segunda-feira, 9 de março de 2015

Inezita Barroso é sepultada em São Paulo


A cantora e apresentadora do Viola, Minha Viola, Inezita Barroso, foi sepultada há pouco, por volta das 17h, no cemitério Gethsêmani, na zona sul de São Paulo. A cantora faleceu na noite do último domingo, 8 de março, em decorrência de uma pneumonia, no Hospital Sírio Libanês. Em 4 de março, ela havia completado 90 anos de vida. Ao longo da manhã e da tarde desta segunda-feira, milhares de pessoas, entre autoridades, artistas, familiares, amigos e fãs, foram à Assembleia Legislativa de São Paulo para se despedir de Inezita.

Autoridades como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Chico Sardelli, além de artistas como Paulinho (da dupla César e Paulinho), Lourenço e Lourival, Donizete, Léu e Rolando Boldrin, além de outros representantes do cenário musical caipira, participaram do velório.

O presidente da Fundação Padre Anchieta, Marcos Mendonça, e o presidente do Conselho Curador da FPA, Belisário dos Santos Jr., além dos funcionários da Rádio e TV Cultura, onde a apresentadora comandou o Viola, Minha Viola por quase 35 anos, também estiveram presentes. Segundo o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a luta de Inezita pela preservação da cultura caipira se conecta com a origem da cultura brasileira. “Ela resgatou um ativo extraordinário de todos nós, brasileiros, e que forma a nossa nação e as nossas raízes”, declara.

“A nossa cultura, a brasilidade e a nossa tradição dependeram muito do trabalho que ela desenvolveu. É graças a ela que temos essa pujança, essa força na nossa música de raiz”, afirma Marcos Mendonça, presidente da FPA. "Fica esse misto de tristeza pela perda física, mas o misto também de alegria por tudo que ela fez e deixou", afirma Chico Sardelli, presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Para a família, ela cumpriu a missão em defesa da cultura popular e deixa um legado para a próxima geração. “O que ela começou a semear de cultura brasileira, de viola e música caipira, que as pessoas que estão aí continuem o trabalho dela”, diz Marta Barroso, filha da cantora, que ainda salienta o fato de a mãe ter falecido no Dia Internacional da Mulher. “Morrer no Dia da Mulher não foi por acaso. Até para morrer ela escolheu uma data marcante”, conclui.

Seguem outros depoimentos:

Joãozinho, violeiro do grupo Regional Viola, Minha Viola: “Com grande dignidade, a Inezita foi fiel à música de raiz. Durante toda a vida se dedicou a sua pesquisa e divulgação”.

Donizeti, cantor: “Sou artista desde criança e minha primeira aparição foi no Viola. Eu adorava a Inezita. A gente tinha uma amizade muito boa. Ela fez 90 anos e cumpriu dignamente a cultura caipira, que ela tanto defendeu”.

Léu, da dupla Liu e Léu: Inezita, você faz parte da nossa vida e de todos os sertanejos. E nós vamos continuar te adorando, te amando, como sempre foi. Que Deus te dê muita luz e te proteja.

Lourenço e Lourival: Inezita representou tudo para a música sertaneja. Devemos a Deus e a ela a nossa carreira.
   
Eduardo Suplicy, atual secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo: “Inezita Barroso foi uma extraordinária artista, cantora, compositora. Desde menino sempre apreciei quando ela cantava Lampião de Gás, Marvada Pinga e tantas outras músicas bonitas do folclore brasileiro. Ela merece esse carinho tão significativo do povo que veio aqui dar seu último adeus”.

Belisário dos Santos Jr., presidente do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta: “Não é só a música  brasileira que perde, é a cultura e o mundo das artes. Não há quem possa substitui-la. Temos que ter a sabedoria para preencher essa lacuna. Temos que ser os herdeiros de sua sabedoria para continuar seu trabalho”.

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