quinta-feira, 31 de maio de 2018

Jornalista e apresentador da Rádio Jovem Pan lança “Biografia das Copas”


O jornalista Thiago Uberreich, apresentador do "Jornal da Manhã", da Rádio Jovem Pan, vai lançar no próximo dia 12 de junho, em São Paulo, um livro que de fato é muito curioso. Trata-se da "Biografia das Copas", publicado pela Onze Cultural.

Na obra, o autor promete resgatar passagens históricas, oferecendo ao leitor um cenário de cada mundial, de 1930 a 2014. Além de relatar o que aconteceu em cada torneio, seu contexto político e histórico, o livro expõe fichas dos jogos do Brasil, um resumo das partidas das demais seleções e, a partir de 1970, o início da transmissão ao vivo pela TV.

O objetivo é mostrar ao leitor o que acontecia no Brasil e no mundo na época em que esses campeonatos eram realizados: “A intenção é de que o leitor faça uma viagem no tempo. Normalmente, lemos biografias de pessoas. Mas é perfeitamente possível biografar eventos que mexem conosco, como a Copa do Mundo, o torneio esportivo mais assistido do planeta – a final da última Copa foi vista por 1 bilhão de pessoas”, afirma Uberreich.

Aficionado por Copas - Mesmo não atuando especificamente no jornalismo esportivo, Thiago se confessa um "fanático" em Copas do Mundo: “Na época da Copa de 1990, ainda com 13 anos, comecei a colecionar material relativo aos mundiais. Ganhei dos meus pais o primeiro livro que li sobre o assunto. Era uma obra pequena, escrita pela jornalista Solange Bibas: ‘As Copas que ninguém viu’ contava os bastidores dos mundiais de 1930 a 1978. Apesar de defasado, ainda era vendido em livrarias, às vésperas da Copa de 1990. A partir daí, nunca mais parei de colecionar material sobre futebol”, conta Uberreich.

O jornalista é, ainda, um inveterado colecionador de imagens de futebol: “Tenho guardados todos os jogos na íntegra de 1966 (Inglaterra) até hoje. Antes daquele mundial, eram raras imagens de jogos completos, mas os poucos que existem tenho em meu acervo”. O material foi fundamental para escrever “Biografia das Copas”.

Prefácio de Mauro Beting - “Biografia das Copas” tem prefácio do amigo e colega de Rádio Jovem Pan, o comentarista esportivo Mauro Beting: “Thiago é um Cafu que faz tudo e muito bem. Parece estar em todos os lugares. Ou sabe onde procurar. Traz não só uma sinopse bem observada e condensada de cada partida como a cobertura da mídia brasileira em cada torneio. Resgata manchetes e consegue nos projetar naqueles meses que ficam por toda a vida com a gente”.


Livro: “Biografia das Copas”
Autor: Thiago Uberreich
Editora: Onze Cultural 
Lançamento: 12 de junho de 2018
Horário: 18h
Local: Livraria Cultura do Conjunto Nacional - Avenida Paulista, 2.073, São Paulo.

Jovem Pan e Bandeirantes relembram carreira do jornalista Audálio Dantas, morto aos 88 anos


O jornalista Audálio Dantas morreu na tarde desta quarta-feira (30), aos 88 anos, no Hospital Premier, em São Paulo. Ele lutava contra um câncer de intestino desde 2015, quando foi operado; a doença atingiu fígado e pulmões e ele teve de ser internado em abril no centro médico. Deixa mulher, quatro filhos e netos.

O velório acontece a partir das 22h desta quarta no Hospital Premier (Av. Jurubatuba, 481 – Vila Cordeiro) e prossegue na quinta, a partir das 11h, no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (Rua Rego Freitas, 530 – Vila Buarque). Segundo sua família, o corpo será cremado.
Dantas foi presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo em 1975, ano do assassinato do jornalista Vladimir Herzog. Foi um dos responsáveis por denunciar que Herzog foi torturado e morto no DOI-CODI --o que contrariava a versão oficial do governo, de suicídio. Deixou o cargo em 1978, ano em que foi eleito deputado federal.

Carreira jornalística - Alagoano de Tanque D’Arca, Audálio começou sua carreira jornalística em 1954, como repórter do jornal “Folha da Manhã” (atual “Folha de S.Paulo”). Cinco anos depois, foi para a revista “O Cruzeiro”, onde foi redator e chefe de reportagem.

