Depois de tantos anos com notícias ruins no mercado de televisão, quem sabe esta talvez seja a primeira de uma série de boas novidades que teremos neste ano no campo das comunicações? A julgar que uma grande emissora como a CNN finalmente resolve apostar no mercado brasileiro com muito atraso, diga-se de passagem, é de se esperar que outros concorrentes de peso no exterior criem coragem também e, quem sabe, venham querer disputar o mercado da informação aqui.
Trata-se de uma aposta ousada - afinal a base de assinantes das operadoras de TV por assinatura vem diminuindo nos últimos cinco anos, graças à concorrência das novas plataformas digitais, serviços de "streaming" e até mesmo da televisão aberta, que acaba por replicar na TV fechada os seus ainda altos índices de audiência.
Entretanto, as novas formas de consumir informação - em computadores, notebooks, tablets, smartphones, tv conectadas na internet, etc - por meio de streaming, plataformas de vídeo, podcasts, webradios, postagens de textos e imagens nas redes sociais e os "bons e velhos" blogs, abrem um cem número de possibilidades para o telespectador/ouvinte/internauta se atualizar sobre os diversos assuntos por infinitas fontes de informação. Ganhará sua audiência o veículo que estiver mais bem estruturado, tratar a notícia com profissionalismo, precisão, profundidade e rapidez, que é necessário na imprensa nos dias de hoje. Veículos que estão aí no mercado há anos levam certa vantagem, mas há de se menosprezar a "pequena mídia", feita quase de forma "artesanal e caseira".
Em sua biografia, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, ex-vice-presidente de operações da Rede Globo por quase três décadas, prevê que o futuro da televisão será cada vez mais a transmissão de eventos ao vivo, sobretudo os jornalísticos. A tendência, segundo ele, é mostrar o que está acontecendo naquele instante, em qualquer parte do mundo. Conteúdos como filmes, desenhos animados, séries televisivas, e outros que sejam pré-gravados, poderão ter menos espaço ou até mesmo migrar para outros tipos de veículos. Em um país-continente como o nosso, com tantas diferenças regionais profundas e até locais, é possível que esse prognóstico não se concretize por inteiro.
De qualquer maneira a demanda por conteúdo televisivo de um modo geral por parte do público brasileiro é enorme. Caso o país consiga retornar aos trilhos do desenvolvimento econômico, mais empresas de mídia poderão ser criadas ou virão também se instalar por aqui. É uma previsão um tanto quanto otimista, mas o surgimento de um canal brasileiro da CNN, ainda que por meio de "joint-venture", autoriza qualquer analista a pensar assim.
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Vice-presidente de jornalismo deixa a Record para criar a CNN Brasil
Além de marcar presença no line up das principais operadoras de TV, a CNN Brasil promete ser ativa em ambiente online. “Canal de notícias multiplataforma” é a forma pela qual o projeto é definido por seus idealizadores. Para isso, a marca tende a seguir os passos da empresa responsável pelo licenciamento no âmbito nacional. A CNN norte-americana conta, por exemplo, com perfis em Facebook, YouTube, Twitter e Instagram — além de site oficial.
Com o acordo com a CNN International Commercial (CNNIC), a futura emissora hard news do Brasil contará com os conteúdos produzidos pelas mais diversas praças do conglomerado de mídia espalhadas pelo mundo. O acordo, no entanto, prevê a manutenção das operações da CNN International e a CNN en Español. Comunicado enviado à imprensa informa que as duas divisões não fazem parte do negócio selado para o mais novo negócio.
Movimentando o setor - A chegada da CNN Brasil deve movimentar o mercado da comunicação do país. Informações dão conta de que a empresa pensa em contar com ao menos 400 jornalistas em sua estreia. Apuração da reportagem do Portal Comunique-se indica que o processo seletivo será aberto ao decorrer das próximas semanas. Além de comunicadores, a lista de vagas contemplará profissionais de parte técnica e administrativo. A ideia principal é “recrutar e treinar jornalistas e equipes de produção”.
Sob comando de Rubens Menin e Douglas Tavolaro, a CNN Brasil visará a produção de conteúdo informativo. Vinte quatro horas por dia. Sete dias por semana. Para isso, o projeto terá redações em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Fora o espaço na TV por assinatura e nas mídias digitais, a marca pretende ser reconhecida como agência de notícias. Além da estrutura, o projeto terá correspondentes internacionais em seus quadros de colaboradores. (Leia mais clicando aqui)
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