segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Fim da Mitusibishi FM: mais um caso de desrespeito para com os seus ouvintes

Do Blog do Cheni

Como o Blog adiantou, o Grupo Bandeirantes de Rádio fará mudanças em uma das emissoras que administra. Menos de quatro anos depois de sua criação, a ótima Mit FM que opera em 92,5 Mhz já tem data marcada para deixar de existir, 5 de março.

Com uma das melhores programações do rádio de São Paulo, a Mit resgatou muitos ouvintes da finada 89 FM, a Rádio Rock que hoje de rock não tem nada com a chegada da pop Fast FM.

Outro fato que pega todos os ouvintes de surpresa é que a emissora vinha crescendo mês a mês conforme a medição de audiência do IBOPE, a Mit FM cresceu 50% no último trimestre. Atualmente a emissora ocupa a posição 29 do ranking.

A fórmula de sucesso que tinha tudo para crescer ainda mais, além da boa programação, tinha ótimos locutores, programas alternativos e jornalismo que infelizmente vão deixar de existir.

O motivo que o final do contrato de parceria do Grupo Bandeirantes de Rádio com a Mitsubishi Motors e a agência de publicidade África está chegando ao fim e diretores da montadora já avisaram que não vão continuar no projeto. A crise no mercado internacional e o aumento no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados para carros importados podem ter pesado na decisão da montadora japonesa que importa as marcas: ASX, Lancer, Outlander e Pajero Full para o Brasil.

A direção da emissora classifica a Mit como uma rádio que traduz em música e conteúdo a liberdade, que une o gosto pela aventura e a emoção de transpor os obstáculos do dia-a-dia. Resta agora aos ouvintes, aproveitarem ao máximo os últimos capítulos de mais um bom projeto que chega ao fim. O futuro da freqüência ainda não foi divulgado, uma vez que a emissora pertence a Rede Mundial de Comunicação e está arrendada ao Grupo Bandeirantes.
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

Do texto acima, discordo da parte em que o colega Anderson Cheni diz que "com uma das melhores programações do rádio de SP, a Mit resgatou muitos ouvintes da finada 89 FM, a Rádio Rock que hoje de rock não tem nada com a chegada da pop Fast FM". Desculpe, não concordo, fui ouvinte da finada 89 FM - e também da FM 97, de Santo André - desde muito antes dos seus primeiros dias no ar, quando se chamava 89 Pool FM, e tocava mais ou menos o que tocava hoje. Posso garantir que não "migrei" para a Mitsubishi FM.

Não sei desde quando o missivista acompanhou a 89, mas se foi desde os seus primórdios, certamente está falando da boa fase que foi de 1985 a 1989,basicamente quando, mesmo sendo uma rádio "segmentada", não se furtava ao dever de trazer para os seus ouvintes as novidades e o que havia de melhor no mundo do rock/pop. Mas, tudo bem, é a opinião dele. Haverá de aparecer outro que dirá que a fase boa vai de 1990 a 1995 e assim por diante....

Também é um certo exagero dizer que "com uma das melhores programações do rádio de São Paulo". De fato, a programação musical era boa, não comprometia. Aí é que, penso seu, não comprometia, ou melhor, não se comprometia, nem pela busca pela inovação, nem pela busca da audiência. Sua programação composta por "hits" do pop e rock dos anos 80, basicamente. Mas, novamente, é a opinião de quem escreveu.

Poderia me ater ao fato de que há está tendo uma certo recrudescimento nesta recente tendência de emissoras com bandeiras de "marcas famosas". E de fato há. Parece que esta estratégia de "usar emissoras de rádio como 'ferramenta' de marketing", não está indo tão bem assim, vide o exemplo da Oi FM. Afinal, tentou-se fazer algo parecido nos primórdios do Rádio e da TV e não funcionou tão bem quanto os modelos de negócio que temos hoje. Contudo, ainda é cedo para afirmar algo de concreto. Sendo assim peço licença ao leitor para me ocupar deste assunto futuramente, em outra oportunidade.

Quero focar o meu comentário no principal interessado: o ouvinte da Mit FM. A se confirmar esta fatídica notícia, a pessoa que é a razão de ser do rádio existir, mais uma vez, será enganada.

Como eles mesmos, disseram "a Mit é uma rádio que traduz em música e conteúdo a liberdade, que une o gosto pela aventura e a emoção de transpor os obstáculos do dia-a-dia." Ora, se a "missão" da emissora é esta porque tirar do ar? O número de ouvintes não justifica??? Afinal, essas pessoas - sendo poucas ou muitas - elegeram a MIT FM como o seu principal veículo de comunicação e entretenimento durante boa parte do dia, conferindo à emissora o prestígio que ela alcançou. Se não foram tantos como eles esperavam ou se a estratégia de "fixar a marca" na mente dos ouvintes de Rádio não dera certo, a culpa não é do ouvinte. Talvez o projeto tenha sido mal executado ou o público-alvo tenha sido mal escolhido e mal dimensionado. Se foi isso, repito, a culpa não é do ouvinte.

Possivelmente, a "culpa do ouvinte" - se é que ela existe - tenha sido a de dar audiência a uma emissora que lhe conquistou o coração, quando estava tudo bem e que agora o abandona, quando a situação começa a piorar para o detentor da "marca" e do "produto". É bem verdade que já se sabia que a Mit FM tinha data para terminar. Mas em um mercado tão carente de recursos para investimentos e de postos de trabalho e de bons conteúdos, sempre se há a e expectativa de que o projeto, bem sucedido, continue a dar retorno para o seu investidor e conteúdo para seus radioespectadores.

Creio que a situação não esteja boa para a Mitsubishi aqui no Brasil, como diz a notícia a cima. Mas a se confirmar a notícia da saída, cabem ao grupo Bandeirantes e à Rede Mundial de Comunicação pensarem numa saída criativa para que não deixem órfãos os milhares de ouvintes da Mit FM na mão. Infelizmente vai depender da "boa vontade" deles e isso é incerto e muito complicado.

Talvez seja a hora do público da Mit FM se mobilizar e exigir que sejam respeitados. Do contrário, mais uma vez, o ouvinte de rádio será passado pra trás. E isto, sinceramente, cansa.

Um comentário:

Marcelo Bike disse...

Desrespeito puro, fora o desperdício de profissionais e boas idéias.
A mit fm era auto-sustentável pois possuía bons contratos de publicidade, oque não justifica a falta de recursos para o fim do projeto.
Ficou mais com cara de birra mesmo, aonde a Mitsubishi Motors quis "castigar" os brasileiros pelo aumento do imposto.
Decisão política, e sinceramente, desnecessária.