sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

A música pop, via satélite, nas ondas do rádio - Rede Rádio Rock

Rádio Rock – Credibilidade está no sobrenome
Por Marco Ribeiro

Diferentemente das demais redes que atuam no segmento jovem, a Rede Rádio Rock, capitaneada pela 89 FM, tradicional rádio segmentada em rock and roll, aposta na diversidade do gênero, cujo diretor e sócio da emissora, José Camargo Júnior, acredita ser mais do que um estilo musical. Para ele Rock é música, atitude, conceito e até filosofia de vida. E por meio disso, a rede consegue ter credibilidade, tanto artística como comercial, para expandir a sua rede. Leia a primeira parte da entrevista que José Camargo Júnior concedeu a este blog.

Vocês estão operando a rede de forma diferente das demais. A marca 89 não aparece e sim, o slogan “Rádio Rock”. Por que isso?

José Camargo Júnior – Quando a gente montou a 89 FM, a Rádio do Rock, não existiam redes. Por isso optamos por ter o nome da rádio usando o número de sua freqüência. Esse é o nosso maior patrimônio. No entanto, isso acabou nos causando uma certa dificuldade quando tivemos de ter um nome para a rede. Por exemplo, no Rio de Janeiro, a freqüência é 102, 9 MHz. Logo, não podemos chamá-la de “89 FM, a Rádio Rock”. Então o que fizemos: adaptamos o nome da emissora, Rádio Cidade – que é uma marca do seu proprietário, o Jornal do Brasil, e colocamos nosso slogan – “A Rádio Rock”. Então somos os primeiros a usar o sobrenome para identificar nossa rede, a “Rede Rádio Rock”.

E como é tratada a programação da rede?

Justamente por ter este diferencial, nós procuramos respeitar as características de cada cidade. Tomemos como exemplo a Rádio Cidade novamente. A emissora possui locutores cariocas, o humor dela é tipicamente carioca, o jornalismo deles enfoca assuntos locais basicamente, o programa de futebol de lá só fala dos times do Rio e o formato dele é diferente do programa de esportes que temos aqui. Outra característica é a programação musical. Existem músicas que tocam no Rio e em outras praças que não tocam aqui. Lulu Santos, Kid Abelha, Los Hermanos têm uma aceitação muito grande por parte do público carioca e entram normalmente na programação deles. Já aqui eles são artistas típicos de outras emissoras com outro perfil diferente do da 89. E nós damos este tipo de liberdade na programação para as afiliadas.

Qual é o espaço que as afiliadas tem dentro da programação da rede para por no ar programas locais?

Nós temos cerca de 16 horas de programação local na rede, ou seja, elas fazem 100% do conteúdo delas próprias, tanto no jornalismo, como na programação musical, promoções, enfim, tudo que envolve a parte artística e a comercial também.

Elas não seguem um determinado padrão de vinhetas, locução, produção de comercias, etc?

Sem dúvida que seguem. Para isso a gente manda todo o material que caracteriza a rede, vinhetas, chamadas, trilhas de fundo da programação, logotipos e os nomes dos programas, etc. Quando surge um programa novo, a gente manda tudo isso para elas. O programa pode ser feito até pela própria rádio, mas a gente manda esse material via intranet banda larga para mantermos o padrão de programação. Se não você acaba descaracterizando a rede.

Quando vocês fazem um programa para a rede, vocês transmitem via satélite?

Sim, nós transmitimos. Aliás, a madrugada é toda via satélite, gerada a partir do estúdio da 89 . Da meia-noite às 6 da manhã está todo mundo junto na “Madrugada Rádio Rock”. Usamos esse horário até por uma questão de economia de custos na transmissão por conta do horário. Também transmitimos via satélite em eventos ou shows especiais. No Live 8, nós pegamos a exclusividade da transmissão pelo rádio. Então captamos este sinal de áudio que nos foi cedido pelos organizadores do show e nós o enviamos para toda a rede ao vivo. Fora estes dois casos, a afiliada tem autonomia para colocar ou não o que nós disponibilizamos.

A Rádio Cidade foi a pioneira na linguagem para o público jovem no FM. Na década de noventa foi uma das primeiras emissoras a montar uma rede por satélite, mas que acabou sendo um fracasso. Agora ela é uma afiliada da Rede Rádio Rock......

Pois é, a rede se dissolveu. Inclusive eles se chamavam Rede Rádio Cidade e faziam parte do Sistema JB de Rádio.

Só que antes da Rede Rádio Cidade, eles foram seus parceiros.

Exatamente. A 89 surgiu numa parceria entre a minha família e o Sistema JB de Rádio. Essa parceria durou 7 anos, de 1985 a 1992. Quem fazia o formato, comandava a programação, a parte artística, a parte promocional e tudo mais era o pessoal da JB. Aliás, esse período foi a minha escola de rádio. Eu gostava de música, mas não sabia nada sobre o meio. Aprendi muito com o pessoal que passou por aqui, como o Luis Fernando Maglioca, Tavinho Ceschi, Fábio Massari, Luis Augusto Alper, que depois assumiu a coordenação da Jovem Pan, e muitos outros.

Foi a partir de 92 que vocês assumiram a programação?

Exato. Em 92, reassumimos a rádio. Na verdade, a emissora entrou no ar em 1984, com o nome de Pool FM - que não deu certo por vários motivos. Nós colocamos a Pool no ar novamente em 95, na freqüência em que hoje está a Nativa FM, outra emissora que nós temos.

Quando vocês tiveram a idéia de formar a rede?

Foi em 1.999 que começamos a formar a rede com esse nome. É claro que quando temos uma emissora na mesma freqüência que a 89, ela passa a se chamar “89 FM, a Rádio Rock”, como é o caso de Campinas e de Goiânia, cujas afiliadas operam nos 89,5 MHz. Agora nós teremos mais uma emissora com a marca Rádio Rock e nesta freqüência. Recentemente, nós ganhamos a licitação para explorar a freqüência de 89, 5 MHz em Brasília, juntamente com um grupo empresarial local. E a emissora se chamará “89 FM, a Rádio Rock”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Deixa eu corrigir o dono e diretor da Rádio Rock. A de Campinas (concessão de Amparo) não é 89,5 mhz e sim 89,3 mhz. Tem sim uma 89,5 que interfere da "89 Campinas", mas é uma concessão potente da cidade de Tietê, região de Piracicaba, chamada Nova Regional FM. Inclusive essa emissora interfere nos 89,3 da 89 Campinas na zona sul da cidade, dificultando a propagação da 89 por aqui.


UMBERTO - Campinas