Dentro do post sobre a Rádio Playground a leitora Fernanda Lima fez o seguinte comentário sobre a análise de nosso editor Rodney Brocanelli:
É, vocês tem razão: muitos desses sites sobre rádio,são tocados por radialistas que tem medo de se 'queimar' no futuro...
Sou colunista do site 'TudoRadio', tenho liberdade p/ escrever o que quiser.Todas as notícias (ou boatos) que recebemos,nós checamos na medida do possível. Nem tudo é possível checar por um motivo muito simples: as rádios são como dizia Marcelo Nova: "Muita estrela p/ pouca constelação", ou seja; as rádios tem um sério problema em não manter Relações Públicas ou Assessores para desmentir ou confirmar notícias e isso p/ nós é uma dificuldade sem tamanho, então trabalhamos da forma que dá.Já é muito o fato de existirem sites e blog´s como este, que conta um pouco (ou nada) do que acontece em rádio, assim como li em outro'post' onde nós, radialistas somos desunidos...somos mesmo.Todo mundo tem medo de perder o seu banquinho e ter que sair de mansinho.
Medo de se quimar? hummm, tem muita rádio aí que eu não passo nem na porta,nem por isso tenho medo de dizer oque penso...e quando isso acontece, vc paga um preço: seja estar fora de rádio, ou seja queimar o seu filme.O que não dá é ficar calado vendo sindicatos serem capachos de rádios e TV, e ver um monte de radialista fazendo média p/ se dar bem.Se fosse assim, todo mundo estaria trabalhando...e o rádio estaria muito bem, obrigado porém, isso não acontece.Já foi o tempo em que rádio (pelo em SP) fazia a diferença, hoje é sempre mais do mesmo.
Quanto a Playground FM, deve ser mais uma 'barriga' como se diz em jornalismo, ou seja: as coisas continuarão como sempre foram.É Brasil 2000 e ponto final.
Aproveitando este gancho, resolvi desenvolver o meu comentário:
Olha, Fernanda, o nosso blog é muito diferente do site de vocês. Como os diretores de lá costumavam dizer pra gente: "nós nem somos concorrentes". O pessoal de outros sites costumavam dizer o mesmo para nós. Costumavam. Parece que nenhum deles não gosta da gente. Talvez não seja pra eles gostarem mesmo. Mas aí o azar é só deles.
Afinal, o foco principal de uns é a publicidade, só que no rádio. De outros, o jornalismo, inclusive de rádio. O de vocês é informar os profissionais do meio sobre o que acontece no "mundinho" rádio. Nós nos preocupamos no que julgamos ser mais importante para o ouvinte de rádio: CONTEÚDO. Como dizem os profissionais ingleses. "Why transmission?". Esse é o nosso foco.
Quando vocês deram que a esta tal Rádio Playground entraria no ar, logo eu pensei: "vai ser uma merda". Pensei, mas não lembro se escrevi porque ainda não tinha ido ao ar. Paradoxalmente, o Tudo Rádio e os Bastidores do Rádio informaram da chegada da
Saudade FM. No entanto, ambos, como é de praxe, não emitiram nenhuma opinião, que eu lembre. Nós ouvimos e gostamos a rádio. Muita gente deve ter torcido o nariz, mas creio que a maioria deve ter gostado. E se foi uma minoria, dane-se. Afinal, toda
"unanimidade é burra", como dizia o sábio Nelson Rodrigues.
Nunca nos queixamos de o fato de as emissoras terem ou não uma assessoria de imprensa. As maiores - Jovem Pan, CBN, Bandeirantes, Cultura, Transamérica, Mix, Metropolitana - pelo que eu sei, tem ótimos profissionais atendendo os jornalistas nesta
área, muito embora quase nunca nos mande nada. Suponho que eles saibam que a nossa preocupação é sobre o que está indo ao ar, o que o ouvinte efetivamente escuta e não sobre que há por trás dos microfones necessariamente. Mas apesar dessas premissas,
sempre procuramos contextualizar as nossas análises para que o leitor possa construir uma opinião abalizada, a partir das várias fontes que dispõe, inclusive este blog.
Sempre colocamos nossas opiniões - e também a dos leitores - de modo que todos pensem que aqui ninguém é dono da verdade absoluta. O rádio precisa ser criticado e discutido todo o dia. Para nós e nossos leitores, dar apenas a notícia não basta. O exercício da crítica bem fundamentada ou ao menos intuitiva - porém honesta - é de suma importância.
