadão, muito longe de ser um líder. Com seu estilo autocrático, acabará por transformar a CBN, na melhor das hipóteses, numa emissora qualquer, medíocre, sem nenhum carisma e com muito menor credibilidade. Aliás, já se especializou nesse tipo de desmonte. Mas apenas em jornais. Basta ver de perto o resultado de sua passagem pelo Estadão. Digo-lhe, no entanto, que guardarei com orgulho e muita saudade a lembrança dos 10 anos que passei nessa emissora. Sinto que pus um minúsculo e humilde tijolo nos alicerces de um grande edifício. Da mesma maneira, guardo na memória os 45 anos vividos no Estadão, um jornal quase lendário ao qual dediquei o período mais produtivo de minha vida. Sei que, a rigor, nada disso lhe interessa, até porque você não tem a menor ideia do que significam esses valores. Sem nenhuma experiência em radiodifusão, que caiu na CBN como paraquedista, você está aqui para executar à sua moda as “decisões de planejamento”. E cumpre sua missão magistralmente: tapa o nariz e faz o serviço frio e cruel (para não dizer “serviço sujo”). Supunha que, depois de um estágio em Columbia, você tivesse aprendido algo muito mais moderno e eficaz, como as estratégias de renovação criadora, muito mais avançadas do que as de sua terapia vesga e rancorosa. Veja apenas um exemplo do que já tem sido adotado por grandes veículos no mundo, nesta era de mudanças de paradigmas. Refiro-me à associação do poder de comunicação do rádio com as redes sociais. O site das empresas modernas funciona como uma vitrine, ou uma sala de visita, não apenas para as novas gerações mas para os ouvintes em geral. Note a pobreza visual e de conteúdo do site da CBN – situação que, aliás, vem de longe. Mas você consegue piorar. E lembre-se que o Brasil tem hoje mais de 100 milhões de usuários de smartphones e tablets. Mas isso talvez seja grego para você. Entendo a urgência de equilibrar as contas da rádio, mas isso não pode ser feito simplesmente com a demissão de jornalistas e comentaristas comprovadamente capazes. É claro que você pode e vai equilibrar as finanças da rádio, mas pelo pior caminho, pois seu sucesso poderá ser uma vitória de Pirro, a nova CBN poderá ser apenas um espectro do que já foi. E, ao final de seu contrato, se ainda houver quem acredite na sua competência como executivo, você será chamado para negociar o aluguel da emissora a uma igreja qualquer. Como aconteceu recentemente com a Rádio Estadão.
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Demitido da CBN, Ethevaldo Siqueira afirma que diretor transformará a rádio em “uma emissora qualquer”
Do Portal Comunique-se - Na quarta-feira, 19, o jornalista Ethevaldo Siqueira falou sobre sua saída da rádio CBN em texto publicado no Facebook. Por meio da rede social, o jornalista que comandava a coluna ‘Mundo Digital’ – descontinuada em 31 de março – divulgou carta ao diretor executivo da emissora, Ricardo Gandour, responsabilizando-o por transformar o veículo, “na melhor das hipóteses, numa emissora qualquer, medíocre, sem nenhum carisma e com muito menor credibilidade”.
Siqueira trabalhou durante 10 anos na CBN. O jornalista informou que sua saída da rádio foi resultado de proposta contratual “inaceitável”, em que foi oferecida a redução de sua frequência de cinco comentários semanais (que iam ao ar de segunda a sexta-feira), para que ele assumisse programa de 30 minutos, que seria transmitido aos finais de semana.
De acordo com o ex-colunista, a argumentação de Gandour para tal proposta é que o jornalista “teria dificuldade para encontrar novidades tecnológicas para comentar todo santo dia”. Siqueira afirmou, ainda, que no novo contrato a CBN reduziria sua remuneração fixa a comissão sobre patrocínios publicitários do programa de fim de semana.
A carta - Por meio de seu Facebook, Ethevaldo Siqueira afirmou que a carta endereçada a Ricardo Gandour não foi escrita para ofender o diretor da CBN, mas para tentar dizer que ele poderia mudar sua postura como gestor, rever seus princípios e pontos de vista como executivo de rádio.
Nos primeiros parágrafos do texto, o radialista destaca que o desgaste de sua relação com Gandour vem acontecendo desde 2012, ano em que Siqueira deixou de ser colunista do Estadão, após 45 anos no jornal. Na época, o atual executivo da CBN era diretor de conteúdo do Grupo Estado.
“Nesta segunda vez, o impasse começou quando você propôs cortar meus comentários diários e reduzir minha remuneração fixa a uma hipotética comissão sobre patrocínios publicitários de um único programa de final de semana. Essa proposta inaceitável foi sua resposta à sugestão que eu lhe havia feito de manter meus comentários diários sobre tecnologia e ampliar minha contribuição com novos programas semanais e mais coberturas internacionais. Tudo sem nenhum aumento de minha remuneração ou ônus para a CBN”, disse o profissional.
Siqueira afirmou que a proposta feita pelo diretor era pretexto para forçá-lo a encerrar sua colaboração ao final do contrato. O comentarista informou, ainda, que Gandour lhe enviou mensagem em 10 de fevereiro, declarando que a CBN continuaria a lhe conceder o “privilégio de enviar cartas de apresentação”, para o credenciamento do profissional na cobertura de eventos internacionais.
