Para Eugênio Bucci, mais importante que o diploma é "a manutenção e o cultivo da liberdade de imprensa"
Por Ana Luiza Moulatlet/Redação Portal IMPRENSA
Eugênio Bucci, jornalista e professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), comentou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que na última quarta-feira (17) decidiu pela revogação da exigência do diploma para o exercício do jornalismo.
"A primeira coisa que eu digo é que a decisão dos STF é uma coisa julgada, não é nem próprio avaliar se é correta ou não, não cabe a mim julgá-la", afirmou Bucci. Em entrevista ao Portal IMPRENSA, ele disse que já havia manifestado, antes da decisão do Supremo, sua impressão de que o diploma já cumpriu um papel que classificaria como "civilizatório" no Brasil.
"Embora a exigência seja uma excentricidade brasileira, já que outros países não a tem, ela ajudou a elevar os padrões da profissão no país. No entanto, nos tempos atuais, a manutenção do diploma deixou de ser prioritária para o atendimento das necessidades do cidadão relativas à informação".
Questionado sobre o que seria prioritário, Bucci citou como exemplo a observância, a manutenção e o cultivo da liberdade de imprensa. "Seria prioritário no Brasil a independência das redações e a preservação de um ponto de vista livre do poder; a capacidade de informar os cidadãos e fiscalizar o poder econômico", declarou.
Sobre o posicionamento dos veículos de comunicação, o jornalista acredita - apesar de afirmar que não pode falar em nome das empresas - que a tendência é "as redações contratarem os melhores. Não acredito que seja o caso de contratarem os mais baratos. A qualidade da informação tornou-se uma exigência do público, e aqueles que têm uma formação sólida terão vantagem nessa disputa", concluiu.
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