Radar Cultura no Campus Party

Veja a atualização das notícias sobre a realização e as novidades da Campus Party deste ano neste link aqui.

Mario Vitor Santos, ombudsman do portal iG, falou em seu blog sobre a recém-terminada Campus Party. Se minha definição não estiver errada, trata-se de um grande evento sobre tecnologia e mídia na internet. Chama a atenção uma das inquietações de Santos: a presença ostensiva das emissoras da Fundação Padre Anchieta em sua promoção e cobertura. Eis aqui um trecho de seu texto, assim na sequência há a resposta da Fundação:


2) O evento foi promovido por uma empresa privada, a Futura Networks, com patrocínio de outra, a Telefônica, e declarados fins lucrativos. Para muita gente, ficou estranha a maciça participação da Rádio e TV Cultura no evento, montando estúdio dentro da Campus Party, dedicando horas extensas e generosas de sua programação ao evento, e deslocando boa parte de sua equipe para lá. Qual o interesse público da Campus Party?

(...)

Resposta da Cultura
"A Fundação Padre Anchieta não teve gastos com a Campus Party. A presença marcante da Rádio e TV Cultura no evento decorreu de uma decisão das emissoras: investir no público jovem. Durante sete dias, a instituição teve a chance de conhecer os jovens presentes na Campus Party, fazer pesquisas, colher depoimentos dos participantes e oferecer a interatividade através do RadarCultura, o ambiente digital colaborativo na internet que define a programação parcial da Rádio Cultura AM, criado pela Fundação Padre Anchieta. Além disso, a Rádio e TV Cultura puderam levar informações relevantes ao público e mostrar aos telespectadores as novidades digitais, que cada vez mais fazem parte do dia-a-dia das pessoas, especialmente dos jovens. Este ano, a Fundação Padre Anchieta tem como objetivo entrar no universo da interatividade e, pela dimensão do evento, não haveria lugar mais propício para estarmos presentes, aprendendo e trazendo aos jovens conhecimentos que talvez não estivessem disponíveis em outras emissoras."


Vale dizer que desde o começo do ano, os apresentadores do Radar Cultura passaram a falar muito da Campus Party durante a programação. O excesso na promoção me levou a postar (há três semanas) um tópico no site chamado "Overdose de Campus Party". Segue seu texto:

Ok, imagino que o Campus Party seja um evento bem importante, mas não está havendo um excesso na divulgação do mesmo no Radar Cultura?

Justiça seja feita: não houve qualquer tipo de boicote ou censura ao tema que propus e ocorreu participação tanto do público comum, como de profissionais da Cultura nas respostas. O tópico chegou a figurar com destaque no hotsite do Radar Cultura sobre o evento. Ainda assim, insisto que houve uma overdose no tratamento dado a ele antes, durante e agora que ele terminou.

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Concordo com a estranheza do senhor Mário Vitor. Em quase uma década navegando pela web, jamais ouvi falar deste tal de Campus Party em lugar algum. E de repente a "mídia" vende a idéia de que é grande evento na Europa. Europa onde? Na Albânia? No Kosovo? Na Tchechênia? Em Londres? Não, na Espanha, terra da Telefonica, empresa patrocinadora do encontro.

Achei muito estranho também que uma emissora pública desse tanto destaque para tal evento, que nem ao menos é oficial. A Cultura se defende dizendo que decidiu "investir no público jovem". Se eles estão falando a verdade, por que não fazem isso dentro da programação das rádios AM e FM? Outras Emissoras sabida ou pretensamente "jovens" não deram o destaque exagerado que a Cultura deu.

No fim das contas, é um festival muito mais para iniciados em informática do que para jovens, muito embora a molecada de hoje faça coisas com o PC que até Deus duvida. Mas isso é outro departamento. O que importa é apurar direitinho o envolvimento de uma emissora pública - paga com o nosso dinheiro - na promoção de um evento eminentemente privado e com pouco interesse público. (Marco Ribeiro)