sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Rádios teens - a crise se agrava

Apesar do desdém de profissionais despeitados com relação ao nosso texto sobre rádio jovens publicado aqui recentemente, o segmento que atinge a faixa dos 14 a 29 anos parece estar entrando em crise mesmo. É o que relatam nossos amigos do site Tributo ao Rádio Carioca, a mais importante página sobre o rádio do Rio de Janeiro na Internet. Acompanhe:

"Se o 1º semestre deste ano foi marcado no dial FM pela transformação da Cidade em Oi FM, o 2º semestre está sendo marcado pelo segundo fim da Jovem Pan FM carioca, que está deixando os FM 102,1 da Imprensa FM. A previsão é que a rede Mix FM passe a ocupar o canal a partir de 31 de dezembro ou em janeiro de 2007.

Esta é a segunda vez que a rede Jovem Pan FM deixa a cidade. Na primeira vez, ela esteve no ar por meio da mitológica FM do Grupo Fluminense: a Fluminense FM 94,9 foi a Jovem Pan entre outubro de 1994 e meados do ano 2000.

A segunda vez em que a Jovem Pan esteve por aqui foi por meio de um contrato assinado com o Grupo Dial. Os dois arrendaram juntos a Imprensa FM 102,1 a partir de 31 de dezembro de 2000. Ambos entraram com o dinheiro, e Tutinha (o concessionário da Jovem Pan paulistana) entrou com a franquia.

O portal Tudo Rádio, de Curitiba, publicou no último dia 30 este parágrafo: ' Segundo informações do Jornal do Brasil, desentendimentos entre a matriz paulistana e a diretoria da Jovem Pan 2 Rio motivaram a quebra do contrato e a chegada da Mix em território carioca. A diretoria paulista tinha planos para transformar a 102,1 em uma nova experiência da Classic Pan (emissora que esteve no ar em Santos durante 2 anos pelos 98,1 FM). A emissora carioca que é líder no segmento jovem não teria gostado dos novos planos e desistiu de continuar em rede com a Jovem Pan 2'.

Mas, segundo fontes do TRIBUTO, o motivo da saída da Jovem Pan FM do Rio é outro. Nas negociações para a renovação do contrato de arrendamento, a Imprensa FM (empresa detentora da outorga dos 102,1 MHz) cobrou R$ 140 mil mensais. Tanto Tutinha como os sócios do Grupo Dial acharam o valor caro demais.

E ainda há um agravante: o Grupo Dial está concentrado atualmente no projeto de criação da rede da Paradiso FM, que hoje ocupa um espaço arrendado: a antiga Alvorada FM 95,7. Não seria interessante para o Grupo Dial participar da criação da Classic Pan carioca, sendo ao mesmo tempo dono da franquia da Paradiso, igualmente do segmento adulto.

O rompimento do contrato entre as partes (Imprensa, Jovem Pan e Dial) foi inevitável. Nos bastidores, começou a guerra pelo novo contrato de arrendamento da Imprensa FM. A Venenosa FM (do grupo Salgado de Oliveira) chegou a se candidatar. Mas quem venceu a disputa foi uma concorrente da Jovem Pan: a também "jovem" e paulistana Rede Mix FM, que arrendou pessoalmente a FM 102,1.

Para o ouvinte carioca, haverá apenas a mudança da franquia a ocupar os 102,1. Porque, a rigor, a Mix atua no mesmo segmento rasteiro da Jovem Pan: o das rádios pop, com uma programação o mais medíocre possível.

Com um agravante: a Mix FM tem pretensões de ser uma rádio para a "galera descolada". Chegou a incluir muitos rocks mais acessíveis na sua programação paulistana, concorrendo diretamente com a ex-"Rádio Rock" 89 FM e com a (quase extinta) Brasil 2000.

Para habitantes da Baixada Fluminense e de algumas cidades e bairros do entorno, vai ser um insólito acontecimento acompanhar a Mix FM em duas freqüências: a FM 106,3 (da UCP FM de Petrópolis, arrendada no início do ano) e a carioca FM 102,1."

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