Por Paulo Tonet Camargo*
A radiodifusão brasileira vive mais uma importante etapa com o desligamento da TV analógica e a migração do rádio AM para o FM. Em breve, a população de Santa Catarina estará na era digital, com maior qualidade de imagens e áudio na TV. No rádio, mais de uma centena de emissoras, operando em FM, fortalecerão o meio, oferecendo um serviço melhor.
O século XXI chegou com inovações tecnológicas inimagináveis, e o Brasil pode se orgulhar de ter uma radiodifusão que leva, diariamente, aos milhões de brasileiros, informação, cultura e lazer gratuitos, serviços que estão entre os mais sólidos do mundo e com reconhecimento dentro e fora do país. A relação de confiança estabelecida com o público e a identidade com a nossa gente são a grande certeza de que a radiodifusão livre e independente tem um futuro garantido e promissor.
Mas a tarefa é árdua, principalmente, pela nossa razão existencial de defensores incondicionais da liberdade de expressão. Enquanto a radiodifusão é totalmente regulada em aspectos de conteúdo, de formação de capital para empreender e para acessar o mercado publicitário, empresas internacionais, sob a fachada da modernidade, avançam sobre esse mesmo mercado sem qualquer regra a cumprir ou satisfação a dar. Não conhecem o sentimento de brasilidade que embala um setor que gera 750 mil empregos diretos e indiretos e concorrem de forma desequilibrada.
A internet não é uma ameaça, mas sim uma aliada da radiodifusão. Entretanto, a difusão pelo ar livre é gratuita, enquanto o uso da internet sempre terá custos para a população.
No campo da informação e da opinião, nunca o jornalismo profissional foi tão relevante e tão indispensável. No mundo digital, em que tudo está na rede, a informação e a opinião certificadas, editadas e com responsabilidade são o que distingue jornalismo de fofoca online. Se erramos, temos compromissos e deveres, e quem quiser reparação sabe onde está a nossa porta e pode bater.
Em tempos de novas mídias e de pós-verdade, os desafios da radiodifusão são enormes, mas atestam, cada vez mais, a confiança da população nos veículos de comunicação como fonte segura de informação. Nosso maior ativo continua sendo a nossa credibilidade!
*Paulo Tonet Camargo é presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT)
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