terça-feira, 29 de abril de 2008

O futuro somos nós

Conheça o jornal do futuro

Qual o tempo de vida de um meio de comunicação? Os clássicos jornais impressos têm 200 anos de história e, como a velhice um dia perturba, experimentam, aos poucos, a decadência frente outras mídias. Em sua maioria, as novas gerações pouco os procuram, como comprovam pesquisas. Jovens preferem provar o virtual e eletrônico frente à tinta no papel, panorama que contribui para a queda mundial na circulação dos periódicos, há anos. Sendo assim, quanto tempo ainda têm de vida? Embora a pergunta seja enigmática, há quem arrisque. E o palpite vem de quem escreve para o próprio meio: "o jornal impresso ainda tem uma sobrevida de 20 ou 30 anos", diz jornalista Ethevaldo Siqueira, do jornal "O Estado de S.Paulo".

A conclusão não foi ao acaso. Deu-se em conversa com outros jornalistas experientes e especializados em informação na era digital, durante o NAB Show, em Las Vegas. O motivo, segundo aponta o texto, é a incapacidade do jornal em competir com a rapidez do rádio, TV e internet. Tornaria-se redundante, portanto. Segundo escreve Ethevaldo, o grupo imagina ser possível que, em 2015, boa parte dos jornais já tenha migrado para a Internet.

Até 2030, a expectativa é que o impresso mude seu papel na mídia, antes de desaparecer. Não será necessariamente um meio de massa, mas poderá ser consumido por segmentos especializados. Apesar do contexto, o jornalista lembra que não será a Internet responsável pela morte do jornal, "embora deva impor-lhe reformulações profundas".

O jornal em 2020 - As mudanças apontadas tomam por base o espelho da Web. A principal delas é passar de produto físico a virtual, de acordo com o jornalista. Até a publicidade foi listada. A previsão é de que os anúncios saiam da tradicionalidade e assemelhem-se mais com os modelos de pagamento sob visualização dos leitores, ou seja, links patrocinados. Mobilidade e colaboração entre leitor e jornalistas, ao estilo Wikipedia, também foram listados. Do ponto de vista do conteúdo, a dica é evoluir do foco predominantemente noticioso e partir para análises mais complexas. (Redação Adnews)

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Ainda hoje estava contando a minha tia-caçula, Izabel Cristina, mestranda em sociologia e cultura na Universidade Federal da Paraíba, e ao Fábio Rubira, grande jornalista-agitador cultural da Rádio USP FM, que, quando começamos este mal-traçado blog, a parte reacionária da mídia impressa - sobretudo a revista Veja e o jornal Diário de São Paulo - fez uma espécie de campanha "difamatória" contra esta nova mídia, alegando em suas reportagens que o blog nada mais era do que "a versão virtual dos diários que meninas pré-adolescentes costumam escrever contando sobre sua vida". De fato, o blog era um pouco isso também. Os primeiros a ficarem famosos foram justo aqueles que contavam o dia-a-dia de seus proprietários. No entanto, um grupo de jornalistas - como Marcelo Tas, Cora Ronai, Rosana Hermmann e muitos outros - dentre os quais humildemente nos incluímos, enxergou mais longe do que o preconceito da grande imprensa e de alguns sites concorrentes nossos. De fato, esta campanha um tanto quanto fascista atrapalhou um pouco a seriedade do nosso trabalho.

O castigo veio a cavalo para os grandes "detendores do meios de informação". A revista Veja, por exemplo, foi a primeira a sucumbir e colocou os seus principais articulistas escrevendo blogs em seu site. Hoje em dia, a maioria dos blogs existentes são tocados por jornalistas ou por pessoas que conhecem profundamente um determinado assunto. O blog, para desespero dos "fascistas" de outrora se profissionalizou, muito embora a grande maioria dos blogueiros, como nós, por exemplo, não ganhe um centavo para escrever nestes "dários". E os que ganham, em sua maioria, estão nos blogs destes mesmos "senhores da verdade". Ou seja, de uma maneira ou de outra, a conta da arrogência saiu cara para eles.

O texto acima é altamente preciso. Se o jornal quiser sobreviver vai ter de se juntar a nós, blogueiros, orkuteiros, podcasters, e toda essa fauna de operadores de informação que existe na web. O rádio, para variar, foi mais rápido e, involuntariamente ou não, se associou à internet e está mais vivo e falando pra mais gente ao redor do planeta. A Tv não chega à tanto, mas já começa a dar seus passos em diração à convergência. A grande mídia impressa ainda reluta um pouco, mas, mais cedo ou mais tarde, vai ter de curvar ou abrir as pernas - aí vai do gosto do internauta leitor, e abrir gratuitamente seu conteúdo impresso para os internautas, sob pena de não ser lido por ninguém. Vão ter de criar novas formas de ganhar dinheiro com seu conteúdo digital. E vão precisar de bom conteúdo porque a "concorrência" na rede mundial de computadores vai continuar enorme em termos de bons textos, se depender de nós, leitores e blogueiros. (Marcos Ribeiro)

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