Há exatamente um ano, a Transamérica anunciava uma nova grade e um novo formato de programação. Sob o comando do recém-contratado Fábio Faria, que assumira a direção executiva da Transamérica em maio do mesmo ano, a iniciativa tinha dois objetivos: “entender que a marca tende a ser única, falar para todos, mas atingir um público específico, de 25 a 49 anos da classe A/B”, e comercial. “Os anunciantes aos quais pretendemos nos unir são mais voltados para públicos mais maduros. Pretendemos ter uma unidade de comunicação e uma linha voltada para anunciantes que têm mais fit com a rádio”, disse ele em entrevista ao Portal Meio e mensagem.
A rede de rádio pertencente ao Grupo Alfa também queria unificar a programação das três sub-redes, passando a transmitir apenas a da "rede pop", a única que possuía emissoras do grupo e que aparentemente dava lucro. O faturamento principal vinha principalmente da programação esportiva comandada por Eder Luiz. O radialista Pedro Trucão fora convidado para ocupar a faixa do fim da madrugada, apresentando um programa para quem trabalha no transporte rodoviário pelo país afora.
Aparentemente, unificar a programação e assim, aumentar e racionalizar a rede parecia ser uma tarefa relativamente fácil. Mas o que se nota é que a rádio se apequenou, cometeu graves erros de gestão e hoje a Transamérica perdeu muito de sua importância como um grande "player" no mercado radiofônico.
Se não era uma das líderes na audiência, comercialmente a matriz de São Paulo ia muito bem com a parceria no futebol. Era o principal conteúdo da casa e tinha muito prestígio. Repentinamente, resolveu-se tirar seu caráter de principal atrativo da casa e foi relevada a uma atração coadjuvante.
Outros dois programas que eram tradicionais na emissora - "Dois em Um" e "Transalouca 4.0" - foram simplesmente limados no ar, sem nenhuma justificativa, muito embora se encaixassem perfeitamente no novo perfil de programação pretendido pela nova direção.
Na época, especialistas em rádio especulavam que se o objetivo era entrar no mercado "adulto-contemporâneo" , bastava criar uma programação musical parecida com a da Alfa FM, líder do segmento em São Paulo, e manter o que estava dando certo na programação antiga de rede Pop.
E parece que era só isso mesmo. Em vez disso, fizeram todas essas lambanças na programação e a grade musical foi inundada com músicas que nada tinham a ver com a nova proposta. Estava na cara que não daria certo nem em um ano. Somente Pedro Trucão e seu festival de artistas sertanejos sendo levados ao ar, destoando o restante da grade, parece ter dado certo, mesmo sua presença na atração não seja tão mais assídua como outrora.
A expectativa é que, se a grade se manter desta forma, a Transamérica perderá a relevância que tinha como uma das principais e tradicionais emissoras da praça paulistana e que terá pouco poder de influência para expandir sua rede para além das 30 emissoras que hoje ela possui.
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