terça-feira, 27 de setembro de 2005

O Dia do Rádio

Aconteceu há pouco o último encontro em homenagem ao dia do Rádio, na Universidade Anhembi Morumbi.Estiveram presentes:

Cicília Perizzo - UMESP
Gisele Sayeg - USP
Lenize Villaça - Mackenzie
Milton Jung - Rádio CBN

Mediação - Nivaldo Ferraz - Rádio Cultura e Universidade Anhembi Morumbi

Cada participante teve vinte minutos para falar. A seguir, um breve resumo:

Cicília começou destacando a importância das rádios comunitárias, um modelo não aceito pela ABERT e pelos donos das emissoras comerciais. Eles acham que essas rádios roubam audiência e anunciantes, o que não é o foco de uma rádio comunitária. Cicília reforça que uma rádio comunitária deve ter intensa participação popular, ou seja, "feita pela comunidade e para a comunidade". No Brasil há cerca de 2 mil comunitárias autorizadas, para cerca de 15 mil sem autorização. E o que é pior, já em operação. Um grupo interministerial fez um importante levantamento, mas esse relatório parou na morosidade do Ministério das Comunicações.

Gisele Sayeg citou as três revoluções por quais o rádio já passou: FM, Redes e Comunitárias. Citou também as próximas: Rádio Web e Digital. Sobre a primeira revolução, Gisele constatou que o governo militar apoiou o FM por julgá-lo mais restrito geograficamente e de fácil controle. Hoje, é justamente o FM que causa mais dor de cabeça, com suas mais de 20 mil emissoras (somando comerciais, comunitárias e piratas).

Lenize mostrou números de um estudo que fez sobre a presença da mulher no rádio brasileiro: Jovem Pan, total de 90 jornalistas, apenas 13 mulheres; Bandeirantes, de 21 repórteres, somente 4 mulheres; CBN, somente uma mulher âncora e Band News com 3 mulheres na redação.

Jung pediu licensa para falar em pé, pois é dessa forma que trabalha na CBN. Se mostrou entusiasmado com a tecnologia aliada ao rádio. Em breve, o ouvinte vai pedir por sites atualizados com os áudios da programação para ouvir a hora que quiser, textos bem redigidos e outras melhorias. Perguntado se a tecnologia não tira repórteres da rua, que usam a internet para informar, Jung foi taxativo: "A tecnologia não tira empregos e nem repórteres da rua. São as rádios que não contratam pessoal suficiente". Disse também que o foco mudou. Hoje, as rádios, por estarem em rede, não se preocupam muito com o acontecimento local.

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