do Zero Hora
Morreu nesta quarta-feira, aos 71 anos, na Capital, o criador da primeira rádio voltada ao público jovem no Estado. Fernando Westphalen foi o responsável pelo fenômeno Rádio Continental AM 1.120, que marcou os jovens gaúchos dos anos 70, inaugurando um segmento que hoje domina a FM.
Com Judeu, apelido que tinha desde os 10 anos, o rádio perdeu a formalidade, usou gírias e se aproximou de uma geração que o considerava um veículo de comunicação para velhos. A sátira ao regime militar, feita em um noticiário irreverente, também levou um pouco de política para quem não costumava ler o tema nos jornais.
— Ele achava que poderia mudar a cabeça das pessoas com a rádio. E em uma época dominada pelos grupos e cantores americanos, fazia questão de tocar os artistas brasileiros, sempre intercalando uma música nacional e uma internacional — conta o jornalista Lucio Haeser, autor do livro Continental — A Rádio Rebelde de Roberto Marinho e criador do site www.continental1120.com.br.
Westphalen nasceu na Capital em 1937. Seus pais, no início da década de 30, mudaram-se de Palmeira das Missões para Porto Alegre. Apaixonado por turfe e por rádio, começou como narrador de corridas de cavalo. Com 18 anos, paralelo aos estudos no Colégio Júlio de Castilhos, iniciou na Rádio Metrópole. Depois, passou pelas rádios Gaúcha, Continental, Difusora e Guaíba.
Em 1963, com 24 anos, Westphalen saiu da Guaíba para a MPM Propaganda, a maior agência do Rio Grande do Sul na época. No início dos anos 70, foi procurado pelo Sistema Globo de Rádio para tirar a Rádio Continental de Porto Alegre do prejuízo.
O resultado superou todas as expectativas. Entre 1971 e 1977, o veículo dominou segmento jovem que criou. Em 1978, voltou a se dedicar à publicidade, trabalhando na área até 2007, quando aposentou-se.
Ele estava internado com problemas pulmonares no Pavilhão Pereira Filho. O enterro será nesta quinta-feira, às 11h, no Cemitério da Santa Casa, na Capital. Deixa a mulher, Judith, os filhos Marcelo e Marcia, além do neto, Pedro.
Comentário: Mal comparando, a Continental era para os gaúchos o que a Mundial era para os cariocas.
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