Não conheço pessoalmente o jornalista Lemyr Martins, nem acompanho seu trabalho. Minha intenção não é querer defende-lo, mas a se julgar pelo comportamento de alguns coleguinhas, ele pode passar de vilão à vítima.
Para quem não sabe, Lemyr Martins teve seu livro Histórias, Lendas, Mistérios e Loucuras da Fórmula 1 recolhido das livrarias pela Editora Panda. O motivo, em resumo, foi a transcrição de uma conversa envolvendo o piloto Rubens Barrichello, então na Ferrari, com seus chefes durante o GP da Austria de 2002, o mesmo em que ele teve de deixar Michael Schumacher ultrapassar para conseguir a vitória.
Contudo, trata-se de uma brincadeira divulgada em fóruns de discussão sobre Fórmula 1, sem qualquer vínculo com a realidade. No entanto, Martins disse que tal episódio era verdadeiro.
Ao passo em que o caso ganhou corpo na Internet e um desmentido da Ferrari foi divulgado, a própria editora tomou a inicativa de tirar o livro de circulação.
Em entrevista veiculada hoje ao programa "Camarote da Band", da Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, Lemyr Martins finalmente reconheceu sua falha.
O caso morreria aí, mas ao acompanhar as repercussões, pude notar um certo sentimento de vingança nas análises. Ora, se Martins "não tinha exatamente um grande nível de exatidão com as informações, mesmo as factuais", porque se esperou a publicação desse livro com a história falsa para falar de sua postura profissional? Não lembro de acompanhar outras contestações às informações publicadas em seus livros anteriores ou em suas reportagens para a revista Quatro Rodas.
Prevalece a lamentavel postura de se aproveitar o primeiro escorregão de um desafeto (ou mesmo alguém com quem se tem diferenças profissionais) para se fazer a festa na seqüência. A se continuar assim, Martins pode sair com a imagem menos chamuscada de todo esse processo.
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No player abaixo, é possível ouvir trecho da entrevista que Lemyr Martins concedeu ao jornalista João Carlos Belmonte, apresentador do programa Camarote da Band, na Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre.
Um comentário:
Apenas como adendo, Rodney: o Lemyr não se baseou em uma "lenda da Internet" para incluir esta história no livro, e sim baseou-se em algo dito por uma fonte sua, confiável, de muitos anos.
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