segunda-feira, 28 de março de 2016

Mescalines Duo estreia seu blues cru, deslumbrante e multiétnico

"Som nu, cru, mas nem por isso menos deslumbrante. As oito faixas de “Mescalines” foram todas gravadas em menos de 3h em um registro fiel de como a banda soa ao vivo". (Foto: Lua Wagner/Divulgação)
Manifesto do duo Mescalines:

As distâncias que uniram Jack Rubens e Mariô Onofre em carne, espírito e blues pelo Mescalines Duo se expandiram por rotas geograficamente impensáveis e musicalmente geniais no recém-lançado primeiro disco da dupla instrumental (2016), autointitulado, que chega acompanhado de clipe projetado para uma das faixas, Serpente de Bronze.
Do Rio Grande do Sul foi gerada a guitarra sem amarras de Jack e da Bahia, a bateria sincopada de Mariô. Em São Paulo os talentos se encontraram entre os demais projetos de ambos (Jack integra a banda Mustache e Os Apaches e Mariô já tocou ao lado de diversos nomes, incluindo Júpiter Apple) e no Sul dos Estados Unidos eles foram buscar a inspiração. O já intrincado mapa viajou pelo cosmos e ganhou destino no Norte da África.

Robert Johnson, Blind Willie Johnson, Mississippi Fred Mcdowell, Charlie Patton, rock touareg e música folclórica moldaram o álbum de estreia do Mescalines, blues puro de ascendência misteriosa. 

“Acho que uma de nossas principais características é apenas deixar o som rolar, sem amarras de tempo, ‘comercial-idades’, enfim. Todas as faixas são blues de uma nota só. Esses mantras despertam essa sensação de caminho livre, selvagem e velocidade. Estamos testando nossa química ali, conexão musical”, definem os integrantes.

Som nu, cru, mas nem por isso menos deslumbrante. As oito faixas de “Mescalines” foram todas gravadas em menos de 3h em um registro fiel de como a banda soa ao vivo. Com o mínimo de maquiagem.   

“Fizemos overdubs mínimos em apenas duas faixas: ‘Barko’ e ‘Nebulosa’. Os poucos arranjos pré-definidos do álbum foram surgindo em shows. Algumas faixas foram totalmente improvisadas, como ‘Pássaro Vermelho I’ e ‘Pássaro Vermelho II’, ‘Solaris’ e ‘Barko’. ‘Serpente de Bronze’ foi a única talvez que fizemos mais de um take, o arranjo dela surgiu na hora e resolvemos moldá-lo um pouco.”

“É interessante batizar uma música instrumental, acho que ‘Nebulosa’ é um blues que tem algo de supersônico, espacial nela. ‘Barko’ tem o balanço de um barco ancorado no cais e que no decorrer da música se livra das correntes para alto mar. ‘Calchaquí’ é a faixa mais longa, narra um passeio pelos Valles Calchaquíes, na Argentina, a tensão da música tem a ver com a chegada dos espanhóis e o massacre dos índios da região.”

O centro-oeste brasileiro será o terreiro dos espetáculos de lançamento de “Mescalines”, em shows no dia 4 de março, no Bendito Benedito, em Brasília, e 6 de março, no Goiânia Delirium Music Festival, em Goiânia. 

Ficha técnica:
Mariô Onofre: bateria 
Jack Rubens: Guitarra
Todas as faixas: compostas por Mescalines
Mixado, gravado e masterizado por: Tomas Oliveira (Mustache e os Apaches) no estúdio "Gerência" 
Produzido por: Tomas Oliveira e Mescalines
Capa: Fefa Romanova
Foto da contracapa: Allyson Alapont
Símbolo Mescalines: Baixo Ribeiro (Choque Cultural)
Arte gráfica: Aline Biz

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