sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Sugestão da Rádio Base para os novos programas de auditório da Metropolitana

Que tal o monólogo "Mundo Moderno de Chico Anísio", declamado ao vivo pelo autor para começar a usar este espaço novo da Metropolitana? Veja se serve e acompanhe a letra, já que o negócio é conteúdo. É só seguir a bolinha dançante.



"Mundo moderno" - Chico Anisio

Mundo moderno, marco malévolo, mesclado mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutáias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação... morticínio. Maior maldade mundial.

Madrugada... matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna, monta matumbo malhado, munido machado, martelo... mochila mucha, margeia mata maior. Manhãzinha move moinho moendo macaxeira, mandioca. Meio dia mata marreco... manjar melhorzinho.

Meia noite mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua mas monocórdia, mesmice. Muitos migram mascilentos, maltrapilhos, morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis, menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.

Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes marafonas, mocinhas, meras meninas mariposas, mortificando-se moralmente. Modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas... mundo medíocre.

Milionários montam mansões magníficas, melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania. Mordomo, Mercedes, motorista... mãos!
Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia... meia-água. Menos. Marquise. Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno melhore, melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos, maldito mundo moderno. Mundinho merda.

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