sexta-feira, 31 de outubro de 2003

Energia 97 à la Onda Urbana

Olá, amigos da Rádio Base,

Pois é, vocês notaram as mudanças na programação das madrugadas da Energia 97 ? Os caras estão tentando fazer uma programação diferenciada, semelhante ao que rola no Onda Urbana da Sucesso, e cá entre nós, até melhor que o programa original. Ainda entram algumas músicas da programação normal, mas até o número de inserções do locutor diminuiu, com bem menos blá, blá, blá e sem intervalos comerciais.

Se o cara estiver meio distraído dá até pra se perguntar: tô na Sucesso ou na Energia?O fato é que há agora um pouco mais de qualidade no FM durante a madrugada.
Um abraço,
Ricardo Pavkala
São Paulo - SP


Pois é, Ricardo, depois que você, eu, o Marcos e outras dezenas de ouvintes começaram a reclamar do nível de programação das rádio aqui em São Paulo - e por que não dizer do resto do país, é inegável que a qualidade melhorou bem em vários aspectos. Mas não significa que a gente deva baixar a guardar, pois pode ser que os senhores diretores estejam só dando uma penteada no playlist para dizer que não fizeram nada. A tentação de deixar tudo como está é muito grande, embora a gente ache que a pessoas sérias como o Kid Vinil que pensem o contrário, isto é, quanto mais novidade para o ouvinte, melhor.
Outro dia aqui na Rádio Base a gente até discutiu se a Mix tinha melhorado sua programação. Ao longo dos meses, de fato, melhorou, mas ainda não chegou ao nível que ela possuía quando foi aberta há uns 6, 7 anos atrás. Dá para faze rádio pop sem pedantismos, sem menosprezar a inteligência do ouvinte. O ouvinte quer ouvir coisas surpreendentes, novas, antigas,m diferentes. O que adianta uma rádio de dance, pop, rock, HC, popular, MPB ou jornalística se ela não está relamente em "sintonia" com seu ouvinte. O Rádio, em especial o FM musical tem de antecipar as próximas tendências, não aderir a modismos muitas vezes tardios, nem aceitar candidamente qualquer coisa que as grandes gravadoras lhes impõe. Na outra ponta, tem de fazer um esforço de trazer coisas boas antigas, até porque somos reconhecidamente um país sem memória.

De qualquer forma, como costuma dizer meu amigo e colega Mané Barata, a nossa parte (ouvintes) a gente está fazendo bem ou mal. Vários profissionais parecem estar se mexendo, questionando o que ele estão levando ao ar, ainda que alguns diretores argumentem que "é isso ouvinte quer de sua rádio". Só que, antes da Internet, o "cliente do rádio" não tinha maneiras eficazes de se manifestar, dizendo se realmente queria ou não.

E não nos esqueçamos também de outro ator importante desse meio: o anunciante. Ele, até por ser quase sempre leigo no assunto, ele percebe aos poucos a força que as milhares de emissoras de rádio, operando em rede ou não, aliadas agora à rede mundial de computadores, sempre possuíram. Parece-me que as agências de publicidade - ao menos as grandes - e o pessoal do depratamento comercial das diversas emissoras ainda estão "dormindo". É obvio que anunciar em TV causa um grande impacto, sem dúvida. Mas manter uma marca ou produto vivo na memória das pessoas precisa de um veículo que está presente no dia-a-dia delas. Assim como o anúncio em um veículo impresso será perene enquanto aquele exemplar de papel existir, a proaganda sonora pode perdurar por muitos meses, sendo ouvida diariamente por centenas de milhares de pessoas em várias partes do país. Ou por que você acha que as Casas Bahia fatura 4 bilhões de reais por ano e é a maior anunciante privado do rádio e um dos maiores da TV depois do Governo Federal? Seria por causa dos belos olhos do senhor Samuel Klein?
Qualquer dia desses, a gente vai divagar mais profundamente sobre a importância da publicidade no rádio. Por enquanto, Ricardo, obrigado e um abraço.

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