GRUPO JOVEM PAN VAI ESTREAR A REDE PAN NEWS (do blog da Magaly Prado)
Há cerca de uns cinco ou seis anos, a cúpula da Jovem Pan vem pensando em colocar no ar a sua versão all news, ou seja, a Pan News, com 24h de informação. Aí você me pergunta: e a Pan AM? Já não faz esse papel? Sim, faz. Mas a idéia é ocupar o dial FM e renovar esse jornalismo para atrair um público um pouco mais jovem, como fez a CBN, 15 anos atrás, e o que tenta fazer a Band News FM, nos seus primeiros anos de existência (surgiu em maio de 2005).
E por que a Pan News demorou tanto para implantar o projeto? O responsável pela espera é o Tuta (Antonio Augusto Amaral de Carvalho). Preocupação em excesso no que diz respeito ao que o afiliado vai fazer com o seu horário local, mete medo naquele que detém a marca de rádio mais conhecida do Brasil.
Afinal, o afiliado pode usar a marca da Jovem Pan jornalística para outros fins (politicagem, cartolagem etc.). É preciso um controle minucioso dos futuros afiliados. E só agora o Tuta está concordando. Claro, desde que tenha uma forte estrutura de fiscalização, com contrato de responsabilidade que deve ser cumprido à risca etc., pois, se for o caso, tira-se a rádio do ar. Aliás, a escolha dos afiliados deve ser rigorosa.
Sabemos que só se torna afiliado a uma rede quando se esgota as possibilidades de manter uma rede própria, e isso demonstra uma derrota para quem é realmente um radiodifusor. Os demais, que não tem o rádio na veia e são meros empresários, o contrário. Quer mesmo retransmitir uma rede sem se importar com o custo de produção, equipe de funcionários, estúdios etc. e simplesmente rodar a programação pronta. É desse cara que o Tuta tem medo. Tem um mau pressentimento do que ele pode vir a fazer com sua marca nos horários regionais.
Bom, qual vai ser o passo da Pan? Procurar as emissoras com real interesse em jornalismo (semelhante a CBN e Band News FM). Dentre elas, aquelas que já retransmitem alguns programas da Pan AM.
PAN NEWS e PAN NEWS 2
A Pan News terá uma produção paralela, baseada em São Paulo, porém, boa parte da programação calcada no material da Pan AM, principalmente a cobertura nacional (e, claro, retirar o noticiário que ganha o ranking de reclamações: o do trânsito local com informações do congestionamento da avenida Rebouças, em São Paulo, por exemplo). Já que para eliminar esse tipo de noticiário teriam que montar, de qualquer jeito, uma equipe, aproveitarão para ter uma produção própria mesclando as possibilidades. Vão fazer duas edições, nos moldes da FM com a Jovem Pan e a Jovem Pan 2, uma para São Paulo e outra para o Brasil. Por exemplo, a Pan Brasília, que antes gerava só para São Paulo, terá sua cobertura editada em dois prismas: um para São Paulo e outro prisma para a rede.
O formato ainda está sendo analisado. Mas o fato é: não dá para ignorar que é preciso deixar espaço para uma programação regional. Mais ou menos dia, isso vai se tornar realidade, por menos que queiram os empresários donos de rádios. Mas, cada caso é um caso. Algumas emissoras vão negociar 10, 20 ou 30% de horários dedicados ao noticiário local. Isso já acontece com a retransmissão dos produtos isolados que a Pan AM distribui. Porém, agora vão poder usar a marca da Pan News.
Hoje, a Pan disponibiliza de maneira fechada alguns produtos, como o “Jornal da Manhã”, carro-chefe dessa distribuição pontual. Mas, sem usar a marca. Se for a Difusora de Catanduva, continua sendo ela. Com o novo projeto, será permitido. Serão disponibilizadas 24h da Pan News para as emissoras que quiserem com permissão (controlada) de alguns espaços locais. Porém, a gente sabe que existe muita gente que não quer fazer nada. Infelizmente. Esses quando possuem uma concessão e não querem ter trabalho, acabam arrendando para algum bispo, algum político, ou penduram sua rádio em uma rede que cobre o menor valor possível.
O fato é que as redes não estão crescendo mais. Diria até que estão diminuindo. Porque também não vamos contar quando a rádio expande para Xiririca da Serra, não é mesmo?
O que o rádio precisa urgentemente fazer é mudar a postura. Cuidar do jovem que está debandando para os dispositivos móveis, como os aparelhos de MP3 e os celulares. Se não houver uma produção realmente competitiva de mercado, o rádio perderá a audiência da juventude.
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Tá vendo? Depois eu falo que a Jovem Pan dá um banho de jornalismo nas outras, neguinho vem me torrar o saco dizendo que eu sou puxa-saco, baba-ovo e não sei mais o quê...Aliás, puxa-saco e baba-ovo tem muito é num outro site que não vem ao caso aqui dizer quem é, já não vou dar carne a gato porque à gato a gente dá sebo - e quente, que é pra queimar a língua.
Há Algum tempo, Paulo Machado de Carvalho Neto, diretor da Jovem Pan, entrevista à este blog dissque eles tinham um projeto de expandir a Classic Pan, que seria uma emissora de música e muito jornalismo. E que ela estava parada porque eles estavam estudando a fundo qual seria o melhor formato para tal e que não tinham a menor pressa.
E realmente não tiveram: lançaram a Jovem Pan Notícias 24 horas no AM e viram a Bandeirantes apanhar feito cão sarnento com a tal de Band News FM que, ao contrário do que os mais desatentos pensam, só está consolidada na capital paulista.
No desespero, a Bandeirantes copiou o modelo "20-20" de uma rádio americana de menor expressão e criou um xaveco de marketing dizendo que era uma rádio "dedicada à mulher moderna", que nem eles acreditaram. Até porque era só pra não dizer que concorria diretamente com a CBN - este sim, um projeto consolidado, apesar de ainda não ter resolvido o seu maior problema: a repetição excessiva de notícias. Isso é um problema que nem a CNN Radio americana consegue resolver.
Bem oportuna a análise que a Magaly faz no seu texto. Afinal, não dá para entender porque certos editores de sites sobre rádio têm orgasmos múltiplos quando descobrem que a Pan ou a Transamérica perderam filiadas para a Rede Mix. Não é muita vantagem. Tanto é que até a turma do Di Gênio comemora discretamente mais um afiliado. Esses editores baba-ovo nem sabem que lá atrás o dono da Mix fora sócio dos Amaral de Carvalho e sabe que o Tuta pode ter mil defeitos, mas burro ele não é nem rasga nota de 100 dólares.
O mesmo pode se dizer da Transamérica. Apesar de seu dono não entender nada de rádio, mas entende muito de como ganhar dinheiro. Afinal, Aloysio Faria era banqueiro e ficou rico duas vezes - a segunda foi quando ele vendeu o Banco Real para os holandeses.
Como se vê, rede de rádio é briga para cachorro grande. Perder um afiliado não significa nada se for um parceiro ruim. A Mix dá um tiro no pé quando investe num segmento que cada vez mais se afasta do rádio quando quer curtir música. Não se sabe at´pe quando a rede deles vais e expandir insistindo neste formato ultrapassado de fazer rádio jovem. Por enquanto, parece que vem dando certo no rádio e na TV também.
Um comentário:
Realmente o Tutinha não figurava entre as pessoas que eu respeitava, mas depois dessa notícia, palmas para ele, subiu muito no meu conceito!
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