Do site Tela Viva
Novas e velhas mídias estão nos planos da Abril para atingir o público jovem com a marca MTV. Com a sociedade com a Viacom desfeita, o grupo passa a explorar a marca com exclusividade no Brasil. "De alguma forma, apesar de sócios, Abril e Viacom eram concorrentes, o que limitava a parceria. Agora o crescimento da marca é positivo para ambas", diz o diretor de canais da Abril, André Mantovani. A estratégia do grupo agora é ampliar a base da MTV, embora ainda trabalhando em nicho. Para isso, deve trabalhar na ampliação da cobertura do sinal em TV aberta e da distribuição do conteúdo da TV em outras plataformas. Além disso, o grupo investirá na programação para chegar a diferentes nichos dentro do público jovem, fortalecendo a marca junto às classes B e C. A nova programação da emissora, que será lançada em março, deve marcar o início da busca por este público. Além disso, até o fim do ano, deve passar a ser 100% em alta definição.
Também está prevista maior sinergia com os outros produtos da Abril. Com a revista Capricho, por exemplo, a MTV lança em breve o Colírio MTV/Capricho. Trata-se de concurso no qual a audiência escolhe o "garoto colírio", que virará apresentador do canal e aparecerá também na revista.
Velhas mídias
Com o direito de explorar a marca MTV, a emissora planeja levar seu conteúdo para duas plataformas de distribuição que estão longe de ser vanguarda, mas que ainda assim têm grande potencial junto ao público jovem. A Abril negocia o lançamento da Rádio MTV, em FM. Ainda não está definido em que modelo. O grupo pode licenciar a marca, exigindo algum controle editorial para garantir que a rádio esteja de acordo com o público alvo. A alternativa é lançar uma rádio em parceria com uma empresa que tenha a frequência.
A outra mídia tradicional que a MTV espera explorar é o jornal. Um periódico gratuito com a marca MTV deve ser lançado em breve. "Quando lançamos a Revista MTV, vimos que o número de leitores por exemplar era muito alto, aproximadamente 20 mil. Ficou claro que o preço é uma questão muito sensível ao público jovem", diz Mantovani. Daí a ideia de lançar um produto gratuito, que deve ser distribuído em escolas, clubes, shows e outros lugares de aglutinação do público-alvo.
Novas mídias
Além disso, a MTV deve fortalecer sua presença em novas mídias. Seu portal conta atualmente com 2,5 milhões de visitantes por mês, com conteúdos que vão muito além ao do canal, incluindo blogueiros que não fazem parte do elenco da emissora. A ideia é fortalecer o portal também com o conteúdo da emissora. "A tecnologia de streaming hoje já é robusta. O provável é que tenhamos o live streaming, com opções de ver programas também sob demanda", diz o executivo da Abril. Atualmente, a MTV explora o conceito de catch-up TV. Logo depois de ir ao ar, os programas já estão disponíveis no site.
Na plataforma mobile, por enquanto, a aposta não é com vídeo, mas com notícias e outros conteúdos em texto. Um aplicativo para iPhone está em desenvolvimento para levar este conteúdo diretamente aos aparelhos. A plataforma também é usada como forma de interação, bem como a própria web.
"O conteúdo agora é pensado multiplataforma", diz André Mantovani. "Não adianta fazer apenas 'o site do programa'". Como exemplo, cita o novo Top 10 MTV, que leva à tela a participação da audiência através do Twitter. Em apenas uma semana, o programa conquistou 26 mil seguidores.
A mesma mídia
Com o fim do investimento da Abril na distribuição de conteúdo na TV por assinatura, o grupo se volta à TV aberta como plataforma de lançamento de suas marcas. Por enquanto, o trabalho está apenas na MTV, e não há uma proposta pronta para outros canais. Contudo, segundo Mantovani, o grupo acompanha com muito interesse a discussão sobre a possibilidade de se fazer, ou não, multiprogramação na TV aberta. Se liberada a multiprogramação, o grupo pode voltar a buscar diferentes nichos, mas com uma distribuição mais ampla, através da TV aberta. "Fizemos, no passado, alguns testes de multiprogramação. Conseguimos uma qualidade de imagem muito boa com a transmissão de três conteúdos simultâneos", diz Mantovani. Com a evolução dos softwares de compressão, espera-se ainda um ganho na qualidade.
A Abril também acompanha a discussão em torno do uso das frequências especiais de TV por assinatura, as TVAs. Vale lembrar, há uma proposta de usar estas frequências para transmissão de TV por assinatura para celular. "Ainda há insegurança institucional. A Anatel não se manifestou a respeito", diz Mantovani. Para lançar o serviço, seria necessário incluir no padrão de TV digital uma solução de acesso condicional, ou permitir o uso de outro padrão, possivelmente o DVB-H. Fernando Lauterjung
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É sempre bom ler a notícia na íntegra para não se falar bobagens, não é mesmo? Dá a impressão de que o Grupo Abril trata o possível "negócio" Rádio como uma mídia complementar aí que pode ser terceirizada.
É mais uma discussão que, infelizmente, não vai ser feita: as rádios customizadas que pululam por aí. São realmente a redenção do meio Rádio? Por anos a fio, o veículo foi tratado como mídia menor, de pouco interesse. E agora é salva do "limbo" de onde nunca havia entrado.
Os índices de audiência divulgados por aí comprovam que pelo menos no ranking geral a audiência é baixíssima, não justificando o investimento. Mas talvez nos credencie a achar que eles atinjam os objetivos traçados pelos departamentos de marketing das empresas. Da parte que me toca, as 3 rádios customizadas de São Paulo desenvolvem conteúdo razoável. Nem bom, nem ruim. Ficou na média.
A Oi FM, da operadora de mesmo nome, amarga um último lugar de audiência, mesmo com uma programação musical de excepcional qualidade. Peca por não informar aos ouvintes o que está tocando. Talvez isso acabe cansando quem poderia ouvi-la.
A Mitsubishi FM tem um formato interessante bem feito, mas a planilha musical é óbvia demais, sem surpresas, como se fora uma "Antena 1 do pop rock dos anos 90". Se ousasse mais na programação, seria certamente a melhor rádio no segmento "adulto-contemporâneo".
A Sulamérica Trânsito apostou no jornalismo de "prestação de serviços". Acertou no alvo e preencheu uma lacuna importante no mercado de São Paulo. O que a derruba é a baixa potência de seus transmissores. Trinta quilowatts é muito pouco para uma cidade como São Paulo.
Não dá para saber qual seria o intuito da MTV nesse meio. Os concorrentes, apesar do desprezo geral e todos os problemas no dial de São Paulo, são fortíssimos. Vai exigir de quem estiver no projeto - se é que ele vai se concretizar - muito empenho.
Ao contrário das outras três que já existem, ela vai ter que brigar por audiência com Mix, Metropolitana, Jovem Pan, Transamérica, etc, do contrário, não valerá o investimento, mesmo com toda a promoção que a MTV original poderá fazer. Não é tão simples como pode fazer sugerir o texto acima. Rádio comercial é briga de cachorro gigante, felizmente.
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