Também trabalhou em diversas publicações da Editora Abril, entre elas “Quatro Rodas”, “Veja” e a prestigiada “Realidade”. Foi chefe de redação da revista “Manchete” e editor da “Nova”.

Em 1981 recebeu o Prêmio de Defesa dos Direitos Humanos da ONU por sua atuação em prol da defesa dos direitos humanos. Em 1983, foi presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Foi diretor-executivo da revista Negócios da Comunicação, da Editora Segmento MC, de junho de 2008 a dezembro de 2014, quando passou a dedicar-se à produção de eventos culturais.

Lançou diversos livros, entre eles "As duas guerras de Vlado Herzog", em que conta como o jornalista foi vítima dos nazistas na Iugoslávia, nos anos 1940, e das forças de repressão da ditadura militar brasileira. (Fonte: Portal G1)

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Talvez o amigo leitor não saiba ao certo quem fora Audálio Dantas. Mesmo tendo trabalhado apenas no meio impresso, sua atuação política foi fundamental na consolidação da liberdade de expressão na imprensa brasileira, inclusive no radiojornalismo moderno.

Não é à toa que José Paulo de Andrade, na Bandeirantes, além de anunciar o triste passamento do colega já nas primeiras horas em "O Pulo do Gato", recordou sua liderança como presidente do sindicato dos jornalistas durante a década de 1970, no período do governo Geisel.

Na Jovem Pan, Marco Antonio Villa, relembra uma reportagem feita pelo ex-presidente do sindicato, que deu origem ao livro "Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus, e que se tornou um clássico da literatura brasileira do século 20. O companheiro de Villa no "Jornal da Manhã", o decano Joseval Peixoto, relembrou a greve dos jornalistas de 1961, que resultou na regulamentação da profissão e teve em Audálio Dantas um dos principais líderes. (Veja o comentário de Joseval Peixoto e Marco Villa neste link - https://youtu.be/t1eS_uCP4ls?t=35m44s

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Rádio Transamérica apresenta campanha para a Copa do Mundo da FIFA Rússia 2018

A Rádio Transamérica FM já está pronta para a Copa do Mundo da FIFA Rússia 2018. Detentora dos direitos de transmissão do torneio de futebol mais importante do planeta, a emissora, número um em audiência esportiva, apresenta a campanha publicitária “Transamérica Com a Bola Toda”. A ação destaca a cobertura diferenciada para o mundial liderada pelo narrador Eder Luiz, responsável pelo departamento de Esportes da Transamérica.

Com criação da YouCreate Colaborativa, primeira agência colaborativa do País e que assumiu a conta da emissora recentemente, a publicidade traz o mote #ComABolaToda e posiciona a Rádio Transamérica como líder de transmissão esportiva não apenas nos rankings de audiência, mas também na programação diferenciada e qualidade de cobertura. Para o Mundial está sendo preparada uma programação exclusiva, com mais de 10 horas diárias apenas de futebol.

 “Desenvolvemos uma campanha que mostra ao mercado e aos ouvintes uma Transamérica madura e pioneira na transmissão esportiva no Rádio FM. E o gancho da Copa do Mundo foi perfeito, pois conseguimos destacar a forte atuação da emissora neste grande evento que é o Mundial da FIFA”, explica Flávio Ferreira, sócio-diretor da YouCreate. Com cobertura nacional, as peças serão veiculadas na mídia impressa, online, out of home, TV a cabo e cinema.

Cota de patrocinadores - A Rádio Transamérica já fechou abril com 100% das cotas de patrocínio comercializadas para a Copa do Mundo FIFA Rússia 2018. “Em fevereiro já tínhamos fechado 80% das cotas. Preparamos um Planejamento de Comunicação diferenciado, oferecendo aos anunciantes um plano de mídia com grande cobertura, possibilitando retorno maior junto ao público-alvo do projeto”, diz Eder Luiz, responsável pelo departamento de Esportes da Transamérica.

Ainda de acordo com o narrador, os anunciantes também buscam no rádio prestação de serviço e conteúdo diferenciado, assim como os ouvintes. “Embalamos os patrocínios de maneira diferente e extremamente criativa, traduzindo em resultados efetivos de exposição da marca dos anunciantes”, enfatiza.

A emissora é pioneira e trouxe pela primeira vez para o Rádio FM as transmissões esportivas em formato diferenciado, com linguagem irreverente, descontraída, bem humorada e uma equipe de profissionais com credibilidade.

