sábado, 27 de setembro de 2008

Um RX do rádio no Brasil

Como informei num post anterior, A ABERT e a FGV divulgaram um estudo sobre as rádios brasileiras. Apesar do baixo número de respostas por parte das emissoras (somente 917 de um universo de 3006 registradas na ANATEL), é um RX do mercado e da realidade atual.

Vamos então para alguns números:


Emprego diretos: 143.500

Empregos indiretos: 159.100


Total da receita: R$ 1.673 mi


Origem da receita:

58,2% - Publicidade via agência

31% - Publicidade direta

2,3% - Eventos

2,3% - Permuta

2,3% - Cessão de espaços na programação

2,1% - Doação

1,7% - Outros


Destaques:

  • As rádios da região norte são as que menos arrecadam com publicidade via agência (49,8%) e mais com permutas (15%). São elas também que mais cedem espaço na programação (11,4%);
  • A arrecadação com eventos é menor na região sudeste (0,7%) e maior na região sul (5,9%)

Comentários:


É curiosa a diferença entre arrecadação em eventos, de mais de 5%, entre o sudeste e o sul. Sinal de que as rádios do sul estão sabendo chegar ao seu ouvinte não só pelo rádio, mas na rua também. É importante a questão do ouvinte “ver” a rádio, não só ouvir.

Anunciantes:

45% - Comércio Varejista

8,2% - Telecomunicações

7% - Perfumaria e Farmácia

6,7% - Governo Estadual

6,6% - Financeiro

26,5% - Outros


Destaques:

  • O Governo Federal anuncia mais na região sudeste (6,7% da receita) e menos na região sul (2,2%);
  • Os Governos Estaduais anunciam mais na região nordeste (18,2%) e menos também na região sul (3,4%).
  • Já os Municipais anunciam mais na região centro-oeste (18,7%) e menos na região sudeste (4,4%).


Comentários:


Vale lembrar que esses números tendem a ser modificados em ano de eleição. Para mostrar os seus “feitos” e eleger os seus indicados, o rádio acaba sendo um ótimo veículo para anunciar.

Grade de Programação

Rádio AM

24,2% - Variedades

21,1% - Música nacional

17,5% - Jornalismo

14,4% - Religioso

9,3% - Esporte

13,5% - Outros


Destaques:

  • A porcentagem de jornalismo no rádio AM é uniforme entre as regiões do Brasil. É maior no nordeste (20,2%) e menor no norte (15,2%);
  • Já a religião no rádio AM se concentra no nordeste (21,5%), com menor participação no norte (10,8%).

Grade de Programação

Rádio FM

37,5% - Música nacional

20,3% - Variedades

17,8% - Música Estrangeira

9,3% - Jornalismo

6,3% - Religioso

8,8% - Outros


Destaques:

  • A música estrangeira é mais forte no sul (22,2%) e menos no nordeste (10,5%)

Comentários:


Aqui encontramos a maior distorção da pesquisa, causada pelas rádios piratas no FM. Se formos mapear o dial de qualquer cidade, vamos identificar um número muito maior de rádios que dedicam (pelo menos uma parte) da sua programação à religião, por conta das transmissões não autorizadas pela ANATEL. Até por isso, o número da pesquisa parece muito menor do que é a realidade.

Grau de instrução dos funcionários

44,2% - Ensino médio incompleto

24,6% - Ensino superior incompleto

11,9 – Ensino superior completo

9,3 – Ensino fundamental incompleto

10% - outros


Comentários:


No mínimo, preocupante. Um veículo em que 44% das pessoas têm somente ensino médio incompleto precisa, no mínimo, investir na qualificação do seu pessoal.

Remuneração média:


Em jornalismo, a média nacional é de R$ 1.978,78, com maior média no sul (R$ 2.361,71) e menor média no norte (R$ 1.238,84);


O profissional mais bem remunerado em uma rádio é o comercial, com média de R$ 2.617,11. Maior média no sudeste (R$ 3.332,77) e menor no norte (R$ 1.369,74).

Despesas:

62,9% - Despesas gerais e administrativas

14,1 – Remuneração às agências e corretagem

5,8 – Energia Elétrica

17,2 – Outros


Destaques:

  • A média nacional de gastos com o ECAD é de 2,4%, sem diferenças gritantes entre as regiões.

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