Como informei num post anterior, A ABERT e a FGV divulgaram um estudo sobre as rádios brasileiras. Apesar do baixo número de respostas por parte das emissoras (somente 917 de um universo de 3006 registradas na ANATEL), é um RX do mercado e da realidade atual.
Vamos então para alguns números:
Emprego diretos: 143.500
Empregos indiretos: 159.100
Total da receita: R$ 1.673 mi
Origem da receita:
58,2% - Publicidade via agência
31% - Publicidade direta
2,3% - Eventos
2,3% - Permuta
2,3% - Cessão de espaços na programação
2,1% - Doação
1,7% - Outros
Destaques:
- As rádios da região norte são as que menos arrecadam com publicidade via agência (49,8%) e mais com permutas (15%). São elas também que mais cedem espaço na programação (11,4%);
- A arrecadação com eventos é menor na região sudeste (0,7%) e maior na região sul (5,9%)
Comentários:
É curiosa a diferença entre arrecadação em eventos, de mais de 5%, entre o sudeste e o sul. Sinal de que as rádios do sul estão sabendo chegar ao seu ouvinte não só pelo rádio, mas na rua também. É importante a questão do ouvinte “ver” a rádio, não só ouvir.
Anunciantes:
45% - Comércio Varejista
8,2% - Telecomunicações
7% - Perfumaria e Farmácia
6,7% - Governo Estadual
6,6% - Financeiro
26,5% - Outros
Destaques:
- O Governo Federal anuncia mais na região sudeste (6,7% da receita) e menos na região sul (2,2%);
- Os Governos Estaduais anunciam mais na região nordeste (18,2%) e menos também na região sul (3,4%).
- Já os Municipais anunciam mais na região centro-oeste (18,7%) e menos na região sudeste (4,4%).
Comentários:
Vale lembrar que esses números tendem a ser modificados em ano de eleição. Para mostrar os seus “feitos” e eleger os seus indicados, o rádio acaba sendo um ótimo veículo para anunciar.
Grade de Programação
Rádio AM
24,2% - Variedades
21,1% - Música nacional
17,5% - Jornalismo
14,4% - Religioso
9,3% - Esporte
13,5% - Outros
Destaques:
- A porcentagem de jornalismo no rádio AM é uniforme entre as regiões do Brasil. É maior no nordeste (20,2%) e menor no norte (15,2%);
- Já a religião no rádio AM se concentra no nordeste (21,5%), com menor participação no norte (10,8%).
Grade de Programação
Rádio FM
37,5% - Música nacional
20,3% - Variedades
17,8% - Música Estrangeira
9,3% - Jornalismo
6,3% - Religioso
8,8% - Outros
Destaques:
- A música estrangeira é mais forte no sul (22,2%) e menos no nordeste (10,5%)
Comentários:
Aqui encontramos a maior distorção da pesquisa, causada pelas rádios piratas no FM. Se formos mapear o dial de qualquer cidade, vamos identificar um número muito maior de rádios que dedicam (pelo menos uma parte) da sua programação à religião, por conta das transmissões não autorizadas pela ANATEL. Até por isso, o número da pesquisa parece muito menor do que é a realidade.
Grau de instrução dos funcionários
44,2% - Ensino médio incompleto
24,6% - Ensino superior incompleto
11,9 – Ensino superior completo
9,3 – Ensino fundamental incompleto
10% - outros
Comentários:
No mínimo, preocupante. Um veículo em que 44% das pessoas têm somente ensino médio incompleto precisa, no mínimo, investir na qualificação do seu pessoal.
Remuneração média:
Em jornalismo, a média nacional é de R$ 1.978,78, com maior média no sul (R$ 2.361,71) e menor média no norte (R$ 1.238,84);
O profissional mais bem remunerado em uma rádio é o comercial, com média de R$ 2.617,11. Maior média no sudeste (R$ 3.332,77) e menor no norte (R$ 1.369,74).
Despesas:
62,9% - Despesas gerais e administrativas
14,1 – Remuneração às agências e corretagem
5,8 – Energia Elétrica
17,2 – Outros
Destaques:
- A média nacional de gastos com o ECAD é de 2,4%, sem diferenças gritantes entre as regiões.
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