A Transamérica levará a maior equipe de cobertura de rádio para o Mundial. Sob o comando de Eder Luiz, no total serão 12 profissionais altamente qualificados e reconhecidos no jornalismo esportivo do País transmitindo informações e os jogos diretamente da Rússia.

Esquenta: sob o comando de Thomaz Rafael, o “Transamérica Esportes”, no ar todo sábado, das 12h às 13h, apresenta programação e informações totalmente exclusivas da preparação para o torneio de futebol mais importante do planeta. (Rádio Base Web)

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Transamérica convoca torcidas a se unirem por um mesmo time, o da Paz


Em nome da boa convivência e pelo fim da violência no futebol, a Rádio Transamérica, líder de audiência no segmento esportivo, convoca todas as torcidas brasileiras a se unirem por um mesmo time, o da paz. O apelo virou campanha, que chega a sua segunda edição, e ganhou o nome de "Time da Paz". O desenvolvimento das peças ficou por conta da YouCreate Colaborativa, primeira agência colaborativa do País e que assumiu a conta da emissora recentemente.

A publicidade levanta a bandeira da tranquilidade nos estádios e ruas do País e traz as assinaturas "Quem respeita o rival fica com a bola toda" e "Quem torce com inteligência, não tabela com a violência". A campanha terá veiculação na mídia impressa, online e forte divulgação durante a programação da Rádio Transamérica. Nos spots, grandes nomes do esporte e do entretenimento dão recados às torcidas incentivando a boa convivência, deixando a rivalidade apenas no campo.

"Queremos conscientizar nossos ouvintes a apreciarem os grandes jogos e respeitarem as diferenças dentro e fora dos estádios. É um trabalho para resgatar a arte do futebol e o clima de alegria, emoção e respeito", enfatiza o narrador Eder Luiz, responsável pelo departamento de Esportes da Transamérica. (Portal Rádio Base Web)



quinta-feira, 17 de maio de 2018

Luto no Rádio: morre Gleides Xavier


Faleceu na madrugada desta quinta-feira (17) a locutora da 105 FM Gleides Xavier.  Uma excelente comunicadora, carismática e ativista do samba, Gleides apresentava um dos principais programas da emissora, o “Roda de Samba”. 

Ela estava internada desde o começo do mês, em estado grave, com pneumonia e uma bactéria resistente, no Hospital Leforte, em São Paulo. Os pulmões da radialista estavam comprometidos e ela foi mantida entubada para tratamento no hospital.  

Os locutores e ouvintes da emissora ficaram em estado de choque, além de vários artistas de samba e pagode que destacaram o profissionalismo e o carisma da locutora. Recentemente  a 105 FM perdeu também  o apresentador Maurício Oliveira. O diretor da emissora, Sérgio Pinesi, disse que foi mais uma grande perda para todos. "Gleides era considerada uma pessoa de alto astral, alegre e contagiante". (Do "Blog Cheni no Campo" - http://cheninocampo.blogspot.com.br )


segunda-feira, 7 de maio de 2018

Nova obra fala dos amores e do trágico fim de um herói brasileiro: Santos Dumont

A editora Happer Collins está lançando no Brasil aquela que está sendo considerada a biografia definitiva de um grande inventor e empreendedor brasileiro: Santos Dumont. Escrito pelo jornalista e ensaísta Fernando Jorge, conhecido pelas biografias de Getúlio Vargas (Getúlio Vargas e o seu tempo), Olavo Bilac (Vida e poesia de Olavo Bilac) e o premiadíssimo O Aleijadinho - Sua vida, sua obra, sua época, seu gênio. O livro retrata pontos obscuros de sua tumultuada e interessante vida. Santos Dumont flertou com as mais belas moças da alta sociedade de sua época, mas sempre dizia que não queria deixar uma viúva.

Ele sabia que com sua audácia punha a vida em risco – escapou de diversos acidentes –, mas dizia que “viver sem perigo não é viver”. Fernando Jorge sustenta que Santos Dumont sofria de esclerose múltipla, o que explicaria sua posição ambígua (ora apoiava, ora condenava) diante do uso bélico do avião. O homem que havia conseguido harmonizar “prudência e ousadia” estava com os “nervos destroçados” quando se enforcou no dia 23 de julho de 1932, num hotel no Guarujá. A divulgação de seu ato de desespero foi proibida pelo então governador de São Paulo, Pedro de Toledo: “Não haverá inquérito, Santos Dumont não se suicidou”. 

