quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Rádio: Manual de Instruções - parte II

Agora, a parte final do nosso manual de instruções sobre as Ondas Curtas, escrito por nosso leitor Dionísio Codama Aimoré. Vale lembrar que o texto é baseado em apostilas da década de 1970.

Nesta segunda e última parte, vamos aprender a reconhecer se um receptor tem as frequências de Ondas Curtas e também sobre propagação de ondas eletromagnéticas.

Leia também a primeira parte do texto, sobre os vários tipos de faixas.
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Parte II

Receptores

Primeiramente dê uma olhada na sua casa para ver se possui algum receptor de rádio com duas ou três faixas.

Os receptores com duas faixas, se for antigo, certamente possui uma com ondas curtas, tendo uma recepção razoável com a antena levantada. Os fabricantes davam um trato melhor no projeto do circuito, visto a importância das ondas curtas no passado.

Atualmente, os receptores com duas faixas são AM e FM, dada a popularidade da faixa de FM.
Se o radio tiver três faixas, ótimo. Uma delas deve ser de ondas curtas. Tente localizar as marquinhas impressas das faixas, por exemplo, veja se está marcado no dial "62 m" ou "60 m", "49 m", 31 m", "25 m". Levante a antena, mexa na chave de ondas e procure calmamente por algo.

Se não possuir nenhum receptor, procure nos shoppings por algum rádio portátil. Há inúmeros modelos nacionais bem projetados, com 5 faixas até com 10 faixas, mostradores analógicos e preço bastante acessíveis. Alguns possuem pré-sintonia que pegam a Rádio Aparecida em Ondas Curtas.

Se não conseguir pegar nada nos primeiros dias, tenha paciência e pratique sempre. Nem sempre uma emissora de ondas curtas está no ar, por problemas técnicos ou pelo motivo do verbete a seguir.

Propagação das ondas

As emissoras locais tem a garantia de estarem todo o tempo presentes porque a onda vem direto da antena do transmissor para a antena do receptor. É a denominada "onda terrestre".

Mas o rádio surpreende a cada dia por variações na recepção dos sinais de emissoras bem distantes. A única opção de uma onda de emissora distante chegar ao seu receptor é através de um caminho maior feito por reflexões na atmosfera chamada de "ionosfera". É causada pelos raios ultravioleta do Sol e pelos raios cósmicos que arrancam elétrons de átomos na alta atmosfera, tendo a capacidade de refletir uma onda de rádio para o solo a centenas de quilômetros de distância.

Durante o dia, existem três camadas na ionosfera: "E", "F1" e "F2".

A camada "E", existindo apenas de dia pela influência do Sol, absorve as ondas das frequências baixas, as Ondas Médias, Ondas Tropicais e parte das Ondas Curtas (49 m - 41 m - 31 m - 25 m).

Ainda de dia, entre as faixas de ondas curtas altas (19 m - 16 m - 13 m), as ondas de rádio conseguem atravessar a camada "E" e são refletidas pelas camadas "F1" e "F2". Por isso é fácil sintonizar emissoras do exterior nessas faixas o tempo todo.

Após o crepúsculo, essa camada desaparece aos poucos e algo surpreendente acontece. É possível agora ouvir emissoras longínquas pois as ondas passam a ser refletidas pela camada "F". A noite as camadas "F1" e "F2" se unem formando a camada "F".

Há um limite, entretanto. As ondas das emissoras de televisão e FM não conseguem reflexão na ionosfera por serem muito energéticas. Elas acabam se perdendo no espaço. Somente em dias muito nublados, essas ondas são refletidas nas nuvens e voltam a terra.

Um comentário:

Anônimo disse...

comecei achando muuuuot bom. mas acabou que ficou incompleto. quando começa a ficar bom, acaba.
quero saber mais sobre propagação, mais sobre por que o radio tem que estar na posição x, se vira ele um pouco pro lado, a emissora some.
ajuda ae, responde pq o papo é mto bom!