terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Em nome do bom senso

Nas últimas horas, os sites especializados em rádio tem se debruçado sobre uma notícia que espantaria o mercado de radiodifusão de São Paulo: a Kiss FM iria firmar uma parceria com uma produtora independente, a fim de começar a transmitir partidas de futebol. Fonte não identificada desta produtora teria revelado ao site "Rádio Agência" que tal acordo seria celebrado em breve, informação essa que foi negada pela assessoria da emissora, procurada pelos editores deste blog. A assessoria disse que o contrato ainda não fora assinado em razão de "resoluções contratuais ainda não acertadas."

Enfim, há um desencontro tão grande de informações que faz o leitor pensar que o projeto pode ser cancelado devido à sua divulgação antecipada por parte da produtora, sem antes o acordo ter sido celebrado com a Kiss FM.

Independentemente dessa confusão e agito todo gerado por esta notícia, - que não sei ao certo a quem interessou toda essa celeuma - se o projeto ainda for concretizado pode ser um tiro no pé da audiência da emissora. Afinal, segundo pesquisa de audiência publicada no site Bastidores do Rádio, a Kiss FM tem cerca de 60 mil ouvintes por minuto em édia por dia. Não é pouco, não, mesmo pra uma emissora altamente segmentada numa cidade como São Paulo.

Introduzir futebol numa rádio com esse perfil pode ser um tiro no pé à toa, tal como acontecera com a Transamérica. O público que liga na Kiss quer ouvir música, especialmente Rock. Não me parece que ele esteja tão aberto a ouvir outros tipos de programação. Se ele quer ouvir futebol, possui dezenas de opções melhores, inclusive nas emissoras jornalísticas.

A Mix FM, líder de audiência no segmento jovem, por exemplo, não veicula programas específicos com mais de 15 minutos em que eles não possam veicular a programação musical da rádio. O medo é de perder a identidade da emissora e quebrar a cadência da programação.

Já a 105 FM veicula partidas de futebol nos fins de semana. Porém, é bom lembrar que seu perfil de programação é mais "popular", sendo compatível com esse tipo de formato que querem implantar na Kiss. Além disso, possui equipe própria, que pode ser um fator gerador de identidade e de audiência à emissora e suas transmissões futebolísticas.

A Eldorado pos quase 50 anos jamais veiculou partidas de futebol. Com a saída de João Lara e do clã Mesquita da direção, as diretrizes das duas emissoras do grupo Estado mudaram. A Eldorado AM associou-se ao canal de tv paga ESPN, pertencente à Disney Company, e começou a fazer uma programação voltada para o esporte. Entretanto a FM não veicula essa programação, talvez por saberem que o público da Eldorado procura um tipo diferente de conteúdo que não envolve esportes populares.

Transmitir futebol na Kiss FM, emissora especializada em Classic Rock, cujo público nem sempre é aficcionado pelo ludopédio, nem procura por isso na emissora, é tão sem propósito quanto veicular este mesmo projeto numa Cultura FM, por exemplo, cujo o público é o mais exigente do dial e espera jamais ouvir um grito de gol entre a "Nona Sinfonia", de Beetoven e as "Bachianas", de Villa - Lobos.

Porém, o que parece mandar no rádio hoje em dia, mais do que o bom senso e as convicções de seus profissionais, é o faturamento a qualquer preço, não importa o quão isso contrarie o gosto ou a inteligência do ouvinte.

Enfim, só nos resta aguardar as próximas notícias, esperando que o bom senso prevaleça.

Um comentário:

anderson caetano disse...

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