terça-feira, 14 de outubro de 2008

O caso Paula Tejando

A respeito do post Paula Tejando ataca na Rádio Gaúcha, o leitor que assina como João Firmino escreveu o seguinte: "É apenas uma brincadeira inocente, pessoal, fazer rir faz bem!"

Não dá para garantir que seja apenas uma brincadeira inocente. Essas participações de Paulas Tejandos e Tomás Turbandos provavelmente sejam parte de uma ação não-declarada de marketing viral. E os principais beneficiados são aqueles programas televisivos de entretenimento que misturam humor com jornalismo. Não preciso nomeá-los. O amigo leitor há de saber quais são.

Minha opinião está baseada em algumas evidências:

1) Pequisando na web sobre a repercussão da visita da dona Paula à Rádio Gaúcha, caí numa comunidade Doentes por Futebol - OPEN BAR, no Orkut. No dia 4 de outubro, um de seus integrantes fez o seguinte comentário:

hhahahahahha

alguém viu a pergunta do internauta agora na globo?

o luis roberto ainda mandou um abraço pra Paula Tejando


Cinco mensagens depois, outro integrante da comuna responde o seguinte:

Brincou que ele fez isso?

Puta que pariu. Top five do (...), aqui vamos nós!


O nome da atração que tem o top five foi editado por mim.

2) O apresentador de outro desses programas teria solicitado à sua audiência para mandarem mensagens a programas de televisão com a assinatura de Oscar Alho. Além disso, pediu que mandassem o vídeo dessa pegadinha, caso algum apresentador ou locutor caisse nela.

Esse é o ponto. Quando mais proliferarem mensagens assinadas por nomes obscenos (e seus respectivos vídeos cairem na Internet), mais a associação com esses programas será feita. Resultado: alguns telespectadores a mais.

Embora seja tímida em muitos casos, a interatividade adotada em programas de televisão e rádio é uma conquista que não pode ser jogada pela janela.

8 comentários:

Alessandro disse...

concordo com o comentário. lamentável essas piadas de mau gosto. Dia desses indiquei o programa da Band que o "moderninho" do momento p/ que um amigo assistisse, já que ele estava ausente do Brasil há algum tempo. Ele odiou e fez severas criticas, que eu não tinha observado.
Pena que um ótimo jornalista que apresenta esse programa se misture com gente de baixo ou nenhum nível, rebaixando inclusive a palavra "repórter", apenas pq seguram um microfone.

Anônimo disse...

Se vocês prestarem atenção no modo como é falado o nome dessa "Paula", vocês notam uma empostação na voz.
É obvio que é uma brincadeira combinada.
O ridículo é entrar no ar "Oscar Alhos", "Tanakaras" e "Jacinto Leites",
então nós concluiremos que os meios de comunicação apodreceram de vez.
Para levantarem alguns pontos do ibope, as emissoras de tv parecem apelar ao youtube: Programa de tv deve passar algum video embaçado dali ou então, ser ripado e passado nesse lugar —que evito acessar—

Marco Antonio Ribeiro disse...

Ué, por que você omitiu de onde é o "Top Five"? Todo mundo que assiste o CQC, da Band, sabe que é de lá mesmo....

Rodney Brocanelli disse...

Eu não tou a fim de fazer parte do viral deles =)

Anônimo disse...

Já ouvi amigos falando que essa brincadeira dos nomes não é pra ir pro Top 5 do CQC, mas, sim, um outro quadro do Pânico...

Marcos Lauro disse...

Anteontem, o Emilio Surita "reclamou" dos ouvintes que usam esse tipo de nome nos comentários do blog do Pânico. "Tem de usar isso em programa sério, pô. Aqui não tem graça!".

Anônimo disse...

O feitiço contra o feiticeiro
rsrsrsrs

Anônimo disse...

Era só o que faltava culpar os programas de humor por falhas das equipes de produção dos programas ditos sérios. Cada vez menos gente fazendo mais trabalho. Cada vez mais gente indicada e menos preparada. Quem trabalha em TV ou rádio precisa ficar atento a isso. Infelizmente já é normal ouvir cacofonias, como "havia dado". A impressão que dá é que ninguém tem mais cuidado com o texto que vai ao ar.

Daí, é mais fácil culpar programas de humor que pedem, sim, para os espectadores enviarem sugestões de vídeos (nunca vi o Pânico nem o CQC combinando de enviarem textos assim).

Quanto ao "rebaixamento" do que é ser repórter: isso hoje está disseminado na TV. Não apenas pela baixaria, mas pela falta de conteúdo (ou já esqueceram dos ex-BBBs?). O problema é que essas "modas" (qualquer um é "repórter", a palhaçada aparecendo mais do que o conteúdo, a inteligência dando lugar ao grotesco) começou NO RÁDIO. Acho que este é um bom fórum para uma discussão dessas, exatamente por isso. Mas é bom que, antes de reclamarmos que a parede do vizinho não está limpa, nós procuremos saber se não é a nossa janela que está suja.