Santos Dumont foi chamado de “bandeirante dos ares” por Thomas Edison, o inventor da lâmpada elétrica. Para o poeta Salomão Jorge, que sugeriu o título do livro ao filho Fernando, Santos Dumont parecia, nas ruas de Petrópolis, “um duende exilado que tivesse feito travessuras nas nuvens”. Filho de Henrique Dumont - “O Rei do Café” -, que distribuiu a fortuna entre os filhos em vida, Santos Dumont trabalhava sem interesse econômico. O que ele mais queria era popularizar a aviação e abriu mão da patente de seus inventos, desde os balões dirigíveis, o 14-bis e o Demoiselle. Quando ganhou o Prêmio Deutsch, doou o dinheiro a operários, mecânicos e a pobres de Paris.  

Fernando Jorge narra neste livro a vida e as obras de Santos Dumont, uma das maiores personalidades da aviação mundial e um herói do imaginário brasileiro. Esta que é a biografia definitiva do inventor mineiro retrata sua trajetória com abrangência e extensa pesquisa, além de um belo projeto gráfico repleto de fotografias históricas. (José Antonio Martinez)


Ouça o podcast aqui:


Minidocumentário retrata nova biografia sobre Santos Dumont


ou

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Apresentador e radialista Luiz Gasparetto morre aos 68 anos


Morreu nesta quinta-feira (3), aos 68 anos, o apresentador, médium, escritor e terapeuta espiritual Luiz Gasparetto. Ele revelou que sofria de câncer de pulmão em fevereiro deste ano. A morte foi divulgada na página de Gasparetto no Facebook."Luiz Gasparetto, o homem que deixa na Terra, seu legado de espiritualidade. Foram mais de 30 livros publicados, milhares de palestras em diversas cidades do mundo, muitas vidas e corações tocados por seus ensinamentos, e ele gostaria que você se lembrasse de que, melhorar o mundo, começa com a melhora de si mesmo. Faça acontecer! No mundo espiritual, tudo tem começo e meio. O fim só existe, para quem não percebe o recomeço. Nosso espírito é eterno. Feliz recomeço, Gaspa!", diz a publicação.

Filho da escritora Zibia Gasparetto, 91, e que também está internada, Luiz Antonio Alencastro Gasparetto apresentou na RedeTV! o programa "Encontro Marcado", com brigas familiares que ele tentava solucionar. A atração foi ao ar entre 2005 e 2008.Também apresentou um programa sobre paranormalidade na Rede Bandeirantes nos anos 1980. Seu último trabalho na mídia foi como apresentador de seu próprio programa semanal na Rádio Mundial de São Paulo, de 1993 até 2014.

Com quase cinco décadas de experiência, Gasparetto começou a carreira aos 13 anos, quando apareceram os primeiros sinais de mediunidade. Ele publicou mais de 30 livros relacionados a espiritualidade e autoajuda e vendeu mais de 1 milhão de exemplares, segundo seu site oficial.

Em fevereiro, Gasparetto revelou lutar contra um câncer no pulmão. Em vídeo publicado no Facebook, reapareceu mais magro, desabafou sobre a "escuridão" que trouxe a doença e disse não ter medo da morte. "Não estou triste nem abatido. Estou diagnosticado fisicamente com câncer no pulmão. Eu não tenho medo de morrer, porque convivo com fantasmas o dia inteiro, como vou ter medo de morrer? A única coisa é essa escuridão na minha vida, que me apareceu tão forte e me desafia. Muda tudo. Você reavalia tudo: a comida, como as pessoas agem, meu trabalho, meu amanhã", afirmou.

"Morrer não significa que essa escuridão não vai seguir comigo. Morrer não é a solução. Deixei de alguma forma minha ignorância penetrar em mim um ressentimento, por exemplo. Não tanto com pessoas, mas com a vida", continuou o apresentador, que disse ter tomado até morfina para aliviar as dores. Brincalhão, ele chamou o tratamento de "chiquérrimo".

"Não tenho medo de morrer, mas claro que não quero a dor. Hoje, entendi que não. Quanto mais entendi que não, mais a dor foi embora. Vocês sabiam que eu não estou com nenhuma dor nem estou tomando remédio? Porque já tomei até morfina nessa coisa toda. É chiquérrimo tomar morfina, nunca tinha tomado, tão incrível o poder, mas é uma droga terrível. Ela aplaca a dor. É uma experiência incrível, mas ao mesmo tempo é estar ali completamente sem poder, completamente dependente, impotente", descreveu.

