segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

A revolução começa pelo AM

Acabei de chegar do evento que inaugurou oficialmente o site Radar Cultura, na torre de transmissão da TV Cultura de São Paulo.

Já expliquei como funciona o site, mas vale uma breve recapitulação: O acesso é livre e irrestrito. Quem toca pode publicar seus sons. Quem escreve pode publicar seus textos. Quem fala pode publicar seus podcast. Os mais votados vão ao ar no programa Radar Cultura, às 20h, na Rádio Cultura AM. Segundo Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta, no início de fevereiro tudo o que acontecer no site deve passar a ocupar 24h na programação da rádio.

O programa de estréia (que agora, 22h41, ainda está no ar) serviu como um belo panorama de como funciona o esquema. As músicas que estiverem ocupando o lugar de mais votadas na home tocam, intercaladas com as discussões igualmente mais votadas.

É interessante iniciar um projeto revolucionário como esse no tão desvalorizado AM. Faixa ignorada nos rádios portáteis modernos, deve renascer com o rádio digital, que ainda está longe de ser realidade mas já está nos planos, pelo menos. Além de um possível aumento de audiência nos 1200 khz, deve haver também um aumento significativo no número de pessoas que ouvem a Cultura AM pela internet, já que o material estará circulando em ambiente virtual antes de ir para o ar.

Acredito que será também uma prova de fogo em relação à mesmice que existe na programação musical das rádios. O programa de estréia trouxe uma programação que misturou a Cultura AM que conhecemos com músicas mais executadas, que tocam em rádios jovens ou que lidam com um grande público e repetem uma mesma música várias vezes por dia. Ora, reclamamos que determinadas músicas não saem do playlist de algumas rádios e na hora de votar colocamos essas mesmas músicas em primeiro lugar? Essa prática será corrigida ou reforçada pelos votos do Radar Cultura? Agora não dá para responder... daqui a um tempo ouviremos a resposta, quando o site tiver um maior número de freqüentadores.

Por isso, é importante também que a idéia não enfraqueça, não morra. Um Radar Cultura bem e bastante freqüentado será um termômetro confiável do que ouvimos, lemos, discutimos e produzimos.

Um comentário:

Juliano disse...

caro marcos, é bom saber que o projeto está merecendo comentários e questionamentos relevantes como os que voce faz. com relação a o que irá tocar, se será o novo ou o mesmo, também estamos na expectativa para conferir. o mais importante agora é que ele seja abraçado por uma comunidade participativa, que tome posse do espaço e crie raizes dentro dele, para fortalecer a proposta e poder expandi-la para outros meios. abraços!