segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Morre o radialista Candido Norberto

do Click RBS

O radialista e ex-deputado Cândido Norberto morreu às 21h30min deste domingo, no Hospital Moinhos de Vento, aos 83 anos. Ele estava internado com pneumonia e teve falência múltipla de órgãos. O velório será no Salão Júlio de Castilhos da Assembléia Legislativa, a partir das 9h, e às 17h será transferido para o Crematório Metropolitano.

Cândido deixa a mulher Oyara, e o filho, Lauro. Adoentado desde 2006, quando sofreu uma queda em casa e fraturou o fêmur, afastara-se do dia-a-dia dos estúdios e redações por onde transitou por mais de seis décadas. Desde abril, vinha se tratando de um câncer.

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O criador do Sala de Redação da Rádio Gaúcha, em 1971, foi múltiplo. Foi repórter de jornal. em rádio, foi redator, locutor, ator de radioteatro, narrador de futebol, comentarista. Dirigiu rádio e TV, foi articulista de Zero Hora. Foi político. O amigo e colega deputado federal Ibsen Pinheiro o definiu como "o mestre do improviso".

Em 1949, Cândido narrou pela Gaúcha a primeira partida internacional transmitida por uma rádio do Estado, o jogo em que o Grêmio venceu o Nacional por 3 a 1, no Estado Centenário de Montevidéu. Era um locutor sem firulas, que contava o que via do jogo de forma cadenciada. Um ano depois elegeu-se deputado estadual pelo Partido Socialista Brasileiro. Presidiu a Assembléia Legislativa, comprou brigas políticas e transformou-se em desafeto do então governador Leonel Brizola, que cutucava nos comentários diários na Rádio Gaúcha e em discursos. Em 1966, seis meses antes de completar o quarto mandato como parlamentar, é cassado pelo regime militar.


Comentário: Eu lembro que ele foi um dos últimos jornalistas a entrevistar o presidente João Figueiredo, antes deste encerrar seu mandato. Um pouco antes, Figueiredo tinha dado uma entrevista à Rede Manchete (e conduzida, salvo engano, por Alexandre Garcia), que repercutiu mal por causa da frase "me esqueçam". Ao contrário do que desejava o então presidente, a declaração ficou famosa e se tornou um símbolo de sua gestão. A máquina de propaganda governista achou por bem fazer uma outra entrevista. Daí chamaram o Candido. E o papo entre os dois foi exibido em rede obrigatória nacional, como se fosse um daqueles pronunciamentos oficiais.

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