COMO ANDA O RÁDIO NA GB E ARREDORES
Nas mãos, os dados de novembro sobre as preferenciais cariocas em relação ao rádio. Algo também sobre São Paulo. Os dados são do Ibope. Atenção: é pesquisa de audiência domiciliar.
- A Rádio Globo continua na dianteira. Subiu em novembro, voltando a atingir seu pique de agosto.
- A Rádio Tupi voltou a ocupar o segundo lugar que a Mundial dela tirara em outubro. No momento as duas brigam por décimos de pontos de audiência.
- A audiência geral de rádio subiu em novembro. A proporção de rádios domiciliares ligados na GB (de 7h30m até às 19 horas) é de 41.93% contra 58.0% desligados.
- Eis a ordem das emissoras por audiência, da mais ouvida a menos: Globo, Tupi, Mundial, Tamoio, Nacional, Mauá, Eldorado, Jornal do Brasil, Carioca e Relógio (empatadas), Continental, Rio de Janeiro, MEC e Guanabara (empatadas), Federal e Vera Cruz (empatadas).
- Nesta ordem, há uma observação interessante: a audiência das quatro primeiras é muito distanciada das que se seguem. Assim, Globo, Tupi, Mundial e Tamoio têm, proporcionalmente, muito mais audiência que as demais.
- Vejam só, A Globo tem 7.08%, a Tupi 5,29%, a Mundial 5.08% e a Tamoio 4.34%. A que vem em quinto lugar, a Nacional, alcança 1.97%. Daí para baixo, todas as demais emissoras estão na casa de 1 ponto, variando, apenas, os décimos.
- Mas ao mesmo tempo em que a diferença é muito grande, no rádio não ocorre um fenômeno igual ao da televisão (por ser grande o número de emissoras radiofônicas). Na televisão, a Globo leva mais, 50% da audiência (maioria absoluta), o que quer dizer que, as demais emissoras de tevê somadas não lhe alcançam, Já no rádio, apesar da diferença entro uma Globo ou uma Tupi ser muito grande das demais, estas, juntas, somando os pontos obtidos rádio por rádio, alcançam um total maior que o de cada uma das lideres isoladamente.
- Este resultado prova uma velha tese do mestre aqui: a de que ao rádio vai ficar deferido na história dos média eletrônicos, à comunicação com os micropúblicos. No dia em que os empresários de rádios menores descobrirem como se comunicar e como abastecer os micropúblicos (espécie de ilhas emotivo-culturais-grupais-raciais-etárias), suas emissoras passarão a ter mais importância, até como mercado, independentemente da quantidade de audiência.
- Caros curiosos: um deles é o da Rádio Federal. Ela tem estúdios e transmisssores em Niterói. Não chega bem a todas as zonas da Guanabara, o que, em termos gerais, lhe dá o décimo terceiro lugar. Mas nas zonas onde entra bem (Niterói São Gonçalo, Meriti, Alcântara, e Nova Iguaçu) ela é a quinta colocada entre as dezesseis emissoras cujas ondas lá chegam.
- Esta setorização de programações, segundo zonas do Grande Rio, vem sendo um bom caminho de mercado para uma publicidade que, embora não venha pelas grandes agências, tem a mesma importância para o pequeno comércio, diversões, turismo etc. que a grande publicidade tem para os grandes veículos. Se eu fosse, aliás, manda-chuva na área publicitária, mandaria fazer uma bela pesquisa, sobre os micropúblicos da área do Grande Rio e para eles adequaria, também, material publicitário tão esmerado como o elaborado para o macropúblico. Fica a sugestão.
- Para finalizar, os dados das rádios de São Paulo, na ordem das mais para as menor, ouvidas: Nacional (Sistema Globo), Tupi (Associadas) Bandeirantes, Difusora. Record: América, Excelsior, Panamericana, Gazeta, Eldorado, Cometa, Cultura e Rádio Mulher.
- Muitas destas emissoras podem ser ouvidas, à noite em ondas médias aqui no Rio.
Jornal/Revista: O Globo
Data de Publicação: 18/12/1974
Autor/Repórter: Artur da Távola
Comentário: Pois é, não é apenas o Rádio Base que se dedica a analisar os dados do Ibope. Artur da Távola fazia isso, eventualmente, nos anos 70.
Curioso notar que já naquela época ele falava em algo que ganhou força nos anos 80 e garantiu (e garante) a sobrevivência de muitas emissoras atualemente: a segmentção.
Um comentário:
Essa rádio "Cometa" seria qual hoje em dia?
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