quarta-feira, 24 de setembro de 2003

Mais uma bobagem que inventam e pegam o rádio de bode expiatório. Meu Deus!!!!!

O rádio e a revolução na educação
Laura Mattos
Da Folha Online

Ambicioso projeto da Universidade de São Paulo deverá entregar a 455 escolas públicas miniestações internas de rádio. O "Educomunicação pelas Ondas do Rádio", que terá seu primeiro simpósio no dia 8 de novembro, baseia-se na seguinte tese: uma criança capaz de colocar um programa de rádio no ar certamente não terá dificuldades para se comunicar com os colegas, professores e sua família.

Desenvolvida pelo Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicações e Artes da USP, a idéia deverá ser implementada em 455 escolas municipais até o final de 2004 -já passou por 187 e está atualmente em 78. Funciona assim: os colégios recebem equipes formadas por professores e radialistas durante 12 sábados. Os encontros giram em torno da idéia de "educomunicação": sem comunicação, não há educação. Pelo conceito, um aluno que não se comunica bem não aprende bem -do bê-á-bá ao cálculo estequiométrico.

Nas aulas, crianças e membros da comunidade debatem sobre sua relação com os meios de comunicação. Segundo Ismar de Oliveira Soares, coordenador do núcleo, o objetivo é desenvolver nos alunos uma visão crítica da mídia e ensiná-los a se relacionar com ela. "Devem saber selecionar o conteúdo dos veículos, olhar criticamente a parte ruim e aproveitar a boa, como acesso a informações sobre saúde e cultura."

Ao final do curso, a escola ganha uma miniestação interna de rádio, que amplia no grupo a noção do que é um meio de comunicação, para que serve e como pode ser usado. "O rádio é nosso principal instrumento para a educação. É simples de montar, barato e desenvolve a técnica da fala."
Duas questões relevantes: 1) o professor da rede pública também é foco do projeto (www.educomradio.com.br), e a idéia é transformá-lo em "educomunicador"; 2) segundo o coordenador, houve redução média de 50% de atos de violência nas escolas já contempladas pela iniciativa.

O rádio, aliás, nasceu no Brasil ligado à educação. Há 80 anos, Roquette Pinto criou a primeira estação no país com o sonho de usar as ondas de AM para o ensino à distância. Tanto que a pioneira Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi entregue, em 1936, ao Ministério da Educação, e Roquette Pinto teve de insistir para que Getúlio Vargas não a colocasse a serviço do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda).

A história do fundador do rádio será contada amanhã num documentário precioso produzido por Julio de Paula, às 20h05, na Cultura FM (103,3 MHz, em SP).


Mais uma vez lá vem outra idéia de jerico: porque as pessoas acham que rádio é ligar uma mesa de som, abrir um microfone, falar qualquer coisa e tocar uma musiquinha? Agora querem que criança "aprenda" a fazer rádio e reflita sobre "comunicação". E ainda com a brilhante tese:"uma criança capaz de colocar um programa de rádio no ar certamente não terá dificuldades para se comunicar com os colegas, professores e sua família". Você conhece alguém que tem difucldades de comunicação só por que não fez programa de rádio quando era criança?

Por que não fazem isso com televisão. Poderiam fazer um curso semelhante com Tv. No final, cada escola ganha uma miniestação de TV. O projeto poderia ser até coordenado por um certo apresentador do SBT. Que tal?

O mundo deve ter mudado muito e eu parei no tempo. Quando eu era criança pequena lá em Barbacena, a gente estudava na escola, chegava em casa fazia lição e no resto do dia, se desse, ia brincar de jogar bola, de peão, futebol de botão, de boneca (as meninas, of course), etc. Agora os pobres infantes terão seus dias livres para debater "a influência da comunicação no seu processo de educação", ou sei lá o quê. Acho que nem minha finada mãezinha teria tamanha paciência pra essa asneira.

Vem cá, não seria mais fácil "ensinar" à criança a ouvir rádio, habituá-las a ouvir bons programas de rádio e prestar mais atenção na forma de comunicação do veículo. Ou que tal pegar esses profissionais citados na reportagem para criar alguns programas voltadas para ela (criança), mostrando que o rádio pode ajudá-lo muito em sua educação e formação?

Agora vou dar uma de Marcelo Rezende, na boa, sem gozação: se tiver algum educador, pedagogo, professor que êsteja lendo este blog, quero edir um favor. Escreva para cá dizendo que esta minha sugestão é uma grande bobagem maior do que esse projeto da USP.

Vocês já repararam numa coisa? Não sei o que acontece hoje em dia, mas todo mundo quer fazer programa de rádio, de tv, mas ninguém quer ouvir ou assistir rádio e tv.

Antes que apareça algum engraçadinho dizendo:"ah, Marcos Ribeiro, você tira tudo do contexto e faz comentários simplistas, blá, blá, blá, blá, blá....", eu vou responder o seguinte. Eu também faço programa de rádio agora, se é que eu posso dizer isso, pois na verdade eu acabo é "pagando" pra fazer, embora não me tenham cobrado um tostão pra por meu programa no ar. E, sem rasgação de seda porque eu não sou disso, a Punkradio.com.br, dentro do que ela se propôs a fazer, está dando uma surra em muita rádio fora da web que diz que é a rainha da cocada preta. Pode conferir, quem achar que estou mentindo.

Mas agora que voltei a fazer rádio, ainda estou de olho em um monte de coisa que anda acontecendo peraí. Muitas boas e muitas ruins. Ou seja, estou falando, mas estou ouvindo. Muita gente por aí afora quer falar, o que, não importa, mas quer porque quer falar. No entanto, não querem parar para ouvir. Deu pra entender?

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