E não é que uma emissora do segmento jovem finalmente ocupa o primeiro lugar entre as rádios da Grande São Paulo? Não tenho certeza (e nossos participativos leitores podem nos ajudar nessa), mas algo do tipo não acontece desde a fase aúrea da Transamérica, nos anos 90.
Ainda é cedo para se falar em ocaso do segmento popular ou coisa parecida. Acompanhando os levantamentos feitos há algum tempo, é perceptível a variação nas primeiras colocações. É uma pena que o instituto responsável não abra para os interessados qual é a metodologia utilizada. Tenho enorme curiosidade de saber como é feita a distribuição de questionários por região da cidade, se existe algum cuidado nisso até porque sabe-se muito bem que algumas emissoras têm uma melhor penentração em determinadas zonas do município.
Há uns 20 anos, a liderança não alternava tanto. Lembro de longos períodos em que a Jovem Pan ficou um tempo na primeira colocação. Depois foi a vez da Cidade e, mais adiante, a Transamérica teve sua chance. Nos dias de hoje, a tabela da audiência das FMs traz mais emoções que o campeonato brasileiro de futebol.
Tive a oportunidade de acompanhar (de forma involuntária) a Mix durante alguns dias. O excesso de repetições no play-list é uma marca registrada. Quanto a essa questão, recorro ao sábio diagnóstico do radialista Roberto Maia, entrevistado certa vez por mim: "O ouvinte, por incrível que pareça, compactua com esse tipo de coisa. Se é tocada uma coisa muito diferente, ele troca de estação e vai buscar uma emissora que tenha alguma música conhecida na qual ele possa cantar junto, tem muito isso. É uma coisa difícil de equacionar, mas é verdade".
A Mix conseguiu essa liderança por dar o muito mais do mesmo aos seus ouvintes.
3 comentários:
Depois de um post "demolidor" do Marcos no 11 de setembro, mais um post bacana do Rodney pra gente no radio Base. Sinceramente, não acredito no Ibope e, por isso, esses resultados "surpreendentes" não me dizem mais nada. Acho que fica muito complicado fazer uma análise mais coerente apenas com esses dados. Mas, mesmo assim, isso não invalida os questionamentos levantados pelos nosso amigos. Acho que, realmente, o ouvinte não quer mais blábláblá, nem piadinha no ar. Ele quer música. Se é de qualidade ou não, quem vai decidir é ele. Para o ouvinte, quanto mais música melhor. E sabe porquê? Porque depois de quase 20 anos (do início da década de 90 pra cá) ele não espera mais nada inteligente do rádio. Não espera intervenções bacanas de radialistas que conhecem seu trabalho, que conseguem ter feeling para perceber o que o ouvinte quer ouvir. Observações inteligentes, dados interessantes, informações que realmente acrescentam alguma coisa, são raridade hoje em dia. Nesses últimos anos o público foi massacrado com gritaria sem sentido e humorzinho xulé (com exceções,claro). Foi quase uma "lavagem cerebral". Agora o público quer música para que ele possa cantar, para que ele possa ouvir, para que ele possa ignorar. Mas tem que ser música. E isso não é só para rádios jovens não. As rádios populares só perderam o topo porque "esqueceram" da música. Mas nada como um puxão de orelha nos "locutores que falam demais" para que as coisas voltem a seu rumo. Resumindo:os ouvintes agora só querem música porque não esperam nada melhor do Rádio. Infelizmente.
Boa, Rodney. Isso esbarra na discussão sobre o tal do Sistema de Recompensa, que publiquei aqui no blog há alguns dias. Hoje, qualquer coisa já basta pra massa. Infelizmente.
Caro Marcelo. Pena que que você não dá seu sobrenome nem a sua cidade. Gostaria de cumprimentá-lo. Você foi maisdemolidor do que o atentado de 11 de setembro e a lambança do Senado juntos!!!! Você foi ao cerne da questão. "Agora o público quer música para que ele possa cantar, para que ele possa ouvir, para que ele possa ignorar. Mas tem que ser música".
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