Alguns sites dedicados à cobertura de rádio vem divulgando números recentes de audiência das emissoras que transmitem futebol em São Paulo. O instituto responsável pelos dados, numa atitude correta, faz dois tipos de levantamento: um para o AM e outro para o FM. E ainda há uma sub-divisão por data. Existe o levantamento do sábado e do domingo.
No AM, não há uma grande novidade quanto à liderança: a Globo aparece firme e forte nos dois dias. A diferença ocorre na segunda colocação e aí temos uma surpresa. No sábado, a Capital aparece na vice-liderança. Como o forte da emissora é público feminino, os maridos, pelo jeito, têm preguiça de girar o botão da sintonia e acompanham as transmissões por ela. Já no domingo, o principal dia do futebol (como diria Milton Neves), a segunda colocada é a Jovem Pan. Ou seja, a Bandeirantes, que sempre esteve na liderança absoluta da segunda colocação há vários anos, perdeu seu espaço.
A boa colocação da Pan não surpreende. Depois da saída de Milton Neves, a emissora tem investido mais em informação e opinião. Leva vantagem por procurar estar nos locais dos jogos envolvendo os paulistas no Brasileirão, ainda que apenas com repórter. Se a partida acontece no Rio, tem repórter lá. Se acontece em Natal, tem repórter lá. Em Florianópolis, Porto Alegre, idem. Até na China, durante o mundial feminino de futebol, a Pan tinha repórter. Por sua vez, a Bandeirantes só consegue estar com algum profissional no local na cidade de Porto Alegre. Isso porque ela faz um acordo operacional com a afiliada de Porto Alegre. A emissora do Morumbi tem um outro tipo de investimento: em nomes, como os do próprio Neves, José Silvério, Claudio Zaian, mas apenas isso não é suficiente. E o ouvinte não é bobo.
Ainda no AM, vale destacar o desempenho modesto de Record e ESPN/Eldorado. Ambas têm uma forte ajuda dos respectivos canais de televisão aos quais estão ligadas, mas tradição histórica é tradição histórica no fim das contas. Tirando a Capital, as rádios Globo, Jovem Pan e Bandeirantes fazem futebol há muitos e mutios anos.
Mundado de sintonia, no FM a situação é a seguinte: a 105FM é a líder absoluta, com ampla vantagem sobre a segunda colocada tanto no sábado, como no domingo. A Transamérica fica com a segunda colocação no sábado. No domingo, a vice-líder é a Jovem Pan, repetindo o desempenho do AM. Essa queda da Transamérica é facilmente explicável: apesar de seus bons profissionais, as transmissões se perdem muito no excesso de piadas (muitas delas, internas, que devem deixar boiando o ouvinte). E a Pan se sai muito bem como uma alternativa. Dado importante: as freqüências das duas emissoras são coladas no dial de São Paulo. É uma boa opção também para quem não consegue sintonizar a 105FM, que tem um sinal muito irregular (a concessão é de Jundiaí)
3 comentários:
O problema que eu vejo com a Bandeirantes e a Transamérica é o excesso de merchans. Nem abordo a polêmica questão aqui, mas fato é que geralmente tudo o que é demais acaba sendo prejudicial ou irritante, e algumas equipes não entenderam isso ainda. A grande maioria das pessoas que eu conheço que deixaram de ouvir a bandeirantes fizeram-no depois que o Milton Neves foi para lá, e a transamérica está sendo abandonada pelos ouvintes porque a equipe só tem dois repórteres fixos e o número de merchans está, como na bandeirantes, muito acima do suportável.
Na bande FM havia equipes completas muito mais vezes, e os merchans eram menos ... agora na transamérica a qualidade caiu e os merchans almentaram. A Bandeirantes tinha uma equipe muito boa de repórteres, comentaristas e âncoras, e também mandava a equipe para os estádios. Hoje há muitos mais merchans e a rádio não é capaz de mandar nenhum repórter para fora de SP ... Concluo que quanto mais os merchans (dinheiro) almenta menos qualidade as equipes possuem.
A consequência disso é o fato de equipes como a da eldorado/espn, hoje de longe a melhor do rádio, e a 105 que é muito alternativa começam a ganhar mais espaço.
Marlon
Olá Marlon. Eu não discuto a questão dos merchans, uma vez que eles são "males necessários". Se a emissora não tem anunciantes, não há equipe esportiva. No caso da Pan julgo que houve, de fato, uma subida de qualidade nas transmissões. Abraços
Nem eu discuto esta questão.
O ponto para o qual eu chamo a atensão é que há merchans demais e isso acaba afastando a audiência. De que adiamta ter muitos anunciantes e uma audiência despencando?
Além disso, olhando as equipes da bandeirantes, em comparação com ela própria da era pré MN e da transamérica em comparação com a antiga Band fm da qual a sua atual equipe esportiva é regressa vê-se claramente que a qualidade da equipe e das transmissões diminuiu e os merchans se tornaram em tal quantidade que, atualmente, só com muita paciência é possível acompanhá-las.
As pessoas ainda não emntemderam que merchans demais é algo que a longo praso faz com que as pessoas migrem de rádio (igual almentar a tacha de juros prá controlar a inflação). Os merchans tem de ser, de alguma forma, dosados. E o lucro de tantos merchans precisa ser, ao menos em parte, investido em qualidade nas equipes e nas transmissões. As transmissões e as equipes da bandeirantes de algum tempo atrás e da Bande fm eram melhores do que a bandeirantes atual e a transamérica respectivamente. E tanto a bandeirantes antigamente quanto a Band fm tinham menos merchans e eram melhores. Há alguma coisa errada no modelo de administração do rádio esportivo atualmente. A eldorado/espn e a jovem pan já perseberam isso. É esperar para ver como elas tendem a crescer cada vez mais. E a cbn, se montar uma equipe melhor, entra nessas também.
Marlon
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