quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Diplomatas tentam acordo mundial para frequências de rádio

do JB Online/Reuters

WASHINGTON - Um acordo sobre como dividir as freqüências mundiais de rádio entre operadoras de satélite, telefonia móvel e redes de televisão e emissoras de rádio está próximo, disseram fontes setoriais e diplomáticas na terça-feira.


Pessoas próximas das negociações disseram que os participantes da Conferência Mundial de Radiocomunicação, que se encerrar na sexta-feira, estão perto de fechar um acordo para a divisão das frequências usadas em transmissões de sinais de rádio e telefonia móvel, um recurso finito e de valor avaliado em bilhões de dólares.


- Os detalhes estão sendo finalizados - disse um dos participantes da conferência que acontece em Genebra e envolve 2,6 mil pessoas, entre as quais representante de grandes empresas como AT&T, Boeing, Nortel, Sharp, Intel e Qualcomm.


Os Estados Unidos vinham pressionando pela reserva de porção maior do espectro de rádio de alta qualidade para as novas tecnologias de comunicação móvel e ao mesmo tempo resistindo a qualquer redução nas freqüências reservadas a usos militares, meteorológicos, de emergências marítimas e segurança.


As ondas de rádio também são fundamentais para garantir a segurança das aeronaves e a monitoração de desastres naturais. Aparelhos domésticos como controles remotos de portas de garagem também empregam esse tipo de sinal, ainda que em nível mais fraco.


Uma vez que os serviços móveis avançados ainda estão em desenvolvimento e não vão precisar de frequências adicionais por mais alguns anos, fontes próximas da negociações em Genebra dizem que existe relutância em promover uma realocação imediata e radical de frequências.


Mas os delegados concordaram, em termos gerais, que as operadoras de comunicações móveis deveriam, no futuro, receber maior acesso às frequências mais procuradas, hoje reservadas a transmissões de televisão, segundo as fontes.


Quando os países substituírem os sinais analógicos de televisão por sinais digitais — processo que começa a ganhar força no Brasil —, grande número de frequências ficarão livres pois os sinais digitais precisam de espaço muito menor no espectro que o exigido por sistemas analógicos mais antigos.


O presidente da conferência que acontece a cada quatro anos, François Rancy, informou que os países parecem preparados para reservar tais porções de espectro para uso quando a nova tecnologia de televisão for amplamente difundida, desde que não sejam pressionados a uma transição custosa.


- A melhor solução parece identificar um conjunto de frequências para o futuro, por exemplo, para os próximos 20 a 30 anos - disse Rancy, citando que isso poderia abrir espaço para novas tecnologias "sem sacrificar outros serviços essenciais, como transmissão de televisão e conexões de satélite".


- Uma vez que esse conjunto de frequências seria acordado no mundo todo, isso poderia permitir que os fabricantes de aparelhos produzam equipamentos em grandes quantidades para distribuição internacional a preços atraentes - afirmou o representante em comunicado dirigido aos delegados que participam da reunião.

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