quinta-feira, 8 de junho de 2006

Morre, aos 77 anos, o radialista Fiori Giglioti

Ricardo Valota, da Agência Estado

SÃO PAULO - Dono do famoso bordão "Agüeeeenta coração!!!", morreu no início da madrugada desta quinta-feira, aos 77 anos, em São Paulo, Fiori Giglioti, um dos mais importantes narradores esportivos da história do rádio brasileiro. Fiori estava internado desde sexta-feira passada no Hospital Alvorada, em Moema, na zona sul da cidade, onde passou por uma cirurgia de intestino em decorrências de complicações de um câncer de próstata. Na segunda-feira, Fiori foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e morreu à 0h40 desta madrugada.

Fiori deixa dois filhos, Marcelo e Marcos, duas netas, e a esposa Adelaide Giglioti. Segundo a assessoria de imprensa de Fiori, o enterro do cronista esportivo ocorrerá às 16h desta quinta, no Cemitério do Morumbi, na zona sul da capital. Fiori morava atualmente no bairro do Itaim Bibi, também na zona sul.


Carreira
Fiori Giglioti nasceu em 27 de setembro de 1928, em Barra Bonita, no interior do Estado de São Paulo. Quando menino, ouvia a paulistana Rádio Difusora. Inspirado no narrador esportivo Rebelo Júnior, o homem do seu "gooooooool" inconfundível, resolveu entrar no rádio. Em 1947, deu início à sua carreira, no interior, na Lins Rádio Clube, onde apresentava o programa de auditório "Alô Gurizada".

Dois anos depois, apresentou os programas "Crepúsculo Romântico" e "Quando Fala o Coração", na Cultura de Araçatuba. Os programas fizeram tanto sucesso que Fiori precisou fugir da cidade por conta do assédio das fãs, especialmente porque uma ouvinte se apaixonou e o perseguia. No mesmo ano, voltou para a Lins Rádio Clube.

Em 1952, foi para a Bandeirantes, onde apresentou o "Quando Fala o Coração", que ultrapassava a marca de mil cartas por mês. Paralelamente, foi para a equipe de esportes. Sua primeira narração foi um treino da seleção paulista e do Santos Futebol Clube.

No ano seguinte, foi escalado para cobrir o Campeonato Sul-Americano, no Peru. Edson Leite era o primeiro narrador. O segundo era Hélio Priolli, que, chateado por ver que escalaram Fiori, que estava havia apenas seis meses na casa, acabou pedindo demissão da emissora.

Em 1958, foi o narrador titular na Rádio Pan-Americana. Quatro anos mais tarde, cobriria a primeira Copa Libertadores. De lá para cá, cobriu todos os grandes campeonatos e um total de dez Copas do Mundo. Em 1963, voltou para a Bandeirantes, dessa vez como titular, onde ficou até dezembro de 1995. Em 1996, se transferiu para a Rádio Record, de onde saiu e foi contratado pela Rádio Capital.

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