por Marcelo Di Lallo
do site Papo de Bola
Domingo, última rodada da primeira fase do Paulistão 2008, quatro jogos importantes valendo classificação para as semifinais. O torcedor corintiano precisava torcer pelo seu time e, de quebra, por um tropeço da Ponte contra o Santos, ou do São Paulo, que enfrentava o Juventus. O problema é que o time de Mano Menezes não fez sua parte - perdeu para o Noroeste - e foi eliminado.
Todo este preâmbulo é necessário para explicar que os torcedores precisavam secar seus concorrentes. Ou seja, o perfil do ouvinte, ou do torcedor, mudou assim como a tecnologia, especialmente com a chegada da Internet. Atualmente cresceu muito o interesse em saber tudo o que está acontecendo numa rodada, em outros Estaduais e no futebol internacional. Não há mais aquele radicalismo de querer ouvir somente o que rola no seu time de coração. Até na audiência houve um fato significativo. A transmissão das partidas aos domingo pela TV aberta fez com que o “dia do rádio” migrasse para o sábado, ou quando não houver a concorrência das imagens.
E nada mais justo, até jornalisticamente, que fizéssemos na rádio Eldorado/ESPN, mais uma vez, o carrossel de transmissão. Este sistema de transmissões simultâneas de mais de duas partidas era corriqueiro nas décadas de 60 e 70, aqui em São Paulo. Em outros Estados, cujas cidades tem dois times grandes, tem a denominação de "duplex", porém com apenas duas partidas simultâneas.
Domingo estivemos em Bauru, Vila Belmiro, Morumbi e Barueri. Fizemos um rodízio encabeçado no jogo entre Noroeste e Corinthians. Isto sem contar o plantão esportivo, onde tive que ficar atento às demais seis outras partidas, informando a todo o momento os classificados e rebaixados. É sempre uma experiência marcante e gratificante. Desde o ano passado resgatamos o carrossel de transmissão, especialmente na última rodada do Brasileirão, quando falamos simultaneamente de 8 estádios. Foi histórico, sem dúvidas. Mesmo num domingo. Mesmo com a concorrência da TV, porque o dinamismo e o charme do rádio continuam imbatíveis.
Logo após nossa transmissão, voltando pra casa, já sentia a boa repercussão do nosso trabalho. Fiquei muito feliz em saber que as demais emissoras aqui da Capital paulista também utilizaram o carrossel. Sinal que nossa equipe Eldorado/ESPN, apesar de caçula, prestes a completar seu primeiro aniversário, já é uma referência positiva no rádio esportivo paulista. Estamos muito orgulhosos.
Comentário: Leia um pouco mais sobre o carrossel aqui
Um comentário:
Pessoalmente, eu não gosto muito do duplex. Se o jogo do meu time estiver valendo alguma coisa, eu vou querer ouví-lo na totalidade. Quero saber sim o que acontece nos demais jogos, mas o jogo do meu time tem prioridade.
Acho que deve haver sempre um jogo comando, que é o que mais vale. Lanses capitais dos outros jogos podem ser gravados e reprizados conforme o narrador do jogo comando pessa, e devem entrar em número razoável apenas.
Respeito muito quem defende o duplex, mas acho que como toda unanimidade a adoção desse expediente por todas as rádios seria burrisse. Quanto mais variedade de opções melhor.
Marlon
p.s. Os radialistas devem sempre se lembrar de que o rádio independe da televisão. Por exemplo, muitos narradores estão deixando de estar em cima da partida porque assumem que seus ouvintes estão vendo o jogo, de toda forma. Isso é idiotisse pura, ao meu ver. O sistema duplex pode cair nesse jargão, se o jogo comando da rádio for o mesmo da televisão. mas, amigavelmente, gostaria que os profissionais de rádio que estiverem lendo este comentário se lembrassem que, além dos cegos ouvintes, os carros em trânsito não tem televisão a bordo, as portarias de muitos lugares não podem ter televisão, e a imagem da tv nem sempre é boa o que, tenham certeza, garante muitos ouvintes sem a possibilidade de ver as imagens.
Postar um comentário