A radiodifusão está passando por uma mudança muito grande neste novo milênio. O broadcast como o conhecemos há quase 50 anos está morrendo. A interatividade total é a nova palavra de ordem. Hoje, uma emissora dos confins do sertão nordestino que possui um link de áudio na internet é muito mais importante do que uma grande rádio carioca que não põe seu áudio na rede. A exemplo da música, os grandes "produtores" do veículo estão tendo de se adaptar. Do contrário, sumirão, tal qual ocorreu com as grandes gravadoras.
Há muita gente competente - formada ou não em comunicação - fazendo a diferença no rádio, ainda que na web. Poucas emissoras de rádio estão atentas para este fato. Há ainda radiodifusorores que acham que a internet e as novas tecnologias não vão influir na maneira como seus "clientes" recebem seus "produtos". É bom lembrar que nos grandes centros é cada vez mais comum ver pessoas de 8 a 80 anos ouvindo suas músicas preferidas baixadas da internet em aparelhos de MP3, ipods e até celulares. Nas pequenas cidades do interior do país, crescem o número de lan houses onde quem não pode ainda ter um PC em casa usa os terminais de computador para pesquisar, estudar, trabalhar, jogar vários tipos de games, ver vídeos no youtube, escrever suas notícias no blogger, encontrar amigos e marcar encontros no Orkut, baixar, ouvir ou fazer podcasts no Podomatic, participar de salas de bate-papo, conversar em tempo real no MSN messenger e até ouvir rádio - seja ele on demand, streaming ou a própria estação local ao vivo. Isso sem contar as dezenas de outras coisas que se é possível fazer com um computador ligado à internet.
Sinto que a maioria das emissoras ainda não se deram conta deste fenômeno. Pelo menos a Rádio Cultura AM - uma emissora pública educativa de São Paulo - já saiu na dianteira e criou o Radar Cultural, tão badalado por nossos editores aqui do blog. A Rádio Câmara coloca à disposição dos internautas programas de música brasileira exclusivos para os ouvintes de seu site. Muitas rádios jornalísticas colocam no ar reprise das suas principais reportagens do dia. Enfim, é um vasto mundo ainda mal explorado.
Há alguns estudiosos, catedráticos e profissionais de mídia que não consideram o que é feito na internet como rádio. Concordo com eles. Web rádio, podcasts, streamings não são formas de radiodifusão. São mais do que eles imaginam. São novas plataformas tecnológicas que vieram para dar mais força ao rádio convencional, se este estiver atento e melhorar seu conteúdo. E essa discussão, ao menos em nosso blog, vai longe. E tomara que vá.
De qualquer maneira ficamos contente em saber que você é nossa leitora assídua e pode ter certeza que este espaço é absolutamente democrático e aberto para suas opiniões.
3 comentários:
Olá Marco, gostei de suas observações e concordo com grande parte delas...aliás, suas opiniões sempre muito 'ácidas' faz eu refletir cada vez que vc posta sobre algum assunto específico de rádio.
Ah, gostei tb sobre o seu comentário em relação as rádios adultas.Falta inovação nesta parte e a Saudade FM vem fazendo um bom trabalho. Vou com frequência oa litoral e ouço sempre.Podia ser exemplo p/ tantas outras aqui da capital...
Reitero que apesar de opiniões divergentes (em alguns momentos, mesmo que em pensamento) sou leitora frequente deste blog.
abçs
Ah, e antes que eu me esqueça:
"Olha, Fernanda, o nosso blog é muito diferente do site de vocês. Como os diretores de lá costumavam dizer pra gente: "nós nem somos concorrentes". Parece que nenhum deles não gosta da gente. Talvez não seja pra eles gostarem mesmo. Mas aí o azar é só deles."
Realmente nosso foco no TudoRádio é outro. Não é nem tanto comentar, criticar, ou qualquer coisa assim afinal, informar é o objetivo principal, mesmo assim, eu gosto da forma 'peituda' que vcs comentam as coisas.Blog é isto: liberdade total...
Eu só acho que o nosso espaço de comentários deveria ser melhor utilizado pelos próprios profissionais do rádio, que muitas vezes têm o seu trabalho citado aqui no blog e deixam passar em branco. Não respondem nem elogios! "Tá com medinho, 02???"!
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