Do Correio de Sergipe
11/01/2009
De acordo com o Sindicato dos Radialistas de Sergipe, cerca de 2 mil profissionais estão sem trabalho no rádio. Em novembro deste ano, o radialista Fernandes Dórea (68) ficou sabendo que o programa jornalístico "Fala Sergipe," que ele apresentava junto com o também radialista Douglas Magalhães, na Rádio Atalaia AM, seria substituído por um programa que deverá ser comandado pelo pastor e atual vereador Daniel Fortes.
O programa, que ia ao ar das 6 às 9 horas da manhã, foi desativado no dia 1º de dezembro. Segundo o sindicato, cinco radialistas da área técnica foram dispensados e outros quatro da área artística também foram demitidos. Esta é a segunda vez que a Rádio Atalaia AM desativa o seu programa jornalístico para arrendar o horário, considerado nobre, para os evangélicos. "A saída de radialistas do rádio tem o dedo dos evangélicos", afirma Dórea, que atua no rádio desde 1968.
Em 2005, quando a Rádio Atalaia AM arrendou pela primeira vez o horário para um grupo evangélico, Dórea também comandava um programa jornalístico. Ele não chegou a ser demitido porque era dirigente sindical, mas ficou dois anos em casa sem trabalhar. "É uma situação angustiante", define. Fernandes Dórea é funcionário da emissora há 20 anos e mais uma vez foi mandado para casa porque tem imunidade até 2011.
Desde que os evangélicos começaram a crescer em ritmo acelerado nas rádios de Aracaju, uma grande polêmica surgiu em torno desses arrendamentos feitos pelas emissoras. "Quem arrenda não emprega", reclama Dórea. Talvez por isso muitos radialistas deixaram a profissão de lado e estão em outras atividades.
Fernandes Dórea conta que das 24 horas de programação da Atalaia AM, apenas três horas eram reservadas para o jornalismo, em cumprimento a lei que exige um percentual de música nacional, música local e de conteúdo informativo. "Agora a emissora está totalmente arrendada para os evangélicos e sem nenhuma função social", critica.
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O Correio de Sergipe adivinhou minha pauta de hoje, pois eu ia postar hoje justamente sobre radiojornalismo. Não exatamente com esse enfoque, mas serve para complementar.
Acho completamente possível aliar radiojornalismo (local ou em rede) com boa música. Um exemplo é a Sul América Trânsito, que, principalmente nos finais de semana, quando o tráfego nas ruas é menos intenso, alia a música com uma ou outra notícia de trânsito quando acontece algo ou os paulistanos retornam de viagem (o que acontece nesta tarde de domingo, por exemplo).
Tenho a perfeita noção também de que ouvinte não é otário e percebe quando o trabalho é feito de qualquer maneira. Explicando: Tem rádio que simplesmente reproduz o noticiário da internet, sem tirar nem pôr uma vírgula. Eu mesmo já li na Folha Online, em “tempo real”, a notícia que um locutor estava lendo. Até a manchete ele falou, da mesma maneira que foi publicada no site. E isso foi num programa que diz ser "jornalístico"...
E a culpa não é do locutor, obviamente. Ele está ali para ler o que lhe é entregue. Se a rádio não tem capacidade de mobilizar o comercial e viabilizar apoio ou patrocínio para um setor de jornalismo decente, não deveria entregar qualquer coisa para o ouvinte. Um profissional, que seja, é perfeitamente suficiente para redigir boas notas, usando linguagem própria de rádio e evitar engasgos do locutor (já que o texto que ele está lendo é para web!) ou ainda esse tipo de flagrante que relatei anteriormente.
Agora, em relação à notícia acima: É uma realidade que já vivemos há mito tempo aqui em São Paulo, infelizmente. Atualmente, com o arrendamento de freqüências para rádios de propósito cultural/jornalístico, a barra tem pesado menos. Mas sempre tem um pastor com dinheiro no bolso pronto para tentar pegar qualquer horário que seja. E tem rádio que se submete a isso...
2 comentários:
Olá queridos amigos do Radio Base.
Estive em Sergipe no ano passado e inclusive fiquei admirada com a organização de algumas rádios de Aracaju o que serviu de tema para um dos meus 'posts' no meu blog. Lendo esse comentário sobre o 'dedo dos evangélicos' acho que ainda em Sergipe o negócio não ficou tão feio quanto se pinta. Quando estive lá, fiz questão de ouvir as rádios uma por uma para ter uma visão geral do negócio e realmente os pastores estão buscando domínio, mas é um caso que há salvação. Ao contrário daqui de SP, eles apenas estão começando...o predomínio ainda são de rádios populares.
Outro detalhe: o sindicato afirma que existem mais de 2 mil radialistas sem emprego e esquecem de dizer uma coisa: a maioria dos locutores não são de Aracaju; eles vem principalmente da Bahia; o motivo, segundo algumas fontes seria o sotaque menos carregado que o bahiano tem em relação ao sergipano tem, se for isso a culpa é das próprias rádios de Sergipe...será verdade?
abçs
ESSES "QUEBRA SANTO" SÓ ENCHEM O SACO NO DIAL.PIOR É UM QUE TEM NA 105.7 AQUI DE SÃO PAULO.TODA NOITE 22 HORAS O CARA FOCA CHORANDO E PEDINDO DINHEIRO PROS TROUXAS SUSTENTAR O PROGRAMA DO DITO CUJO!ESSE PAÍS É UMA PALHAÇADA MESMO!!!
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