Hoje pela manhã ouví na Rádio Globo que representantes de bandas e artistas independentes se encontraram com o Ministro Gilberto Gil para protestar (mais uma vez!) contra o jabá e cobrarem mais espaço nas rádios.
Ainda segundo a Rádio Globo, Gil afirmou que não teria muito o que fazer, já que as rádios têm fins comerciais, mesmo sendo concessões públicas. O Ministro disse que, o que ele pode fazer é instituir uma espécie de “cota para independentes” na programação das rádios.
Solução um pouco estranha essa, não? Uma cota para independente pode muito bem ser cumprida com um programa no meio da madrugada, pra ninguém ouvir... e aí daria na mesma! E todas as rádios seriam obrigadas a cumprir a cota? A Antena 1 seria obrigada a tocar independentes, ou só as Rádios Rock? A Mix tocaria independentes?Sem contar que esse movimento não tem muito de organizado. Tom Zé disse a alguns dias: “Lá em Pernambuco tem artista pra tudo que é lado. É um monte de caranguejo tentando sair de dentro da caixa. Aí quando um tá conseguindo sair, os outros vão lá e puxam a perninha dele, pra cair de novo!” Dentro dos “alternativos” existe uma briga entre facções, grupos... quando um tenta conseguir a vitória, outro grupo dá um jeito de passar na frente, mesmo que o movimento saia perdendo. O próprio Lobão, tido com um dos líderes dos alternativos/independentes, coloca a Pitty na capa da sua revista, a OutraCoisa. Bela contribuição para o mundo alternativo.
Um comentário:
Quanto mais o Ministro Gilberto Gil fala, mais a gente chega a conclusão de que o Tutinha é que tem razão, para azar de seus desafetos - declarados ou não. Como provar que as emissoras estão erradas ao cobrar jabá, uma vez que o mercado publicitário não lhes dá a devida atenção? Seria melhor emissoras privadas sobreviverem às custas de subvenções oficiais, já que são concessões? E o que é relevante no meio independente ou não? Quem irá estabelecer os parâmetros? O governo? Há muito artista e banda ruim fora das grandes gravadoras também. E os grandes artistas que têm a sorte de estar numa "major" serão discriminados daqui para frente? A Pitty é uma artista de uma gravadora "pequena" que furou o bloqueio das FMs/MTV/grandes gravadoras. Só que sua música caiu no gosto de uma certa faixa do público da chamada "grande massa". A qualidade de seu trabalho é questionável. Será que ela deixou de ser "independente" por estar na grande mídia? Respostas para este blog, por favor.
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