por Lúcio Ribeiro
Falei aqui recentemente das rádios rock (não só) italianas e acho conveniente dizer algo sobre a nova temporada de rádios rock no Brasil. Mais especificamente em São Paulo. Dá para dizer que o rock (principalmente) vive uma certa “Era do Rádio” no dial paulistano, com a chegada da Oi FM e da Mitsubishi FM. A boa nova é sempre comemorada quando isso acontece, mas sempre vem acompanhada de uma forte expectativa, não exatamente positiva. Será que desta vez vai funcionar?
Se o “vídeo matou a estrela do rádio”, como pregava o famoso sucesso dos anos 70/80, que serviu de trilha para a chegada da MTV, hoje, com a internet, essa “estrela do rádio” vaga tipo um zumbi pelo purgatório radiofônico. Mas, se a internet abriu um admirável mundo novo para essa “estrela”, ela encostou de vez na parede a ”rádio”. Antes atuando sozinha nas ondas sonoras, as chamadas rádios convencionais se vêem dividindo atenções e ouvidos com as rádios retransmitidas da internet (elas mesmas, só que na via virtual), as rádios exclusivas da internet, as rádios gringas que se pode ouvir na internet, as rádios que EU posso fazer PARA MIM na internet, os podcasts, o iPod.
* Enquanto a Mitsubishi FM vem com uma proposta mais ou menos definida de ser um easy-listening roqueiro tipo rádios de avião, “sem arriscar para não espantar”, a Oi FM vem alardeando em vinhetas que é a “rádio diferente”, “livre para tocar o que quiser” e que veio para tocar o “novo”. Então a cobrança nossa para cima da Oi vai ser naturalmente maior.
Operando em fase experimental nessa sua chegada ao “difícil” mercado paulistano de rádios de rock/pop que não costumam sobreviver por muito tempo, porque sempre quiseram focar em tudo e acabaram não focando em nada, seria injusto fazer qualquer pré-julgamento da programação atual da OiFM, que até escala um Hot Chip e um Mark Ronson para tocar, mas se anima demais na hora de disparar uma do Lenny Kravitz, depois uma da Joss Stone, seguida de Jamiroquai e “aquela” dos Chili Peppers, tipo o que a falida 89FM, a “rádio rock”, costumava tocar. Anos atrás. Mas, muito além da programação em si, as rádios novas que se pretendem “diferentes” têm que se ligar que não basta só tocar as músicas de uma cena. Elas têm que interferir nessa cena. Para sobreviver e não virar aquela rádio da seqüência-musical-cadeira-de-dentista. Se é que não seja essa mesma a intenção. Vamos voltar mais a este assunto…
Comentário: Só não entendi o "operando em fase experimental" referente a Oi FM. Quer dizer que tudo o que aconteceu na noite de 15 de julho (ouça no player abaixo) foi mentirinha e estamos aguardando ainda pela verdadeira Oi FM? O texto de Lúcio é do dia 12 de setembro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário