segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Quem disse que o "beija-mão" é só privilégio da direita, hein?

A consolidação do mito no segundo mandato

A festa da posse parecia preparada para reforçar a imagem mitológica do líder adorado pelo povo porque conhece a realidade da pobreza e da exclusão social. Ficou aquém do planejado, mas deixou o projeto alinhavado.

Não é fácil mudar as tradições do poder. Mas a segunda posse do presidente indicou um esforço nesse sentido, observado em alguns detalhes. Em uma bancada no mezaninho do terceiro andar do Palácio, encaixada entre a equipe da Radiobrás, que trabalhava na edição das imagens de TV geradas, e a equipe da Rádio Bandeirantes, uma dupla de ativistas do movimento pela democratização das comunicações transmitia a posse para uma rede de mil rádios comunitárias, inclusive da Espanha e de Moçambique.

“É a primeira vez que as rádios comunitárias participam da cobertura da posse do presidente da República”, comentou Joaquim Carvalho, diretor jurídico da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), que fazia o papel de âncora da transmissão. Eis a permeabilidade do Palácio conclamada por Lula. (Blog Magaly Prado / Agência Carta Maior Notícias)


Curioso, não é? Será que esta rede de "Rádios comunitárias" estiveram presentes nas duas posses do presidente Fernando Henrique, o príncipe? Tenho a impressão de que não. Se estiveram, não fizeram mais do que a obrigação. Afinal, são concessões públicas. Do contrário, creio que tal iniciativa não passa de mero expediente do "beija-mão", prática corrente da direita tupiniquim e execrada por seus detratores.

Agora que me lembrei de um detalhe: no mesmo dia e hora, tomavam posse também alguns governadores de partidos que fazem oposição ao governo neo Lulalá. Será que alguma rádio comunitária se interessou em cobri-los ou este privilégio foi só para detém ou se alinha ao "poder central" ? E se o próximo presidente não for de um partido progressista de tendência "popular"? Essa "cadeia verde-amarela alternativa" estará na posse?

Não entendi o que o excelso rdator da agência Carta Maior quis dizer com "não é fácil mudar as tradições do poder. Mas a segunda posse do presidente indicou um esforço nesse sentido, observado em alguns detalhes." Isso significa dizer que os chamados "movimentos populares" que se dedicam à radiodifusão estão mudando de postura, ou seja, vamos fazer igual ao que os nossos "adversários" sempre fizeram e que nós sempre criticamos? Por favor, se alguém puder desenhar pra mim....

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