“Quanta generosidade de sua parte. Aliás, é bom relembrar que, desde 2013, tenho feito todas as coberturas nacionais e internacionais com recursos pessoais, sem qualquer remuneração e sem nenhum reembolso das despesas de viagens”, disse Siqueira.
O destino da rádio - No texto, Siqueira também disse que teme pelo futuro da CBN e que Gandour não conhece o mundo da radiofusão, fazendo críticas a postura do executivo como gestor da emissora. “No seu dia a dia, você continua o mesmo profissional imaturo, recalcado, vaidoso e incapaz de despertar o menor entusiasmo e colaboração criativa em seus comandados. Continua sendo aquele chefete que conheci no Estadão, muito longe de ser um líder”, afirmou.
Por último, Siqueira criticou o site da CBN, afirmando que o portal tem pobreza visual e de conteúdo. Além disso, o jornalista disse que entende a urgência de equilibrar as contas da emissora, mas avalia que isso não pode ser feito por meio da demissão de jornalistas e comentaristas comprovadamente capazes.
“É claro que você pode e vai equilibrar as finanças da rádio, mas pelo pior caminho, pois seu sucesso poderá ser uma vitória de Pirro, a nova CBN poderá ser apenas um espectro do que já foi. E, ao final de seu contrato, se ainda houver quem acredite na sua competência como executivo, você será chamado para negociar o aluguel da emissora a uma igreja qualquer. Como aconteceu recentemente com a Rádio Estadão”, declarou Siqueira.
A reportagem do Portal Comunique-se entrou em contato com Ricardo Gandour para esclarecimentos sobre a saída de Ethevaldo Siqueira da CBN. De acordo com o executivo, “entre novembro e março, alguns colunistas da grade diária não tiveram seus contratos renovados. O objetivo foi abrir mais tempo para reportagens, entrevistas, checagens e debates” na rádio.
Gandour confirmou, ainda, a proposta de mudança de frequência de Siqueira nas transmissões da emissora: “pela especialidade reconhecida, foi oferecido o desenvolvimento de um programa semanal sobre tecnologia e pesquisas espaciais”, disse o diretor. Questionado sobre a carta divulgada pelo jornalista, o executivo da CBN não se pronunciou.
Procuramos Ricardo Gandour para fazer suas considerações, e estamos aguardando retorno, caso seja este o seu interesse.
Quem quiser conhecer um pouco mais o que pensa o jornalista Ethevaldo Siqueira sobre tecnologia, jornalismo e futuro da comunicação deve assistir à entrevista que ele concedeu ao programa “Roda Viva”, em 3 abril. Ela foi realizada um dia após a redação da carta enviada pelo entrevistado ao jornalista Ricardo Gandour.
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Ethevaldo Siqueira deixa a CBN e envia carta destemida ao diretor executivo
Do portal SRZD - O jornalista Ethevaldo Siqueira, de 84 anos, mais de 50 de profissão, certamente não recomendará o uso da qualificação, mas ele é uma lenda. Um profissional que persegue a precisão em tudo o que faz.
Ethevaldo construiu sua carreira tijolo a tijolo desde que cursou jornalismo, na primeira turma da Escola de Comunicações da Universidade de São Paulo (USP). Em 1967 escreveu pela primeira vez no jornal “O Estado de S. Paulo” e por lá permaneceu por 45 anos, onde assumiu funções de repórter, editor, repórter especial até chegar ao patamar de colunista respeitado de hoje.
Também enveredou por outros meios: comentarista da Rádio CBN da coluna diária Mundo Digital até este ano, quando não teve o seu contrato renovado.
Inconformado com as condições que a emissora do Grupo Globo pretendia lhe oferecer, Ethevaldo Siqueira escreveu uma carta, ainda desconhecida do grande público, mas que virou leitura obrigatória em todos os grupos de whatsapp que discutem o presente e o futuro do Rádio.
Logo abaixo a carta de despedida da emissora redigida em 2 de abril deste ano por Ethevaldo Siqueira ao novo diretor executivo da CBN, Ricardo Gandour, que assumiu o posto em outubro de 2016. Após dez anos no Estadão, Gandour retornou ao Grupo Globo em substituição a Mariza Tavares, que deixou a rádio em julho, após comandá-la por 14 anos.
Procuramos Ricardo Gandour para fazer suas considerações, e estamos aguardando retorno, caso seja este o seu interesse. Quem quiser conhecer um pouco mais o que pensa o jornalista Ethevaldo Siqueira sobre tecnologia, jornalismo e futuro da comunicação deve assistir à entrevista que ele concedeu ao programa “Roda Viva”, em 3 abril. Ela foi realizada um dia após a redação da carta enviada pelo entrevistado ao jornalista Ricardo Gandour. Veja:
O programa Pânico na Jovem Pan desta quinta feira trouxe a "youtuber" Viih Tube, que tem mais de dois milhões de inscritos no seu canal de vídeo. Ela explicou como o jovem consome conteúdos na internet. Clique no player abaixo e assista agora.