Gasparetto negou sentir culpa pela doença: "Percebi que não estava errado amar, mas os canais com que eu expressava o amor. Você tem que esperar ter um câncer como eu para voltar a reassumir a sua alma como ela é e rever esse seu canal? Eu estou nesta prova. A coisa é séria, viu? Não brinca com isso, não. Também não brinquei, fiz o que eu sabia. A culpa só piora, deprime, deplora. Culpa é escuridão, não é luz. Mas não percebia que eu alimentei minha escuridão, ficou preta, sólida aqui dentro. Eu a vi quando vi a chapa do pulmão esquerdo cobrindo o coração. Ficou real. Eu a fiz ficar real". (Folha de Pernambuco)

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Artigo: "Você é 'unhafobo', amigo leitor?", por Fernando Jorge


O sábio suíço Dufour descobriu que a unha do dedo mínimo cresce menos rapidamente do que as dos outros dedos, e que as dos polegares são as que se desenvolvem mais depressa.

Conforme certos psicólogos, talvez superarrojados nos seus métodos deduzidos, as unhas rosadas e fortes perten¬cem aos indivíduos sadios, as largas e rentes aos tenazes e arrebatados, as vermelhas aos perversos e vingativos, as pequenas e redondas aos ciumentos, as aduncas aos soberbos e cúpidos, as sujas e mal cuidadas aos negligentes e inquietos, as longas e chatas aos tímidos e meditativos, as curtas e roídas aos estúpidos ou libertinos, as longas e delgadas aos preguiçosos e aos estetas...
As siamesas tem por hábito deixar crescer de modo inacreditável as unhas das mãos. E quando ficam enormes, costumam adorná-Ias com pequenas placas de prata. Isto nos lembra o Príncipe de Tarento que segundo afirma Scarron, "havia deixado crescer a unha do dedo mínimo da mão esquerda até atingir um tamanho espantoso, o que ele considerava a coisa mais elegante do mundo”.

Sempre pelo espaço de doze meses, o rei Victor Manuel, da Itália, não cortava determinada unha dos seus dedos. Mas, no primeiro dia de cada ano, após a unha ter alcançado cerca de uma polegada de comprimento, o monarca a enviava a um joalheiro, que a polia e lhe aplicava o matiz característico da pedra chamada “Olho de gato”. Em seguida o artíficie a montava num fino engaste de ouro rodeado de brilhantes. Depois, com todo requinte, sua majestade ofertava esta jóia à segunda esposa, a Condessa Rosina, que chegou a possuir umas quatorze idênticas.

Sabemos que vários homens celebres nutriam aversão por animais, objetos ou coisas. O cheiro do peixe produzia febre em Erasmo de Rotterdam. Jacques I, rei da Inglaterra, tornava-se pálido ao ver qualquer espada. Fabrício Campani assegura que D. Juan Rol, cavaleiro de Alcântara, caía em síncope quando escutava a palavra “Lana”. Henrique III tinha ojeriza pelos gatos. E Francisco Vernier, Duque de Veneza, não conseguia suportar, sem perder os sentidos, o aroma de uma rosa, O sábio Júlio Cesar Scalígero, médico e gramático italiano, num dos seus escritos informa que certo fidalgo gascão experimentava tanto medo ao ouvir o som da sanfona que, percebendo os menores acordes desse instru¬mento, logo sentia uma extraordinária vontade de urinar...

A esta relação podemos acrescentar o nome de Henrique IV, o galante e bravo soberano que, segundo as “Memórias” de Sully, não quis que Villeroy fosse grão-mestre de artilharia, porque as unhas deste eram pálidas...

Não ignoramos que a xenofobia é o horror aos estrangeiros; a cinofobia, o horror aos cães; a claustrofobia, o horror aos ambientes fechados; a enofobia, o horror ao vinho; a fotofobia, o horror à luz; a escotofobia, o horror à escuridão; a gerentofobia, o horror aos velhos; a mitofobia, o horror às mentiras; a triscaidecofobia, o horror ao número treze; a tafofobia, o horror de ser sepultado vivo em conseqüência de morte aparente; a astrofobia, o horror aos terremotos, furacões, relâmpagos e tempestades... E o horror às unhas, como deve ser chamado? Unhafobia? Você é unhafobo, amigo leitor?

Fernando Jorge é escritor e jornalista, autor do livro "As lutas, a Glória e o Martírio de Santos Dumont", lançado pela HaperCollins. www.fernandojorge.com