quarta-feira, 4 de fevereiro de 2004

Sobre o Milton Neves

Estou tentando imaginar o Milton Neves na Bandeirantes e não estou conseguindo. Ou o meu pode de abstração está falho ou ele tem realmente a cara da Jovem Pan, assim como Reali Júnior ou Narciso Vernisi. É mais ou menos como tentar imaginar o José Paulo de Andrade na CBN ou na Eldorado.

A primeira vez que ouvi falar em Milton Neves foi nos idos de 1980, quando ele era um discreto plantão esportivo na Jovem Pan. Naquela época, Estevam Sangirardi, um ícone do humor no rádio, comandava o "Show de Rádio". Um dos quadros era uma certa "Rádio Colibri", uma versão pra lá de gay da própria Pan. Eles "irradiavam jogos da rodada com sua peculiar equipe de esporte; o locutor Zezé ( Uma sátira em cima de José Silvério), os repórteres Vandeca(Vanderlei Nogueira) e Cacá (baseado no saudoso Cândido Garcia). Havia um plantão esportivo que sempre entrava com a voz afetada dizendo assim:

"Alô, Zezé, uhuhuhuh, acerte a loteria em sua vida. No jogo 5...", dizia o personagem na baseado em Milton Neves. "Agora não, Mimi, não tá vendo que eu quero ver os bofes jogarem?!", esperneava o fictício locutor.

Era a única hora em que ouvia a Jovem Pan na época. No meu bairro, a audição esportiva se dividia entre a tradicional Bandeirantes e supermoderna Globo de Osmar Santos e companhia. E depois do apito final, todos corriam para ouvir o "Show de rádio".

Anos mais tarde, por influência e insistência de um colega de travalho chamado Diomedes Pirajá Fontana, fui praticamente convencido a ouvir futebol pela Jovem Pan. Mas acabei convencido mesmo pelas transmissões de Fórmula 1 do Nilson César, o melhor locutor de fórmula 1 que me lembro ter ouvido naquela época.

Com o tempo, fui me tornando "íntimo" da equipe toda: Dirceu Cabral, José Roberto Hercolin, Luis Carlos (Quartarolo) Santos, Cândido Garcia, Wanderlei Nogueira, José Carlos Guedes, Edemar Anusek, Cláudio Carsughi, Mauro Nóbrega, Orlando Duarte, Nilson César, José Silvério e....Milton Neves, que já era titular do "Terceiro Tempo". Era o Dream Team do Esporte da Jovem Pan, comandado pelo José Carlos Carboni (olha ele aí de novo na Rádio Base, gente!!!)

Foi da Copa de 90 em diante que Miltão despontou para o estrelato. Por um desses motivos desconhecidos e descritos por Jung, os fanáticos por futebol da minha turma de jornalismo, acompanhavam a Jovem Pan, lance a lance.

Pra mim, o Milton Neves era o único ser humano na face da terra capaz de ficar 5 horas seguidas falando de futebol, sem tocar música nem nada. Ele promovia o espetáculo e chamava os ouvintes a acompanhar ojogo de manhã à noite.

Resumindo: o tempo passou, o Milton evoluiu, foi para TV e está conquistando a credibilidade junto aos anunciantes. Deve ter fila de empresa querendo anunciar com ele.

É por isso que eu o acho que ele é a cara da Jovem Pan...

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