Segundo o colunista, “a saída do programa pode estar relacionada ao interminável processo de mudanças em todo o Grupo Bandeirantes”. Flávio Ricco informa ainda que a trupe já está em negociação com outra emissora.
O “Na Geral” surgiu 1.999, quando Lélio Teixeira assumiu a direção da Rádio Brasil 2000 FM – à época, uma emissora dedicada ao rock alternativo. Sua chegada à emissora educativa da Faculdade Anhembi Morumbi provocou grande polêmica porque Lélio fora diretor da rádio Energia 97 e, antes desta, da Nova FM – ambas dedicadas à música eletrônica. Na Energia 97, Lélio criou o programa “Estádio 97”, principal atração dessa emissora até hoje, na qual se inspirara para criar o “Na Geral”. Sua ida para a Brasil 2000 e eventual criação do humorístico não foram bem vistas nem pela audiência nem pela imprensa especializada. Temia-se que o novo diretor mudasse a programação musical da emissora, trocando o rock pela dance music, tirando do ar programas de grande sucesso – como o Skabadabadoo e o Garagem – e implantando um programa de humor que falava sobre futebol, sendo que a Brasil 2000 nem ao menos se dedicava às transmissões esportivas.
Pressionado, Lélio Teixeira não mexeu na grade da estação. A única mudança foi a entrada do “Na Geral” no fim de tarde da emissora, substituindo o programa “Dois Mil Volts”, produzido e apresentado por Roberto Maia e Tatola Godas, os antigos diretores, que saíram da rádio algumas semanas antes.
Com uma estrutura modesta e a participação afetiva de personalidades do esporte, da televisão e até da música, o “Na Geral” permaneceu na emissora da Vila Madalena por três anos. Apesar da desconfiança dos “ouvintes cativos”, que sempre tinham a nítida impressão de que a programação seria modificada de uma hora para outra, Lélio Teixeira manteve sua palavra e ainda conseguiu que a audiência e o faturamento da rádio crescessem, para a satisfação da fundação mantenedora.
Em 2002, depois da Copa do Mundo no Japão e na Coreia do Sul, Lélio e seus companheiros do “Na Geral” são convidados a integrar programação da Rádio Bandeirantes. A emissora paulista procurava uma atração na linha de humor ligada ao esporte, desde que a última versão do “Show de Rádio” (1995 – 1997) havia sido um fracasso de audiência.
Ao deixar a Brasil 2000, Lélio foi substituído por um diretor que paradoxalmente acabou fazendo o que todos temiam que o líder do “Na Geral” fizesse: mudou a linha programação para música pop, encerrou a transmissão dos programas da casa, criando outras atrações de menor qualidade e, de quebra, espantou os “apoiadores culturais” que lá estavam.
No ano seguinte à sua chegada a Bandeirantes, em 2003, o “Na Geral” ganhou o troféu APCA de melhor programa de humor no Rádio. O programa estava no auge, sendo um sucesso de crítica, de público e de faturamento. Ao longo dos anos seguintes não faltaram empresas interessadas em patrocinar o humorístico e a atração ganhou uma versão televisiva na tela da Band TV. Entretanto, a exemplo de iniciativas semelhantes em outras épocas, o “Na Geral na TV” acabou não dando certo e saiu logo do ar.
Mesmo assim, o trio ainda possuía uma boa audiência e prestígio – principalmente com os anunciantes – com os quais frequentemente produziam ações promocionais, transmitindo seu programa ao vivo com plateia, da sede das empresas patrocinadoras, dos pontos de venda ou das feiras de negócios onde os parceiros comerciais expunham seus produtos.
Embora não tenha sido o pioneiro, o “Na Geral” criou a tendência do rádio veicular programas de humor baseados no futebol em que o prato principal são as “esquetes” de humor, o noticiário – ainda que superficial – dos clubes e dos campeonatos e a participação do ouvinte dando suas “opiniões futebolísticas”.
Nos últimos tempos ficou claro que a Bandeirantes já não enxergava mais o programa diário como “joia da casa”. A tecnologia avançou, a concorrência se mexeu, o modo de se ouvir rádio foi mudando aos poucos e a natural queda de audiência chegou, embora não fosse tão grande. Tanto é que atualmente apenas uma empresa patrocina o trio de radialistas.
Não será fácil para trupe do “Na Geral” conseguir uma nova casa. Pelo menos não com a estrutura e o poder de mercado como o da Bandeirantes. O que é certo é que eles terão de se reinventar e se atualizar “seu produtor” como sempre fizeram, desde o primeiro programa há quase dezessete anos.
Um comentário:
Boa tarde bando de loucos me chamo Paulo moro no Guarujá e sou taxista ja estou com saudade,estou aguardando ansioso esse retorno parabéns pelo excelente trabalho um abraço a todos.
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