sábado, 16 de fevereiro de 2008

Jovem Pan x Palmeiras

Sites e blogs ligados a torcida do Palmeiras estão distribuindo o logotipo "Sou palmeirense, não escuto besteira". É uma reação aos últimos incidentes envolvendo o clube de futebol e a emissora.



Por sua vez, a Jovem Pan divulgou um novo editorial no programa Esporte em Discussão desta sexta (15.02) em resposta à nota oficial do Palmeiras, reproduzida aqui no post abaixo. A emissora desmente que tenha baseado o editorial anterior em um texto de internauta desconhecido. E aponta um artigo do professor Luiz Gonzaga Beluzzo, intitulado "Crítica e autocrítica" no Terra Magazine como pivô da manifestação. "A Jovem Pan continua lamentando que o ilustre professor Beluzzo tenha dado guarida em seu comentário a mensagens ofensivas e irresponsáveis que apenas acirram os conflitos envolvendo especialmente as torcidas organizadas", diz o texto lido por um locutor que eu não consegui identificar (parece ser o Antonio Freitas).

O novo editorial da Jovem Pan pode ser ouvido no player abaixo:

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E a íntegra do artigo escrito pelo professor Beluzzo pode ser conferida na sequência.


Crítica e autocrítica

Segunda, 11 de fevereiro de 2008, 09h22

Nesta segunda-feira, ainda madrugada, irritei-me com uma frase de minha própria autoria, estampada no Painel FC da Folha de S.Paulo. O leitor fique sossegado: a culpa não é do jornalista. Ele publicou exatamente o que eu disse. Em tom de brincadeira, mas disse. O seguinte: "O coronel Marinho deveria ser rebaixado a capitão. Os times pequenos estão dando porrada e não acontece nada".
Aqui entram em conflito a escrita e a fala. Dita em tom de blague, não machuca. Escrita em tom de blog é ofensiva. Mas o erro de forma não condena o conteúdo. Aqui coloco entre parênteses minha condição de palestrino (se tal coisa é possível). Mas a porrada come solta no Campeonato Paulista, sob o olhar complacente de jovens árbitros. Vou falar do jogo Barueri e Corinthians. Vi o vídeo tape. Além da qualidade técnica sofrível, o jogo foi um festival de pancadas, com clara e insofismável vantagem - diriam os antigos locutores - do time da simpática cidade da Grande São Paulo.

Tivesse inspiração para tanto, daria ao texto que ora atormenta o leitor o título "Vídeo-Cacetadas e Cacetadas no Vídeo". Vídeo-Cacetadas por conta das mancadas técnicas e táticas dos jogadores. Cacetadas no Vídeo em homenagem aos brucutus, cheios de saúde e apedeutas da bola. Tem sido assim na maioria das partidas. Mas, já que ousei me intrometer na hierarquia militar, é bom que todos saibam que, entre os descontentes com a arbitragem frouxa, sou soldado raso. Graúdos de alta patente estão revoltados.

Passo da autocrítica para a crítica da crítica. Meu e-mail ficou entupido de vociferações e impropérios dirigidos ao narrador do jogo Palmeiras e Guarani. Rogério de tal, lotado na Jovem Pan, saiu-se com essa, ao narrar uma embaixadinha desnecessária e, digo eu, desrespeitosa do chileno: "Se fosse jogador do Guarani, bateria no Valdívia". Literatura de blog, sob a forma oral. Imagino, se escrita, quais seriam as respostas dos comentaristas. Arrisco uma: "se fosse torcedor do Palmeiras, lhe daria umas porradas".

Tudo em prol do avanço da civilização e da civilidade. Ao comentar a controvérsia Huck-Ferréz, aquela que envolveu os proprietários de relógios caríssimos e os "correrias" que os cobiçam, escrevi: há quem ainda apresente sintomas de sobrevivência do DNA do processo civilizador e dos valores da sociedade moderna e ouse escrever para as seções de Cartas ao Leitor ou comentar nos blogs os comentários dos fanáticos do Apocalipse.

Os ululantes retrucam com as armas do preconceito, da intolerância e da apologia da brutalidade, sem falar nos ataques em massa à última flor do Lácio, inculta e bela...

Luiz Gonzaga Belluzzo é professor titular aposentado da Unicamp, consultor editorial da revista Carta Capital e vencedor do prêmio Juca Pato em 2005.

Opiniões expressas aqui são de exclusiva responsabilidade do autor e não necessariamente estão de acordo com os parâmetros editoriais de Terra Magazine.


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Se alguém tiver gravado o aúdio do primeiro editoral da Pan, mande para este blog, até para que possamos ter um painel claro do caso em questão.

2 comentários:

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Então, né...a JP tem tradição, boa equipe, bla bla bla...muito bem. e daí? ouvi parte do 1ºeditorial (não gravei) e acompanhei o resto por aqui. Ao que me parece ninguem desmentiu a frase atribuida ao locutor, o que me pareceu uma tremenda insanidade e falta de compromisso. Se eu não estiver muito enganada, um jogo de futebol do Palmeiras, Corinthians ou São Paulo seguramente possui audiência bem superior a qq outro programa da Jovem Pan; recentes numeros do ibope mostram o incrivel crescimento da audiencia quando começam as partidas na Pan (sai do 4º para o 2º lugar em poucos minutos). E aí me vem um irresponsável e diz isso (quebrar um jogador!!).
Como disse antes, a frase não foi desmentida. Desta forma a Pan está errada e deveria se manifestar informando as providencias tomadas (um pedido de desculpas aos ouvintes seria o mínimo).
Alessandro Pereira/Jundiaí-SP