Caro Rodney, depois de ver que o grande Artur da Távola escrever há 33 anos o que a gente fala aqui quase todo o santo dia, cheguei a um diagnóstico óbvio:
O problema é que publicitário não entende porra nenhuma de rádio. Se entendesse, não haveria tantas "rádios-palanques" nem "rádios-altares". Se entendessem de rádio, a Fluminense seria a emissora no segmento jovem mais influente do país. Ela seria a nossa Radio One tupiniquim.
Se eles entendessem alguma coisa de rádio, a FM 97 não teria saído de Santo André, se mudado para a capital e virado uma rádio dance. Se eles entendessem alguma coisa de rádio, este nobre veículo não ficaria apenas com 6% do bolo do mercado publicitário - esta cota seria no mínimo de 15%.
Se eles entendessem alguma coisa de rádio, eles diriam aos anunciantes a investir mais em rádio porque é uma mídia superbarata e o retorno seria imediato e preciso. Como isso não lhes interessam, preferem programar 3 ou 4 emissoras de maior audiência para eles (agências) faturarem mais, sem dar a certeza de que a mensagem vai chegar a quem realmente precisa.
Se publicitário entendesse de rádio, não ficaria insinuando por aí que anunciar em rádio é "perigoso" porque nem todas as emissoras cumprem o que é combinado em termos de veiculações. De fato, é verdade, porém, só as que tem azar de ter um dono ou departamento comercial desonesto fazem isso. A grande maioria das emissoras sérias são honestas.
Se publicitário entendesse de rádio, ele não seria um mero agente publicitário, seria muito mais do que isso, seria aquele parceiro que apostaria nas boas idéias de quem faz o veículo com amor e inteligência. Ele convenceria o seu cliente do quanto é bom anunciar num programa de qualidade, mesmo que ele tenha uma audiência baixa, porém seleta, ou um alcance regional restrito, porém expressivo.
Se publicitário entendesse de rádio, ele compreenderia que é importante começar a apostar na aliança rádio+internet. E que isso é interessante para o seu cliente.
Se publicitário entendesse de rádio, ele simplesmente ouviria rádio, coisa que eu duvido que eles façam, pelo menos não com os ouvidos conectados ao cérebro. Do contrário, não apoiariam verdadeiros lixões que estão no ar e dariam um pouquinho mais de apoio a quem realmente tem talento, tem compromisso com o bom entretenimento e com a informação.
Se publicitário entendesse alguma merda de rádio, teria lido este artigo do Artur da Távola e teria seguido seu sábio conselho. Mas não, preferiu esperar que virasse moda lá fora para agir igual ou pior. Ô coisa medíocre que é o cérebro do publicitário brasileiro!!!!
Muito obrigado pela beiradinha no seu post.
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