da Folha de S. Paulo (só para assinantes)
Na década de 1950, o nome do "pai" da radiodifusão brasileira virou premiação: por anos, o troféu Roquette Pinto foi entregue aos profissionais de maior destaque do rádio e da TV. Não contente em ganhar um, Waldemar Ciglioni levou sete para casa.
"Hoje não se usa mais consultar enciclopédia, mas o nome do meu pai é um verbete da radionovela no Brasil", conta o filho Walter.
Waldemar foi um colecionador de troféus e de histórias: de goleiro do São Paulo nos anos 30 a militante estudantil preso pelo governo de Getúlio Vargas, conheceu personalidades que vão do papa a Walt Disney.
Chegou a cursar direito na USP, mas enveredou pela comunicação. O primeiro passo foi aos 17, na rádio Piratininga. Com o desenrolar da carreira, fez tanto sucesso que foi convidado a dirigir a rádio São Paulo -ficou no cargo por quase 30 anos.
Lá, atuou em "Fatalidade", um dos maiores sucessos da radionovela no país. O ofício de radioator lhe trouxe tanta fama que, quando saía à rua, tinha que dar autógrafos.
Na rádio Mulher, comandou o programa "Cartas de Amor". Começava sempre com a frase: "Meu inesquecível amor...". "As mulheres deliravam quando ele declamava", conta o filho. Atualmente, era diretor-superintendente da rádio Mundial.
Waldemar morreu anteontem, em São Paulo, pouco antes de completar 90 anos. Deixou cinco filhos, oito netos e um bisneto.
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