quarta-feira, 10 de outubro de 2007

A audiência das transmissões esportivas em SP

Alguns sites dedicados à cobertura de rádio vem divulgando números recentes de audiência das emissoras que transmitem futebol em São Paulo. O instituto responsável pelos dados, numa atitude correta, faz dois tipos de levantamento: um para o AM e outro para o FM. E ainda há uma sub-divisão por data. Existe o levantamento do sábado e do domingo.

No AM, não há uma grande novidade quanto à liderança: a Globo aparece firme e forte nos dois dias. A diferença ocorre na segunda colocação e aí temos uma surpresa. No sábado, a Capital aparece na vice-liderança. Como o forte da emissora é público feminino, os maridos, pelo jeito, têm preguiça de girar o botão da sintonia e acompanham as transmissões por ela. Já no domingo, o principal dia do futebol (como diria Milton Neves), a segunda colocada é a Jovem Pan. Ou seja, a Bandeirantes, que sempre esteve na liderança absoluta da segunda colocação há vários anos, perdeu seu espaço.

A boa colocação da Pan não surpreende. Depois da saída de Milton Neves, a emissora tem investido mais em informação e opinião. Leva vantagem por procurar estar nos locais dos jogos envolvendo os paulistas no Brasileirão, ainda que apenas com repórter. Se a partida acontece no Rio, tem repórter lá. Se acontece em Natal, tem repórter lá. Em Florianópolis, Porto Alegre, idem. Até na China, durante o mundial feminino de futebol, a Pan tinha repórter. Por sua vez, a Bandeirantes só consegue estar com algum profissional no local na cidade de Porto Alegre. Isso porque ela faz um acordo operacional com a afiliada de Porto Alegre. A emissora do Morumbi tem um outro tipo de investimento: em nomes, como os do próprio Neves, José Silvério, Claudio Zaian, mas apenas isso não é suficiente. E o ouvinte não é bobo.

Ainda no AM, vale destacar o desempenho modesto de Record e ESPN/Eldorado. Ambas têm uma forte ajuda dos respectivos canais de televisão aos quais estão ligadas, mas tradição histórica é tradição histórica no fim das contas. Tirando a Capital, as rádios Globo, Jovem Pan e Bandeirantes fazem futebol há muitos e mutios anos.

Mundado de sintonia, no FM a situação é a seguinte: a 105FM é a líder absoluta, com ampla vantagem sobre a segunda colocada tanto no sábado, como no domingo. A Transamérica fica com a segunda colocação no sábado. No domingo, a vice-líder é a Jovem Pan, repetindo o desempenho do AM. Essa queda da Transamérica é facilmente explicável: apesar de seus bons profissionais, as transmissões se perdem muito no excesso de piadas (muitas delas, internas, que devem deixar boiando o ouvinte). E a Pan se sai muito bem como uma alternativa. Dado importante: as freqüências das duas emissoras são coladas no dial de São Paulo. É uma boa opção também para quem não consegue sintonizar a 105FM, que tem um sinal muito irregular (a concessão é de Jundiaí)

3 comentários:

Anônimo disse...

O problema que eu vejo com a Bandeirantes e a Transamérica é o excesso de merchans. Nem abordo a polêmica questão aqui, mas fato é que geralmente tudo o que é demais acaba sendo prejudicial ou irritante, e algumas equipes não entenderam isso ainda. A grande maioria das pessoas que eu conheço que deixaram de ouvir a bandeirantes fizeram-no depois que o Milton Neves foi para lá, e a transamérica está sendo abandonada pelos ouvintes porque a equipe só tem dois repórteres fixos e o número de merchans está, como na bandeirantes, muito acima do suportável.
Na bande FM havia equipes completas muito mais vezes, e os merchans eram menos ... agora na transamérica a qualidade caiu e os merchans almentaram. A Bandeirantes tinha uma equipe muito boa de repórteres, comentaristas e âncoras, e também mandava a equipe para os estádios. Hoje há muitos mais merchans e a rádio não é capaz de mandar nenhum repórter para fora de SP ... Concluo que quanto mais os merchans (dinheiro) almenta menos qualidade as equipes possuem.
A consequência disso é o fato de equipes como a da eldorado/espn, hoje de longe a melhor do rádio, e a 105 que é muito alternativa começam a ganhar mais espaço.
Marlon

Rodney Brocanelli disse...

Olá Marlon. Eu não discuto a questão dos merchans, uma vez que eles são "males necessários". Se a emissora não tem anunciantes, não há equipe esportiva. No caso da Pan julgo que houve, de fato, uma subida de qualidade nas transmissões. Abraços

Anônimo disse...

Nem eu discuto esta questão.
O ponto para o qual eu chamo a atensão é que há merchans demais e isso acaba afastando a audiência. De que adiamta ter muitos anunciantes e uma audiência despencando?
Além disso, olhando as equipes da bandeirantes, em comparação com ela própria da era pré MN e da transamérica em comparação com a antiga Band fm da qual a sua atual equipe esportiva é regressa vê-se claramente que a qualidade da equipe e das transmissões diminuiu e os merchans se tornaram em tal quantidade que, atualmente, só com muita paciência é possível acompanhá-las.
As pessoas ainda não emntemderam que merchans demais é algo que a longo praso faz com que as pessoas migrem de rádio (igual almentar a tacha de juros prá controlar a inflação). Os merchans tem de ser, de alguma forma, dosados. E o lucro de tantos merchans precisa ser, ao menos em parte, investido em qualidade nas equipes e nas transmissões. As transmissões e as equipes da bandeirantes de algum tempo atrás e da Bande fm eram melhores do que a bandeirantes atual e a transamérica respectivamente. E tanto a bandeirantes antigamente quanto a Band fm tinham menos merchans e eram melhores. Há alguma coisa errada no modelo de administração do rádio esportivo atualmente. A eldorado/espn e a jovem pan já perseberam isso. É esperar para ver como elas tendem a crescer cada vez mais. E a cbn, se montar uma equipe melhor, entra nessas também.
Marlon