domingo, 30 de abril de 2006

Futebol no rádio!!!!

"Não sou um bom ouvinte de rádio, mas também muito poucos torcedores o são. O público é muito mais rápido que os locutores - os urros e lamentos precedem as descrições das ações por vários segundos - e a incapacidade de ver o campo me deixa muito mais nervoso do que eu ficaria se estivesse no estádio ou assistindo pela televisão. No rádio, todo chute desferido contra o seu gol é endereçado ao canto superior, todo cruzamento cria pânico, todo tiro livre do adversário é pertinho do limite da área; naqueles tempos anteriores aos jogos televisionados ao vivo, quando a Radio 2 era o meu único elo com as longínquas disputas de títulos por parte do Arsenal, ficava sentado brincando com o seletor, passando de uma estação pra outra, querendo desesperadamente saber o que estava acontecendo, mas querendo com igual desespero não ter de ouvir. O futebol pelo rádio é o futebol reduzido ao mínimo denominador comum. Sem os prazeres estéticos do jogo, sem o reconforto de uma multidão que sente as mesmas coisas que você, sem a sensação de segurança que se tem ao ver que os zagueiros e o goleiro estão mais ou menos onde deviam estar, a única coisa que me sobra é o medo puro. O uivo sinistro e fantasmagórico que costumava afligir a Radio 2 à noite era inteiramente apropriado"

Retirado do livro "Febre de Bola", escrito por Nick Hornby (autor de "Alta Fidelidade").


Esse livro é autobiográfico. Nick Hornby é obssecado por futebol e fanático pelo Arsenal. Hornby faz com que, no livro, sua vida aconpanhe os altos e baixos do clube. A cada conquista de campeonato, sua vida e seus relacionamentos melhoram. Quando o Arsenal perde, ele mostra um lado negativo ou um acontecimento ruim, como se tudo girasse em torno do clube, do camponato inglês de futebol ou outros campeonatos disputados por seu time.

Nesse trecho, Hornby faz uma crítica ao futebol no rádio, mas não acho que ela seja verdadeira. Como o trecho mesmo diz, ele, como torcedor fanático, prefere ver do que ouvir. Vendo os jogadores posicionados em campo, ele se sente mais seguro. Ao ouvir pelo rádio, o torcedor obssecado sente que está perdendo o controle sobre o espetáculo, como se, ver ao vivo, fosse diferente (mas vai tentar explicar algo para um fanático!).

Hornby simplesmente emula a voz dos torcedores fanáticos, que querem saber, ver e ouvir tudo sobre o seu time. Eles acabam encarando o rádio como um meio limitado e só se voltam para ele nas "urgências", quando não podem ir ao estádio ou ficar na frente de uma TV.

Faz muito tempo que não ouço um jogo de futebol pelo rádio. Já fui fanático por futebol também, principalmente quando criança. Era de ter álbuns e álbuns de figurinhas e curtir um rádio AM nas tardes de domingo. Depois que cresci e comecei a ler um pouquinho sobre os bastidores da nobre arte, me desencantei com essa magia que o futebol proporciona.

Ainda não acabei de ler o livro, não sei que Hornby se desencantou com o futebol também. Pelo ritmo da história, acho que não...

7 comentários:

Marcos Lauro disse...

Antes que o Pasquale de plantão venha me corrigir, tem dois erros de digitação no texto e não estou conseguindo consertar. Brinque de "Jogo dos dois erros" e descubra onde eles estão!
Quem acertar, ganha um picolé de chuchu.
E se achar mais de dois erros, eu desminto.

Rodney Brocanelli disse...

O Hornby não conhece o Zé Silvério...

Anônimo disse...

Sempre gostei do futebol pelo radio. É emocionante, em jogos ao vivo muitas vezes, baixei o som da tv.

Anônimo disse...

Haha, boa essa do Pasquale!
Deixa ver se ele encontra os erros, mas eu, que nem tinha me preocupado, achei interessante. Afinal, são mesmo três erros, mas um é repetido...

Ele que procure!

Bom, ao que interessa.
Eu sou fanático por futebol no rádio, prefiro mil vezes à ouvir a narração, digamos, do Galvão Bueno na Globo. Aliás, quando estou em casa, baixo o som da TV e ligo na Jovem Pan (que aqui é transmitida pela afiliada Difusora AM 1490), na minha opinião, a melhor emissora jornalística e esportiva.

Outro dia peguei a notícia pela metade, fiquei sem entender nada, mas lá vai. Ouvi no final do Pânico na semana passada que a Jovem Pan AM, acho, vai ser sintonizada em FM 96,9 no lugar da Band News e que essa vai pro lugar da Nativa FM em 95,3 e uma salada que fiquei perdido, tudo a partir do dia 08.05!

Esperei pra ver se encontrava algum comentário por aí, mas nada.

Procede isso? Grupos diferente trocando canais? Estranho...

Ah, e quanto à Band FM (aqui a rede está em 95,9) ouvi hj durante a transmissão do show da Paulista, que o Marcelo Batista estréia novo programa no final de tarde em breve.

Sem mais, abraços.

Marco Antonio Ribeiro disse...

Achei um. "Nick Hornby é obcecado por futebol e fanático pelo Arsenal." Falta o outro.

Marcos Lauro disse...

É meio complicado comparar narração de TV com o rádio, por questões óbvias. São modalidades diferente e ponto final. Mas no quesito emoção, com certeza o rádio ganha... e é talvez por isso que o Hornby se mostra tão descontente com o rádio. O torcedor fanático não que muita emoção, ele quer ganhar. A TV dá pra ele o visual, uma espécie de "controle da situação" que o rádio, desesperadamente, tira dele.

Marcão, tem mais erro sim, mas não vou dar dica!!!!

Marcos Lauro disse...

Ah, e sobre tirar o áudio da TV para ouvir pelo rádio, eu faço isso com a Fórmula 1. Vejo a Globo e ouço a Bandeirantes, com o maior prazer.