quinta-feira, 31 de maio de 2018

Jovem Pan e Bandeirantes relembram carreira do jornalista Audálio Dantas, morto aos 88 anos


O jornalista Audálio Dantas morreu na tarde desta quarta-feira (30), aos 88 anos, no Hospital Premier, em São Paulo. Ele lutava contra um câncer de intestino desde 2015, quando foi operado; a doença atingiu fígado e pulmões e ele teve de ser internado em abril no centro médico. Deixa mulher, quatro filhos e netos.

O velório acontece a partir das 22h desta quarta no Hospital Premier (Av. Jurubatuba, 481 – Vila Cordeiro) e prossegue na quinta, a partir das 11h, no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (Rua Rego Freitas, 530 – Vila Buarque). Segundo sua família, o corpo será cremado.
Dantas foi presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo em 1975, ano do assassinato do jornalista Vladimir Herzog. Foi um dos responsáveis por denunciar que Herzog foi torturado e morto no DOI-CODI --o que contrariava a versão oficial do governo, de suicídio. Deixou o cargo em 1978, ano em que foi eleito deputado federal.

Carreira jornalística - Alagoano de Tanque D’Arca, Audálio começou sua carreira jornalística em 1954, como repórter do jornal “Folha da Manhã” (atual “Folha de S.Paulo”). Cinco anos depois, foi para a revista “O Cruzeiro”, onde foi redator e chefe de reportagem.

Também trabalhou em diversas publicações da Editora Abril, entre elas “Quatro Rodas”, “Veja” e a prestigiada “Realidade”. Foi chefe de redação da revista “Manchete” e editor da “Nova”.

Em 1981 recebeu o Prêmio de Defesa dos Direitos Humanos da ONU por sua atuação em prol da defesa dos direitos humanos. Em 1983, foi presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Foi diretor-executivo da revista Negócios da Comunicação, da Editora Segmento MC, de junho de 2008 a dezembro de 2014, quando passou a dedicar-se à produção de eventos culturais.

Lançou diversos livros, entre eles "As duas guerras de Vlado Herzog", em que conta como o jornalista foi vítima dos nazistas na Iugoslávia, nos anos 1940, e das forças de repressão da ditadura militar brasileira. (Fonte: Portal G1)

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Talvez o amigo leitor não saiba ao certo quem fora Audálio Dantas. Mesmo tendo trabalhado apenas no meio impresso, sua atuação política foi fundamental na consolidação da liberdade de expressão na imprensa brasileira, inclusive no radiojornalismo moderno.

Não é à toa que José Paulo de Andrade, na Bandeirantes, além de anunciar o triste passamento do colega já nas primeiras horas em "O Pulo do Gato", recordou sua liderança como presidente do sindicato dos jornalistas durante a década de 1970, no período do governo Geisel.

Na Jovem Pan, Marco Antonio Villa, relembra uma reportagem feita pelo ex-presidente do sindicato, que deu origem ao livro "Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus, e que se tornou um clássico da literatura brasileira do século 20. O companheiro de Villa no "Jornal da Manhã", o decano Joseval Peixoto, relembrou a greve dos jornalistas de 1961, que resultou na regulamentação da profissão e teve em Audálio Dantas um dos principais líderes. (Veja o comentário de Joseval Peixoto e Marco Villa neste link - https://youtu.be/t1eS_uCP4ls?t=35m44s

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