Rádio Gazeta/AM - Um crime no AR
por Alberto Chammas, do portal Imprensa
Uma das melhores lembranças profissionais da minha vida é o tempo em que trabalhei na Rádio Gazeta. Eu inicialmente locava um horário, e transmitíamos o "ESPORTE SENSAÇÃO NO AR" - acredito, como a própria vinheta de abertura falava, o maior espaço do esporte amador no Rádio brasileiro. Todos os domingos, das 9h às 12h, depois, das 11h às 14h, abrindo a jornada esportiva da Rádio que Praticava esportes.
Eu e Elias Awad, e também passaram: Marisa Amaral, Sandra Lobo, Marcelo Romano, entre outros, cobríamos todas as modalidades amadoras. A Rádio Gazeta/AM é uma concessão dada à Fundação Casper Líbero. A nossa equipe, em 1996, foi totalmente destruída, e eu saí antes e foi colocada no ar uma igreja. Não questiono qual igreja, mas 24 horas no ar uma locação para uma igreja, acredito, tira a finalidade da concessão da Gazeta, principalmente em sua questão ética.
Recebi uma informação, dentro da Rádio Gazeta, que na próxima semana será batido o martelo para que uma nova igreja entre no comando da emissora. Falam em R$200.000,00/mês. Isso mesmo. Alguém vai ganhar dinheiro que vem de fiéis sem fazer nada.
Qual motivo? O Estado dá uma concessão para a Fundação Cásper Líbero ganhar R$200.000,00 de alguém, sem interesse em cultura, esportes, prestação de serviço, utilidade pública, enfim, jornalismo para ganhar uma bela grana sem fazer nada. Aliás, não seria a primeira vez e isso já vira rotina no meio jornalístico. Profissionais querem trabalhar, exercer suas atividades e não podem, pois empresas, como a Gazeta, só pensam no dinheiro fácil e não em trabalho.
Até acredito, já que é para fazer grana, que o Estado tire a concessão da Fundação e dê a uma igreja - várias já têm - mas a da Gazeta não foi dada para fazer religião.
- Tire a Concessão - que é do povo - da Gazeta e abra um leilão entre igrejas e interessados e com o dinheiro ajude a arrumar a saúde pública, já que a partir de agora o Estado dará menos dinheiro para a saúde da população pobre.
Acredite, já tentei, e não falo por interesse próprio, enviei projetos de programas para a GAZETA. Parcerias, para tentar viabilizar patrocinadores. Dar emprego a colegas. Colocar informação, prestação de serviço, esportes no ar, mas para a FUNDAÇÃO CÁSPER LÍBERO o que interessa são os R$200.000,00 na mão.
Triste fim para a GAZETA. Um patrimônio da cidade de São Paulo, em mãos tão, não diria incompetentes, mas descompromissadas com o pensamento de Cásper Líbero. Aliás, falam que ele construiu o prédio da Gazeta com colunas tão grandes, que na verdade aquele prédio era para ter mais de 80 andares. Queria ele ver o mar da Paulista.
Um sonhava com as profundezas do oceano e outros colocam sua criação nas profundezas das águas, não do mar, mas de um poço.
ACORDA BRASIL!
OU MELHOR,
OUÇA BRASIL!
Um comentário:
Po! Eu comecei a ouvir a Gazeta em 1995 e me lembro que já naquela época o horário da meia noite até umas 6 da manhã era locado para a Igreja... Nesse período que eu ouvia a Gazeta era a época das mais de 15 horas de esportes... ouvi futebol, basquete e vôlei tudo nas ondas dos 890... Regiani Ritter era a musa da rádio e ainda tinha grandes nomes como Marcelo di Lallo, o grande Pedro Luís, Mauro Beting, Pedro Luís Jr. (que Deus o tenha), Enio Rodrigues e tantos outros que foram colocados na rua por causa do dinheiro fácil. Agora a Gazeta que tinha se livrado dela e tentava se organizar como uma rádio universitária novamente volta por 200 mil para uma igreja? Então como diz o texto é melhor perder a concessão mesmo do que ficar se prostituindo nas ondas da sagrada 890.
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